Pov Leila
Sempre gostei de ser popular, e o facto de até ter a imagem perfeita sempre me ajudou: loira de olhos azuis, era a menina dos olhos dos meus pais até ela nascer...Carla. Quando os meus pais me contaram que eu ia ter uma irmã ou um irmão não fiquei extasiada, não sinceramente não gostei da ideia. Por isso sempre disse que queria um irmão, pelo menos assim eu continuaria a ser a única princesa da família.
Contudo isso não aconteceu, e em vez de uma irmã eu tive duas. Sim, a minha mãe teve gémeas, Carla e Cátia. Infelizmente, ou felizmente para mim, o parto correu mal e uma delas morreu logo após o seu nascimento, enquanto a outra patinha feia ficou no hospital durante meses. Rezei para que ela também não resistisse, mas para meu desespero e alegria dos meus pais ela conseguiu sair daquele hospital com vida.
Quando Carla veio para casa, passou a ser o centro da atenção de todos, e eu que sempre fui a princesa do meu pai passei para segundo plano, Carla para além de ser a "gémea que sobreviveu" era a cópia perfeita do meu pai: cabelo castanho claro e olhos castanhos. E de repente eu deixei de existir, tudo girava à volta daquela pirralha, tudo o que ela fazia era perfeito, e eu...eu fui descartada, era mais velha por isso podia cuidar de mim, tinha que ser crescida porque a minha "maninha" era mais frágil.
E assim fomos crescendo, na frente de todos eu era a irmã mais velha maravilhosa, porém pelas costas de todos eu era a pior de todas, e por mais que eu a humilhasse ela tinha-me como alguém a idolatrar, chegava a ser cansativo e enjoativo. No entanto, e graças a Deus a minha popularidade nunca foi ameaçada por aquela mosca morta, ela era considerada por todos os meus colegas alguém insignificante, era "a nerd" da escola, a menina dos papás...e eu fazia de tudo para que a vida dela na escola fosse a mais difícil possível, mas sem ninguém nunca se aperceber que eu estava por trás de tudo o que lhe acontecia.
Quando finalmente acabei os estudos obrigatórios não quis seguir para a faculdade, nunca gostei de estudar, ao contrário da mosca morta. Então surgiu uma oferta do fotografo que fez as fotos do Baile de Finalistas para fazer um book, claro que aceitei na hora. Contudo, precisava de dinheiro para o fazer, consegui convencer a minha mãe a dar-me o dinheiro pedindo que não contasse nada ao meu pai, sei que ele nunca iria permitir. Ela hesitou um pouco, mas com algum jeito consegui convencê-la. Este book era a minha oportunidade para ter uma vida fora daquela cidadezinha, por isso prometi que se caso aquilo desse em alguma coisa contaríamos ao meu pai, mas que naquele momento era apenas um momento de diversão.
Passado alguns meses, que para mim foram um suplício, pois o meu pai obrigou-me a trabalhar na loja, o fotografo contactou-me. Fiquei feliz da vida quando ele me disse que havia uma agência de modelos que tinha ficado interessada em assinar contrato comigo. Pulei de felicidade, o que mais sonhei iria tornar-se realidade: eu ia sair daquela cidadezinha e viver uma vida de princesa. Eu ia ser modelo, eu ia viajar, ia conhecer o mundo...claro que eu sabia que não ia ser assim de um dia para o outro, mas eu tinha os meus trunfos e iria chegar ao topo bem depressa.
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Revivendo o Presente CONCLUÍDA
FanficReviver o passado é supostamente impossível, ou será possível revive-lo presente. Mas se é passado como o podemos viver no presente? Li uma vez que os sonhos são a realidade que sonhamos, enquanto vivemos a nossa realidade num sonho. Então se seguir...