Eu te amo!

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O dia amanheceu ensolarado e hoje seria decidido quem levaria sua tão sonhada armadura.
Essa fase era particularmente a mais importante, porque agora os astros julgavam os cavaleiros e decidiam quem estava pronto.
Enquanto mortais, todos se mostravam aptos a defender Athena e tinham a benção da deusa, mas não cabia à eles decidirem o futuro. Os astros tinham planos da qual ninguém sabia, nem mesmo um deus encarnado.

Albafica não se continha de alegria por ver Rocco e Shion na fase final, restava agora apenas um passo para conseguir sua armadura.
Por todo o vilarejo era possível ouvir as músicas que eram tocadas em louvor aos astros e a Athena. A fase final do torneio começaria às 15 horas.
—Não posso me atrasar! Quero ver meus nenês recebendo as armaduras. -disse Albafica em voz alta.
—Do que está falando, garoto? -perguntou uma das senhoras rabugentas que cuidavam da comida diária do templo.
—Nada não madame Catarina.
Por vezes Albafica quase expôs seus sentimentos para todo mundo. Ele era descuidado e aquilo poderia prejudicar ele no futuro.

O relógio bateu 14:30. As pessoas do vilarejo se acomodavam no anfiteatro e não era diferente para Albafica que escapou da cozinha antes de terminar suas tarefas.
—Capaz que madame Catarina me verá hoje de novo naquela cozinha! -pensou Albafica consigo que logo se questionou ao olhar para o centro da arena. —Que merda é aquela?
Todos podiam ver uma estrutura sendo montada em sua fase de finalização. Ninguém entendia muito bem o porquê daquele palco, afinal, cada cerimônia era diferente. Os astros pediam coisas diferentes e inusitadas a cada entrega de armadura.
—Deve ser ali que eles vão subir pra pegar a caixa com a armadura! -concluiu Albafica.
Faltavam dez minutos para as 15 horas e todos os cavaleiros de ouro já estavam no local junto da deusa Athena e do mestre. Não demorou muito para que eles se organizassem em seu lugares e se preparassem para o fim do torneio. Tudo estava no lugar e o mestre do templo começou.
—É uma honra ter todos vocês aqui e quero parabenizar aos garotos que chegaram tão longe nesse torneio. O amor de vocês por Athena é que os trouxe até aqui, e para quem ainda não conseguiu, não desista! Não deixem seus sonhos para trás! -o discurso motivacional foi breve, o mestre do templo sempre foi um homem que odiava enrolações. —Agora, entrem e se apresentem à deusa e aos astros Exzavier, Klat, North, Reig, Rocco e Shion!
Palmas eram ouvidas por todo o anfiteatro e Albafica vibrou um pouco mais quando ouviu o nome de Rocco e Shion.
Athena se levantou num breve momento para abençoar os garotos com seu cajado. Em seguida eles se levantaram e o mestre do templo continuou a conduzir a cerimônia.
—Assim como os astros, vocês devem brilhar! De várias cores e nuances. Explodam seu cosmos!
Era uma metáfora. E naquela hora o mestre acenou para que os cavaleiros de ouro se apressassem em pintar os garotos da cintura para cima.  Os meninos só usavam uma calça de um fino tecido marrom e com pés descalços, aquela vestimenta com o peito nu era a exigida em todas as condecorações, pois sempre era usada tintas para alegrar os astros. As pinturas a serem feitas nos corpos jovens e cheio de músculos eram como pequenas manchas feitas com as pontas dos dedos e de várias cores.
Rocco e Shion que estavam de olhos fechados sentiam os toques dos dedos dos cavaleiros de ouro encostando em sua pele e ambos só conseguiam pensar em Albafica.
—Será que ele está lá na plateia pensando em mim? -pensaram em sintonia.

As manchas foram feitas. Elas representavam o universo com suas várias estrelas, galáxias e planetas. Era particularmente engraçado, tanto que na arquibancada era possível ouvir alguns risos.
—Agora que estão como as estrelas, subam no pequeno palco de madeira de cabeça baixa mostrando respeito aos astros. -ordenou o mestre em voz baixa.
Os garotos subiram. O pequeno palco de madeira fora montado com um cubículo em bronze bem no meio, os jovens não entendiam, mas por instinto ficaram no meio daquele quadrado.
—Agora eu preciso da confiança de vocês. -disse o mestre do templo que ordenou que líquido inflamável fosse jogado sobre os garotos.
—Eii...eii... espera aí! Ninguém me falou que teria fogo não! Eu não quero ser assado vivo! -Klat se mostrou amedrontado e sem confiança no mestre do templo.
—Meu filho, você pode se retirar se quiser.
—É isso mesmo que vou fazer!
O anfiteatro ficou totalmente em silêncio. Aquilo era incomum de acontecer. Mal sabia Klat que os astros o rejeitaria em qualquer outro templo e em qualquer outro tempo em que ele decidisse tentar ser um cavaleiro dos deuses. Aquilo era uma afronta e os astros permitiram que Klat fosse tão longe nos desafios anteriores por um motivo. Klat era mentiroso, ambicioso e traiçoeiro. Ele ameaçava qualquer um que entrasse em seu caminho e se fazia de santo perto dos grandes cavaleiros e de Athena.
Do jeito que ele foi exposto no anfiteatro todos os veriam com olhar de receio, nojo e covardia e ele teria muitas dificuldades em constituir família depois disso. Klat não teria mais sua influência imposta a mais ninguém.
–Mais alguém pretende desistir? -perguntou o mestre do templo.
-O silêncio ainda reinava na arena e nenhum dos garotos que ainda estavam ali se pronunciou. —Sendo assim, vamos seguir!
Todos viram Athena se levantando do seu trono e com um golpe de seu cajado ela criou uma enorme chama em uma das tochas que ali estavam.
—Asmita, prossiga com o ritual, por favor! -pediu Athena gentilmente.
Asmita se dirigiu à tocha e a pegou com a mão esquerda. O mestre do templo fez um rastro com o líquido inflamável para a segurança de todos e acenou para que Asmita terminasse o processo.
Na plateia todos ficaram boquiabertos com o que presenciavam. Alguns não podiam ver a cena dos jovens sendo queimados vivos e Albafica eram um deles. O cavaleiro de Peixes apenas abaixou a cabeça e chorou ao pensar no que estava por acontecer.
A tocha que estava com Asmita foi jogada no rastro feito pelo mestre com o líquido inflamável e em poucos instantes o pequeno palco de madeira estava em chamas. Por 08 minutos elas arderam, e junto com as chamas, Albafica ardia em dor por achar que nunca mais veria Shion nem Rocco.
—Eu não acredito que não tivemos tempo de dizer adeus. Shion, eu te amo.
A verdade era que o cavaleiro de Peixes sentia muito mais por ter perdido seu grande amor!

 A verdade era que o cavaleiro de Peixes sentia muito mais por ter perdido seu grande amor!

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Então pessoal. Acabou! Bjs e até a próxima. 😘❤️

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