Pov Ana
Os dias foram passando e se Deus quiser vou sair hoje...sim finalmente vou para casa, já não aguentava mais este quarto, estas paredes, médicos e enfermeiras, eu não fui feita para estar parada. O que tem sido o meu maior desafio, isso e a minha má disposição que acompanha todo este drama de não poder fazer nada. Coloquem em cima o mau humor típico e normal de uma mulher grávida com as hormonas completamente em histeria...não é fácil.
Christian sofre com estas minhas mudanças de humor, e tem tido a paciência de um santo. Eu no lugar dele já tinha feito as malas e fugido...é que nem eu me aguento. Hoje ele não pode vir, então quem está comigo é a Nora, que já virou quase uma mãe para mim. Nora trabalha com os Grey desde que Grace adoptou Christian, ela nunca quis deixar os filhos para segundo plano e sempre foi daquelas médicas que defende que a família vem em primeiro lugar e só depois vem a carreira.
Por isso decidiu fazer menos horas no hospital, fazia apenas um plantão por semana. Porém sentiu necessidade de ter alguém para a ajudar a tratar dos dois rapazes e foi aí que entrou Nora...a melhor babá do mundo segundo o Christian. Malu está aconchegada a mim, ela não quer ficar em casa sem mim...então passa os dias comigo aqui no hospital, embora não goste da ideia, ela só para de chorar quando vê a porta do hospital.
- Estou muito feliz por vocês minha querida, e este bebé vai ser muito amado...para começar vai ter 4 avós babadas por ele...
- Quatro?- pergunto e começo a pensar na Grace, na minha mãe, em Nora e Gail...- Vocês vão estragar esta criança, não sei com quem vou ter mais trabalho, se com ele, se com vocês.
- Não seja assim, dar mimo não quer dizer estragar com mimo...há uma grande diferença, a Malu é amada por todos nós e não é mimada...pois não meu amor?
- Mamã? A Mahu é "mada"...?- pergunta a minha menina com os olhos muito esbugalhados...
-Não meu amor, a Malu não é mimada...a minha princesa é muito linda...- e aperto-a ainda mais...como eu amo esta menina...- Eu sei...desculpa Nora...mas é que não vejo a hora de sair daqui, voltar a fazer a minha vida...
- Ana...sabe que tem que continuar em repouso...- não a deixo terminar, eu pretendo convencer o médico a liberar-me desse "repouso", não posso, nem quero ficar meses fechada num quarto ou numa casa sentindo-me uma inútil.
- Gravidez não é doença...- Nora olha para mim, como a minha mãe olhava quando reclamava de algo...- eu sei...eu sei que tenho que ficar quieta.
- Ainda bem que sabe...é para seu bem e do bebé...E a Malu vai-me ajudar nessa tarefa, não é amor
- Sim...- e dá um sorriso maroto, juro que esta menina nasceu toda Christian...igual ao pai até nos seus jeitos, nas atitudes...
- Só acho que vou morrer antes do meu filho nascer...- e nisto alguém abra a porta...alguém que apenas a menção do seu nome me faz entrar em pânico...
- Eu acho que posso providenciar isso...- Bob entra e antes mesmo de Dora tentar alguma coisa, já ele a agarrou e lhe injectou algo que eu não percebi o que era.
- Mamã...- a minha menina está assustada, enquanto Bob está ocupado a pôr Nora no cadeirão coloco a minha filha no chão...- Vamos jogar um jogo...vais esconder-te e a mamã já te vai procurar? Vai amor...- e vejo a minha menina a esconder-se atrás dos grandes cortinados que existem na janela do quarto, não posso deixar Bob fazer-lhe mal...simplesmente não posso.
- Bob...por favor...eu...- vou apelando, quase sussurrando porque a minha voz parece que sumiu. ele vai-se aproximando e apesar de estar em pânico, concentro-me na minha respiração...eu tenho que me manter calma, pelo meu bebé. Sinto algo picar-me, sei muito antes de ver que ele me injectou algo também a mim...e de repente tudo está negro...acabou.
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Revivendo o Presente CONCLUÍDA
Fiksi PenggemarReviver o passado é supostamente impossível, ou será possível revive-lo presente. Mas se é passado como o podemos viver no presente? Li uma vez que os sonhos são a realidade que sonhamos, enquanto vivemos a nossa realidade num sonho. Então se seguir...