C12 - Vives

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— Do que vocês estão brincando, kaki? – pude ouvir a voz curiosa e inocente de minha irmã ecoar pelo quarto.

— Aí meu Deus. – meus olhos se abrem ao finalmente notar que Lauren estava tão próxima.

Num subto impulso empurro a garota para o mais longe que conseguiria, o corpo alvo de Lauren faz um barulho oco ao entrar em contato com o chão do quarto. Seu olhar vagou sob mim. Lauren não parecia brava, me parecida surpreendentemente decepcionada.

— Eu não sei. – respondo com sinceridade.

— Quando se é velha é isso que se faz com as amigas? – ela pergunta com o semblante pensativo.

— Camila sentiu que caiu algo em seus olhos, talvez um cisco ou um inseto. Eu só estava tentando tirar. – ela explicou ao se levantar do chão.

— Exatamente. – concordei enquanto tentava tirar de meu rosto a expressão aflita.

— Pelo visto Camila já se livrou do inseto. – Lauren disse enquanto seu rosto de fechava numa expressão séria. – Eu não tenho mais o que fazer aqui, então...

— Claro que tem, Kaki e eu podemos fazer algo para você comer e depois vemos um filme. – Sofia disse com doçura.

— Você quer que eu fique, Camila?

— Não seja tola.

— Você pode me acompanhar até a porta, Sofi? – Lauren perguntou ignorando minha fala
— Sofia, você pode nos deixar a sós por um momento? – pedi e a garotinha apenas assentiu e saiu do quarto, encostando a porta em seguida.

— O que nós estávamos prestes a fazer?

— Você não precisa que eu te responda. – Um leve sorriso prepotente surgi em seus lábios levemente rosados.

— Você iria me beijar?

— Claro que não, o que pensa que eu sou?

— Eu sinceramente não sei o que pensar.

— Por que eu tentaria te beijar sendo que se considera heterossexual?

— Eu não me considero, eu sou.

— Para alguém que não gosta de garotas você parecia bem entregue a mim.

— Eu se quer cogitei me entregar para você.

— Claro que não, você só se entrega aos idiotas.

— É por isso que se esforça pra ser uma?

— Eu sou uma idiota, porque você é a maior de todas.

— Por que está sendo tão rude?

— Porque você é um soco no meu estômago.

— Eu não fiz nada, Lauren.

— Eu só quero sair daqui, até amanhã. – ela disse com o semblante rígido antes de se virar para atravessar a porta.

— Não antes de me falar o que tudo isso significa. – minha mão alcançou a sua num ato sutilmente desesperado.

— Você não quer descobrir, a única coisa que quer no momento é aquele canadense sem graça. – ela rosnou ao quebrar com urgência nosso contato.

— Não fale assim do Shawn. – a repreendo – Quando esse assunto passou a ser sobre ele? Você se quer o conhece.

— Você também não, mas adora pensar que um dia uma merda de um príncipe vai chegar num cavalo branco e te fazer feliz para sempre. E eu amo estragar esses seus sonhos estúpidos. – ela se virou novamente para poder me conceder a visão de seu olhar perversamente angélica.

Enquanto Houver SolOnde histórias criam vida. Descubra agora