— Oi, Júlia! — Vovó me cumprimentou assim que me viu. — Quando você chegou?
— Acabei de chegar.
Sarah virou a cabeça para trás e acenou sorrindo.
— Olá. — cumprimentou ela.
— Oi. — respondi, acenando também.
— Essa jovem veio te visitar hoje. Ela me disse que era amiga do Park Duck Young. — informou.
— Essa é a Sarah, ela é a noiva do Duck Young.
— Ah, sério? — perguntou, então depois retornou sua atenção para a mulher sentada. — Você deveria ter me dito!
Minha avó ficou realmente surpresa e Sarah ficou visivelmente sem graça. Acho que não me lembrei de mencionar que ele tinha uma noiva já que aqui sua "namorada" sou eu. Mesmo que de mentira, já estava se tornando uma rotina fingir.
— Ana Júlia, não precisava ter dito isso... — comentou, com um sorriso forçado no rosto, enquanto minha avó segurava sua mão e falava coisas as quais eu não estava prestando atenção. — Tudo bem, sem problemas! — Sarah respondeu sorrindo.
A mesa de centro estava cheia com as coisas que minha avó mais gostava de comer. Sarah já estava experimentando o melhor da culinária mineira.
— Ana Júlia, isso é muito bom! — elogiou, mudando de assunto. — Essa coisa de queijo...
— Pão de queijo. — corrigi.
— Isso! É tão... único! E esse...
— Bolo de fubá. — Vovó completou.
— É muito bom! Você precisa levar quando for ao mundo... — ela parou. — Você sabe. Eu amei, muito obrigada pelo lanche delicioso, senhora.
— Ah, querida, não precisa agradecer! — Minha avó levantou do sofá, pegou a bolsa e o tablet na escrivaninha. — Bom, eu preciso resolver algumas coisas, fiquem à vontade, meninas!
— Nós vamos conversar lá fora, pode ficar vovó.
O escritório dela era considerado mais sala, que a própria sala. Tinha um sofá e duas poltronas com a mesa de centro, para receber visitas, a escrivaninha com o computador e várias estantes com livros e revistas de moda. Minha avó passava mais tempo lá que em qualquer outro lugar da casa, consequentemente nós também, por isso chamávamos mais de sala que de escritório.
— Eu preciso mesmo visitar um fornecedor hoje. Fiquem à vontade, só não suma sem avisar, Júlia.
— Pode deixar! — sorri.
Ela partiu, enquanto eu e Sarah seguimos para a área externa da casa.
— A casa é linda! Seus avós moram aqui sozinhos? É bem grande. — perguntou, no caminho enquanto passávamos pela cozinha.
— Sim. Eles moram, mas tem a secretária da minha avó, a Estela, que passa quase todo o dia aqui com ela e tem a Marta. — Apontei para a moça que cuidava do jardim, alguns metros após a piscina, quando saímos. — Ela vem três dias na semana para ajudar com as tarefas da casa e o almoço às vezes. Eu e a minha mãe moramos em uma casa perto do hospital onde ela trabalha, nos mudamos para ficar mais perto. Fico muito aqui, principalmente quando minha mãe está de plantão e viemos muito nos fins de semana também.
— Entendi. A casa é realmente grande. Sua avó me mostrou algumas partes. É bem bonita, ela tem bom gosto!
Sarah sentou em uma das cadeiras perto da piscina, cruzou as pernas, tirou o óculos do bolso superior do vestido e o colocou no rosto. Ela estava usando um vestido preto, de saia rodada e manga curta. Era bonito e o scarpin vermelho dava um toque Sarah. Ela estava estilosa até no calor brasileiro de, quase, meio de fevereiro.
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Quando Tudo Se Torna Real
FantasiaAna Júlia é uma jovem universitária brasileira, que escreve como uma forma de lidar com certas frustrações da vida e, principalmente, de se livrar do tédio. Ela cria um mundo fictício, espelhando-se no mundo real e em seus entes queridos. Júlia te...