Quando ele chega?

279 19 8
                                    

ㅡ Ainda bem que vocês chegaram! ㅡ Sarah agradeceu, no instante em que passamos pela porta da frente.

ㅡ Olá para você também, Sarah. Como vai?

ㅡ Olá, Ana Júlia. Esta pessoa, vai bem impaciente. ㅡ apontou para si mesma. ㅡ Eu tive que ficar aqui o dia todo, porque o Duck Young disse que você tinha problemas para resolver e não podia ir te buscar de manhã cedo e ao invés de ficar aqui e me ajudar, o que ele fez? Foi visitar a mãe!

ㅡ Faziam muitos dias que não nos víamos! ㅡ ele se defendeu.

ㅡ Para ela foi como se fosse ontem! ㅡ ela justificou. ㅡ Eu tenho que estar no escritório às duas horas e já são... ㅡ checou o relógio de pulso dourado, que havia sido um presente da mãe. ㅡ meio dia e cinquenta. Acho bom dar um jeito nisso bem rápido, só posso atrasar dez minutos. No máximo.

ㅡ Eu disse que quando ela precisa descontar a raiva... ㅡ Duck Young sussurrou perto do meu ouvido e precisei me segurar para não rir. Ninguém ciente do perigo seria louco o bastante de rir enquanto levava um sermão de Choi Sarah.

ㅡ Então, qual é o problema? ㅡ perguntei após fingir uma tosse, para disfarçar uma breve risadinha. 

ㅡ Ah, minha querida, Ana Júlia, o problema vai passar por aquela porta a qualquer momento. ㅡ ela apontou para a porta da cozinha.

ㅡ Por que o nosso problema passaria pela porta da cozinha?

ㅡ Você vai ver.

No segundo exato em que Sarah terminou de falar, Dong Yul passou pela porta da cozinha e... sorriu? Um sorriso caloroso como os que você destina pra alguém que conhece.

ㅡ Ana Júlia. É bom ver você!

Virei meu rosto devagar na direção de Sarah, meus olhos arregalados e as sobrancelhas arqueadas, tentando demonstrar a pergunta. Ela apenas cruzou os braços e inclinou a cabeça para o lado, como se dissesse, me diz você!.

ㅡ Dong Yul! ㅡ forcei um sorriso. ㅡ é bom ver a senhora também. 

ㅡ A senhora poderia nos trazer chá, por favor? ㅡ Duck Young pediu.

ㅡ Quatro xícaras, por favor e... ㅡ Sarah completou.

ㅡ Café para você. ㅡ Sarah sorriu e assentiu. ㅡ Voltarei logo trazendo o chá.

Ela se retirou e me virei para os dois, que estavam lado a lado. 

ㅡ O que aconteceu? Ela não deveria se lembrar de mim!

ㅡ Bom... ㅡ Sarah sentou sofá e cruzou as pernas. O pé balançando, com o scarpin preto. ㅡ É o que queremos que você, nos diga.

Duck Young se sentou ao lado dela e eu me sentei no sofá em frente.

ㅡ Ana Júlia, ㅡ ele começou. ㅡ o que exatamente você escreveu quando quis dizer que as pessoas não se lembrariam?

Inclinei a cabeça enquanto pensava... "ninguém além de quem realmente deveria se lembrar, saberia o que realmente aconteceu"? Era isso? Se não era, provavelmente era algo parecido.

ㅡ Eu acho que acabou sendo algo meio ambíguo... ㅡ fiz uma careta.

ㅡ Ambíguo quanto? ㅡ Sarah insistiu.

ㅡ Hã... Alguma coisa como só iria lembrar quem deveria lembrar?

ㅡ Eu não acredito nisso... ㅡ Duck Young reclamou, enquanto massageava as têmporas, com o indicador e o anelar da mão direita. ㅡ E o que vamos fazer agora? ㅡ os dois se viraram para mim.

Quando Tudo Se Torna RealOnde histórias criam vida. Descubra agora