Houve um tempo em que eu olhava nos olhos do meu pai
[...]
Aqueles dias se foram, agora as memórias estão na parede
Ouço os sons dos lugares onde nasci-Don't You Worry Child,
Swedish House MafiaHeidi e Gerald adentram a viatura juntamente do príncipe Brendon. O nobre senta-se ao lado de Alice e em frente à outra irmã. Gerald aparenta estar um tanto desconfortável, mas não comenta nada e fecha a porta do veículo. O motorista, do lado de fora, dá a partida com os cavalos e o transporte começa a balançar, dado que a estrada pelo qual passam é de terra e há muitas saliências no meio do caminho.
- Como a carruagem está andando se retiramos a roda de trás? - Gerald indaga, quebrando o silêncio.
- VOCÊ retirou! - Heidi defende-se, encarando ambos, indignada.
- Tínhamos uma reserva na lateral esquerda. - ele explica, ignorando o comentário da garota. - O chofer trocou assim que viu que foi excluída.
O Lançador assente, e a mudez volta a ser estabelecida entre eles. O único barulho que se é ouvido é o dos cavalos galopando na trilha. A paisagem do lado de fora é bela, cheia de árvores vivas e verdes, com flores nos troncos e pássaros nos galhos, construindo ninhos. Tudo parece tão harmônico, como a calmaria antes da tempestade. O único problema é que esta ainda não está identificada, e isso amedronta os quatro.
Brendon olha de relance para Gerald. Obviamente, ele não mostra-se confiável, tanto pelo seu jeito quanto pelas vestes que usa, mas o príncipe afasta este pensamento de sua cabeça rapidamente, afinal, se ele ajudou as meninas a saírem sãs e salvas, então ele certamente é de extrema confiança.
- Ester, não estamos prontos para ter esta criança! - falou ele, segurando o cesto no colo com o bebê, enrolado em cobertas. - Ele será amado bem cuidado por algum trabalhadores da vila, lhe garanto! Mas por nós, ele não receberá tudo que merece, não somos dignos de cuidar dele!
- Sinto-me culpada por abandoná-lo aqui, sem cuidado algum.
- Não se preocupe. - disse o homem colocando a cesta no chão. - Tenho certeza de que um dos vendedores ou fregueses perceberá um neném abandonado e virá buscá-lo.
- Ainda não sei como pode ter tanta certeza, Leonard. - Ester se ajoelhou e se aproximou do indivíduo deitado nas cobertas. Ele estava quase pegando no sono, completa e inteiramente alheio ao abandono que os pais estão fazendo. - Cuide-se. - a mulher beijou sua testa levemente e se levantou, ficando ao lado de seu marido, suas lágrimas prestes a cair.
- Aliás, tendo uma criança uzi em casa não é a melhor coisa do mundo, não é? - Leonard tentou quebrar o clima triste, mas a mãe sequer se esforçou para sorrir. Estava destruída internamente, queria sim cuidar daquela pequena e indefesa criança.
"Que chance ela terá contra o mundo que a espera?", ela se questionava, chorando litros externamente.
A mulher nem tentava contrariar o marido. Não seria escutada tampouco levada a sério, sua indicação ignorada na hora. Apenas porque ela era do sexo feminino!
Ester respirou fundo, se aninhando nos braços de Leonard enquanto iam para sua casa, a mulher completamente despedaçada por dentro.
Faria um ano neste dia que o menino - que ainda não foi lhe dado um nome - nasceu. Um ano tentando cuidar de um bebê irritante, que não tem um único controle sobre seus poderes. Um ano que a casa sobreviveu aos ataques de fogo do pequeno. Um ano em que Ester, finalmente, se sentiu feliz.
E agora, seu marido - a voz da relação - quer tirar a única felicidade de sua mulher. Esta não havia se sentido feliz nem no dia do próprio casamento, era uma sensação única e inesquecível.
Ela simplesmente não conseguia suportar o fato de ter que abandonar uma criança assim, para o mundo fazer tudo que há de mau com ela.
Brendon não lembra de seu primeiro ano de vida e, apesar de julgar isto como uma infelicidade, deveria agradecer. Seu pai o maltratava e a choradeira na casa era frequente.
A mãe tentava ajudar quando estava sozinha, mas o impedimento do homem era sempre maior e, como naquela época as mulheres não possuíam voz em um relacionamento amoroso, acabava que o esforço dela não adiantava de nada.
Apesar de ser uma dádiva o garoto não se lembrar de seus pais biológicos e de seu passado, consequentemente, o garoto não se recorda de ser uzi.
Apenas quando foi adotado e seu poder começou a se manifestar a cada dia que seus pais adotivos procuraram saber do que se tratava. Viajaram para as regiões mais populares de Daverden para descobrir sobre a origem da anomalia de seu filho, e ficaram cientes das espécies de fallaxes e uzis. Com um estudo mais aprofundado e aulas cinco dias por semana, o menino passou a ter um controle sobre sua cinese e raramente usava-a, apenas quando realmente era necessário.
Com o passar do tempo e com o recebimento da notícia de que seus pais biológicos, na verdade, não são aqueles que ele conhece, Brendon iniciou uma pesquisa e, depois de um tempo, conseguiu o resultado do casal Meuer, que morava um pouco afastado do centro do país.
Já o restante de sua família viva como irmãos, tios, primos e avós? Bom, ele descobriu que tem duas irmãs apenas, e elas estão, no momento, em sua frente e ao seu lado.
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Fuga Familiar (Não Revisada)
Fantasy"Viver a vida nunca foi fácil, mas continuá-la é ainda mais difícil." -Gerald Hertel, Capítulo Dezenove: A Vingança Será Feita Heidi e Alice sempre fugiam, desde o ataque. Até um dia, ao desenterrarem seu passado, descobrirem muito mais do que elas...