Depois de sair da sala de jantar, fui diretamente para o quarto em que me hospedaram, trocar de roupa. Pelo que notei quando estava procurando uma roupa mais cedo, ele havia comprado alguns pijamas. Park Duck Young era precavido.
Quando terminei de me arrumar para dormir, me deitei e apaguei rápido demais para minha surpresa. Embora precisasse pensar em várias coisas para tentar manter a cabeça no lugar - ou não - felizmente estava cansada o suficiente para dormir rápido.
No dia seguinte acordei às oito e desci às oito e meia para tomar café da manhã. Dong Yul não estava na cozinha e quando apareceu eu já havia terminado de comer.
- Bom dia, senhora Min!
- Bom dia, senhorita!
- Onde está o Duck Young?
- O senhor Park foi trabalhar. Disse que ficaria o dia todo fora e que a senhorita poderia fazer o que quisesse contanto que não saísse de dentro da casa.
- Ah tá bom! - reclamei e não pude evitar revirar os olhos.
Depois do café me levantei e caminhei até a porta, pronta para sair, mas parei quando lembrei que não saberia voltar. Eu e minha mania irritante de querer contrariar as ordens que me eram dadas. Desta vez em minha defesa, seria um saco ficar o dia todo dentro de uma casa que não era a minha e sem saber o que fazer. Me virei para Dong Yul.
- A senhora precisa sair hoje?
- Sim. Estava de saída agora para ir ao mercado. A senhorita quer vir?
- Só se a senhora parar de me chamar de senhorita.
- Não sei se devo...
- Deve sim! Eu é quem devo me referir a senhora assim. Me chame de Júlia ou Ana Júlia. Pode ser?
- Pode ser, Ana Júlia. - respondeu relutante.
O supermercado era perto de casa, então fomos andando e conversando no caminho.
- Você me lembra muito minha filha.
- Mesmo?
Eu sabia que Dong Yul tinha uma filha porque a mencionei uma vez durante o livro, mas não cheguei a moldar uma personalidade ou uma aparência para ela.
- Sim. Ela me lembra muito você. É muito boa para a mãe, muito paciente, me ajuda em tudo e cuida muito bem de mim, ela até briga por que estou trabalhando muito. Mas não estou, você entende, não é? Eu apenas comando a casa, dou as ordens, cuido das refeições e cuido do senhor Park. Você viu, não é muito, mas mesmo que fosse, eu preciso do emprego para manter a casa e os estudos da minha menina. Ela tem uma educação de qualidade em uma das melhores escolas do país e no próximo ano ela vai para a faculdade. Vai fazer medicina!
Ela dizia cada palavra com um sorriso tão sincero e um brilho imenso nos olhos, que me tocou de verdade.
Nota mental: Pensar em algo para ajudar Dong Yul.
- Minha mãe é médica. Neurocirurgiã. Eu tenho muito orgulho dela, só acho ruim que ela passe muito tempo fora de casa. Contudo fico muito feliz por ela estar realizando seu sonho.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quando Tudo Se Torna Real
FantasyAna Júlia é uma jovem universitária brasileira, que escreve como uma forma de lidar com certas frustrações da vida e, principalmente, de se livrar do tédio. Ela cria um mundo fictício, espelhando-se no mundo real e em seus entes queridos. Júlia te...