O grande torneio

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—Asmita, o que podemos esperar dessa flor? -perguntou Athena referindo-se a príncipe-negro.
—Minha deusa, essa flor se revelou para Albafica por algum motivo e infelizmente não consigo ver muita coisa sobre isso. Talvez tenhamos que nos atentar a ele e protegê-lo de futuras intempéries.
Athena apenas olhou para a flor e acenou com a cabeça concordando com Asmita.

As horas corriam rápido e logo chegou o dia da grande luta. Albafica ainda não havia se encontrado com Rocco para pedir desculpas sobre o acontecido de dois dias atrás, Shion se mostrou distante e também não apareceu nas últimas 48 horas.
—Mesmo que não tenhamos dormido no mesmo quarto eles poderiam ter me procurado! -pensou Albafica.
Os garotos que participariam da grande luta foram recolhidos num quarto um dia e meio antes, essa nova regra se deu desde que Shion fora capturado por outros cavaleiros do templo, e como Albafica não lutaria ele fora encarregado de muitas tarefas, toda essa ocupação fez com que ele e Rocco não tivessem uma conversa antes disso. Restava agora para o cavaleiro de Peixes esperar pelo término da luta para acertar as coisas com Rocco e para comemorar seu aniversário.

Era meio dia. Soaram as trombetas. Os garotos que competiriam entravam em fila indiana e alinhavam-se perante Athena, o mestre e perante os cavaleiros dourados que se dividiam em dois grupos logo abaixo da grande deusa. O torneio estava para começar e o mestre do templo levantou-se e recitou em alto e bom som o seu discurso.
—Mostrem-se dignos diante de Athena e diante dos astros. Façam uma luta justa e que os deuses vos abençoe!

Novamente as trombetas tocaram. Albafica que acabava de terminar suas tarefas na cozinha corria para o anfiteatro para não perder nem mais um minuto da luta.
O anfiteatro ficava abaixo do grande templo de Athena, aos pés da enorme estátua que construíram para homenagear a deusa. O local era circular com uma arena quadrada ao centro. A arquibancada era elevada como escadas e naquele momento já estava lotada.
—Puta merda, daqui de cima eu só consigo ver pontos pretos naquela arena! -Albafica reclamou. O local era ruim e longe da arena e a visão do cavaleiro de Peixes era turva. —Fazer o quê ne!? Agora é tentar distinguir meus homens naquela multidão!

—Meus filhos! -levantou Athena do seu trono e disse abrindo os braços. —Eu desejo toda a sorte à vocês, e peço que aqueles que não forem condecorados com armaduras não se frustrem! Os astros só escolhem quem realmente está preparado e tem chances contra os cavaleiros de Hades. Lembrem-se, todos vocês são especiais para mim e eu detestaria ver meus filhos morrendo por negligência minha!
Todos sabiam que estavam lutando para ter a honra de lutar na guerra santa que se aproximava, e que talvez fosse sua última luta, mas para cada um era um prazer enorme poder lutar em nome de um dos deuses do Olimpo.
A essa altura os jovens se aqueciam com suas espadas e o torneio começaria assim que fosse sorteada as duplas de luta.
—Peço que se acalmem por um momento! -pediu o mestre do templo. —Iremos neste momento sortear as 5 duplas!
Essa hora era muito importante e era necessário muito silêncio. Asmita de Virgem entrou na Arena naquele momento trazendo consigo uma caixa preta com detalhes em azul índigo. Dentro dela haviam várias pedras coloridas e dez delas foram colocadas na arena.
Asmita sentou-se em posição de lótus e começou a meditar ali na frente dos garotos, para muitos aquilo era novo e eles não entendiam o que se passava. De repente uma forte luz azul incendiou todo o anfiteatro e logo se concentrou num círculo em volta das pedras. Os cavaleiros de Manigold de Cancêr, Dohko de Libra e Aldebaram de Touro, que eram os únicos cavaleiros escolhidos ainda vivos, ajoelharam-se e emanaram seu cosmos. O cosmos de cada um saía de seus corpos com formas dos animais de seu signo e corriam para dentro do círculo azul índigo. Por sua vez, o mestre do templo ergueu suas mãos como se abençoasse a ação e seu cosmos emanava da ponta de seus dedos.
Era a vez de Athena. A deusa olhou para o céu e ergueu seu cajado. Uma aura roxo cintilante rodeava seu corpo enquanto seu cajado canalizava os raios solares. Uma enorme bola de luz roxa com nuances amarelo vivo se formou na ponta do cajado e Athena a atirou dentro do círculo azul índigo.
A forte luz explodiu levanto as pedras consigo. Os espectadores sentiram a explosão como uma vibração quente e afável.
—Meus guerreiros, fechem seus olhos e voltem suas cabeças para o céu. -pediu Athena gentilmente.
Num lampejo as pedras caíram e atingiram a cabeça de cada um dos dez garotos que lutariam pela armadura.
—Meu deus! Essa pedra vai matar eles! -gritou um garoto da plateia que nunca presenciara um torneio daqueles.
Alguns burburinhos eram ouvidos por toda a arquibancada, e Albafica ficava tenso com alguns comentários que ouvia.
—Espero que eles estejam bem! -pensava Albafica.

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