Epílogo

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"Tudo que eu tenho é meu amor por você" - Angel POTF



5 anos depois



Alex 



— ... corremos até um prédio muito alto, pra ficarmos escondidos até que o Tio Luccas resolvesse aparecer. O papai tava meio bravo, mas o Tio veio correndo todo atrasado pra se esconder também —  sua risadinha gostosa invadiu o quarto enquanto eu alisava sua testa, colocando os cabelos lisinhos para o lado, carinho vindo do costume de passar horas em seu quarto lhe contando "historinhas".

— Papai é mais rápido que o Tio Luccas, né? —  também sorrindo confirmei com a cabeça, lembrando de como o bastardo do Padrinho dela havia se atrasado e quase perdido a chance de explodir o prédio da Sede do Consulado na Missão em Israel. Pensando em como iria mudar o final sangrento daquela missão, para uma história infantil e leve para minha filha de 4 anos eu respondi —  Sim, mas você não pode dizer isso ao Dindo, porque se não ele fica chorando pelos cantos depois.—  Seu sorrisinho complacente aumentou. E como se lembrasse de algo muito importante, ela ofegou e seus olhinhos se abriram de repente ansiosa. 

—  Mas e a Mamãe tava fazendo o que? — Nesse momento ouvi a presença de minha mulher à porta do quarto, sorrateiramente, e para minha própria segurança resolvi dar um fim a "história". 

— Mamãe estava escondida lá no alto do prédio grandão, esperando. Então o Papai mandou um sinal pra ela. E o prédio explodiu em muitos fogos de artifícios . —  com o rosto vidrado, minha pequena esperava o desfecho da "historinha" maravilhada. As duas bolinhas de uma cor magnífica mel-esverdeadas idênticas às da Mãe, brilhando para mim. Naquele momento, como em tantos outros me trazia uma sensação de sorte infinita. O calor suave no peito que só esses momentos com a pequena proporcionavam —  Então, tudo ficou bem. 

— Que legal! Mamãe gosta de explodir as coisas, né Papai? — E foi nessa pergunta inocente e cheia de admiração que eu senti que a hora das historinhas havia acabado. Sorrindo me virei para a porta, escutando a voz suave com uma nota de ameaça de minha mulher.

— Mamãe adora, explodir as coisas. Especialmente quando ela fica brava com o Papai por ele contar essas histórias antes dessa mocinha dormir —  sentou do outro lado da cama de Alice, ajeitando suas cobertas e enviando um olhar de pura censura para mim. Sorri, ainda mais abertamente para ela sabendo o que me esperava logo mais. O que eu podia fazer se minha filha amava aquelas "historinhas" e só conseguia dormir se eu as contasse? —  Já passou da hora de dormir né, mocinha?

—  Ta booom, Mamãe. Mas amanhã o Papai pode contar mais historinhas pra mim? —  perguntou ela olhando ansiosa pra mãe, os olhinhos brilhando. Deu um beijo de despedida em sua testa e me levantei indo à porta do quarto enquanto sua Eliza acarinhava os cabelos de Alice, estreitando aqueles olhos lindos para mim. 

— Pode, filha. Mas nada de vilões, e explosões, okay? Você acaba tendo pesadelos depois. — Minha filha, esperta argumentou.

—  Mas Mamãe, eu não tenho mais pesadelos. Eu sou corajosa agora. E quero "explodir" fogos de artifício coloridos quando ficar grande. Que nem você e o Papai. — Os olhos de minha esposa saíram da pequena empolgada embaixo das cobertas para mim, e essa foi minha deixa.

— Boa noite, filha. —  e sai pelo corredor em direção ao nosso quarto, ouvindo a voz de Eliza cheia de persuasão materna.

— Ta bem, amor. Mas ainda falta muito pra você ficar grandona como a Mamãe e o Papai. E até lá é hora de mocinhas dormirem. 

Sorri entrando no quarto e fechei a porta. Deitei na cama cansado, por mais um dia cheio no Centro de Operações no qual eu era Chefe à 5 anos. Era inacreditável como minha vida tinha mudado, quantas coisas valiosas eu conquistei e construí desde que Eliza entrou nela. E foi pensando em como era um cara sortudo por ter tudo que eu sempre quis, que ouvi a porta do nosso quarto abrir. 




Eliza



Entrei no quarto vendo meu marido deitado a cama, seus braços tatuados a mostra na camisa estavam cruzados atrás da cabeça. Seu olhar alcançou o meu e mesmo querendo brigar com ele  pelo modo nada tradicional de contar "historinhas de ninar" para nossa filha, eu não conseguia deixar de me afetar pela forma com seu olhar e sorriso pequeno me afetavam. Isso é tão injusto, depois de 5 anos, ele ainda me ganhar dessa forma! Comecei tentando soar o mais ameaçadora que pude, diante da visão incrível que era o homem que eu amava deitado daquele jeito.  

— Achei que tínhamos combinado de não contar mais historias de missões pra nossa filha, Marido — retirando a bota de um dos meus pés vi Alex se erguer lentamente da cama pela visão periférica. Eu não o olhava, concentrada em retirar o calçado e aliviar a tensão dos pés. 

— Eu cortei as piores partes, Esposa. —  Suas mãos chegaram a minha cintura me ajudando no equilibro a retirar finalmente a segunda bota. Me ergui e sentir suas mãos percorrerem a bainha da minha blusa, levantando e tocando a pele do meu quadril, fazendo uma carícia que fazia meu corpo todo se acender. A voz baixa chegou por trás de mim, assoprando em minha orelha. — Sabe que não consigo dizer não a pequena. Ela adora essas historinhas. 

Eu já conhecia muito bem meu marido pra saber suas estratégias baixas de me enrolar. Eu sabia que ele estava sorrindo e sentindo os arrepios em minha pele. Deixei ele pensar que venceu tão fácil e inclinei meu pescoço, expondo-o para ele.  Quase pude ouvir seu sorriso de vitória. Bastardo. 

— Ela só tem 4 anos e já é fascinada em tudo que sabe envolver nosso trabalho... — falei com a voz fraca enquanto seus lábios beijavam e mordiam a pele sensível em meu pescoço. Eu já estava pronta pra ele, mas não ia entregar essa briga de bandeja. — Marido...

Me virei afastando com muita força de vontade de seu toque e o encarei. Alex estava tão envolvido na carícia quando eu e evitei olhar para o volume já evidente em suas calças. Retirei minha blusa e fui em direção ao banheiro. 5 anos de casados e ainda tínhamos esse costume de provocar um o outro. E esse fogo que não acabava nunca, mas Alex precisava para de mimar Alice e eu não ia deixar isso passar. No porta do banheiro sob seu olhar me despi lentamente e ele viu que não era o único fazendo jogo. 

— Agora é sério, Amor. Eu não sei o que eu faço com você e Alice. Você tem que ter um pulso mais firme com ela. Se com 4 anos ela tem você na palma da mão, imagina quando ficar maior.

— Eu deixo essa parte toda com você... —  e rindo veio em minha direção. Seus braços me envolveram, sua boca me beijou suavemente —  Você é muito melhor nisso do que eu. Nós dois sabemos. 

— É. Falou o Chefe de Operações de uma das maiores equipes de elite do mundo. Incrível como uma criança de 4 anos te enrola. —  suspirei — Só tente por mais arco-íris e menos bombas, okay!? —  o beijei envolvendo seu pescoço. O clima leve tomou conta e senti seu sorriso nos meus lábios em concordância. E então seus aperto em mim aumentou e o beijo se aprofundou, dessa vez longa e ardentemente. Retirei sua camisa com um puxão querendo sentir o contato de sua pele na minha. Alex me guiou para dentro do banheiro, meu corpo mau aguentando a espera para tê-lo. A batalha em controlar a dupla de Pai e filha mais unidos e enrolões que eu já vi, era perdida por mim desde que Alice nasceu. Não tinha jeito. Ele a amava demais. 

    Nos amávamos demais.  O coração de Alex finalmente recebia todo o amor que sempre mereceu, depois de tudo que sofreu. Tudo estava bem. Eu me sentia completamente em paz com o rumo que a nossa vida tomou. 

Quem diria, que o nosso pra sempre seria tão feliz. 


O PREÇO DO AMOR - EM EDIÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora