Pov Ana
Sinto o toque de alguém, é leve e cheio de carinho, de amor. O cheiro lembra-me da minha mãe, lembra-me dos dias em que fomos felizes, verdadeiramente felizes. Onde existia a minha mãe, eu e o meu pai. Sim eu era feliz...muito feliz. Sou transportada para o mundo dos sonhos onde tudo deveria virar realidade.
"Estou no jardim, no nosso jardim...vejo a mamã e o papá lá ao longe. Eu corro para eles, mas quanto mais eu corro mais longe eles ficam. Chamo-os, grito por eles, peço que esperem por mim, porém eles cada vez mais estão mais longe.
- Mamã, Papá. Esperem por mim...não vão...por favor...
De repente deixo de ver o papá, ele desapareceu. A minha mamã vem ter comigo, diz que o papá foi para longe, que nunca mais vai poder voltar, choro, sinto o meu corpo a tremer. O Papá, o meu herói, o meu rei foi-se embora para sempre. Quando volto a olhar para a mamã vejo um outro homem com ela, no entanto não é o papá. Não gosto dele, tem cara de mau. A mamã diz que aquele vai ser o eu novo papá, eu não quero um novo "papá", eu tenho o meu papá...o papá Ray.
Ao lado do "Papá "Bob aparece uma mulher, a mamã diz que é minha tia. Também não gosto dela, tem um sorriso feio. Enquanto a mamã vai com o "papá" Bob, a tia fica comigo, ela bate-me e ri. Grito pela mamã, mas ela não ouve. Choro, grito mas ninguém me ouve: nem a mamã, nem o meu novo "papá", nem o meu avô e a minha avó que vieram fazer uma visita. E a "tia" continua a bater-me, com a mão com o cinto...e eu choro.
A mamã está a chorar, ela tem um dói-dói no olho, ela pede para ir para o quarto mas eu não quero...a mamã está a chorar muito e eu abraço-a. Vejo o "papá" Bob e "tia" a vir, estou com medo. O "Papá" pega em mim, ele diz que vai brincar comigo, a mamã grita diz que não, para lhe fazer mal a ela, mas para não tocar em mim. Mas eu quero brincar com este "papá", ele nunca brincou comigo antes, porque será que a mamã não deixa ele brincar comigo.
A mamã está com uma barriga grande, ela dize-me que eu ia ter uma irmã, e que nós tínhamos que a defender do Bob e da Leila, eu tinha medo deles...muito medo. Mas se era para defender a minha mana eu iria fazer tudo o que eles pedissem. A minha mana nasceu é linda, o Bob e a Leila não gostam dela, mas deixaram-nos ficar com ela desde que ela se porte bem.
Cheguei da escola com a mamã e a mana...o Bob e a Leila estão na sala. Quando nos veem tentam agarrar a Paulinha, eu não deixo. Ela não...a Leila bate-me, eu caio e bato com a cabeça num mesa. Levam-me para o hospital, a policia simpática diz que não vamos voltar mais para casa...a mamã está ao meu lado, onde está a Paula? "
Acordo, ouço a voz da Dra. Grey, da minha mãe e de Christian. Eles estão a falar sobre contar ou não a verdade à Paula. A minha cabeça dói, não consigo abrir os olhos, deixo-me estar com os olhos fechados enquanto escuto a conversa deles.
- Acho que chegou a hora de contar à Paula o que aconteceu no passado...ela tem o direito de saber e...- diz a Dra. Grey.
- Não. Eu nunca lhe vou dizer...ela nunca vai ficar a saber que...não...- a minha mãe diz autoritária, eu sei que não quer contar, mas neste momento não sei se temos outra hipótese .De repente ouço Christian.
- Eu sei que algo de grave se passou, e pelos vistos a minha mãe e até o meu pai estão ao corrente de tudo. Aliás agora percebo o porquê da super-protecção que o Dr. Carrick tem pela Ana. Mas se tudo isto envolve aquele casal eu preciso de saber...não só pela Ana, mas pelas duas meninas, sendo que uma delas é minha filha, e que com toda a certeza foram maltratadas por esse...
- Christian. Eu sei que estás nervoso e...- Grace tenta falar, mas Christian não a deixa acabar.
- Nervoso é pouco...estou furioso, estou com um ódio enorme...de mim, de Amélia, do mundo. Eu não consegui proteger a minha filha, e não a consegui proteger a ela.- diz Christian e consigo perceber o desespero na sua voz.
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Revivendo o Presente CONCLUÍDA
FanficReviver o passado é supostamente impossível, ou será possível revive-lo presente. Mas se é passado como o podemos viver no presente? Li uma vez que os sonhos são a realidade que sonhamos, enquanto vivemos a nossa realidade num sonho. Então se seguir...