So Far Away || Marc Márquez

26° Capítulo

Marc

Tinha acabado de aterrar em Barcelona é ainda com um pouco de sorte conseguiria ver a Mariza antes que a mesma se vá embora.
O meu voo chegou adiantado meia hora o que significa que provavelmente ela ainda poderia estar a fazer o check-in.

- Mesmo que a encontres provavelmente ela não vai querer falar contigo. - Disse Alex, o que me fez revirar os olhos e bufar.

- Ela disse que preferia falar comigo pessoalmente. - disse eu. - E não me enerves mais do que eu já estou, coño.

- Põe-te no lugar dela e diz-me o que farias. - ele lançou um riso seco e logo ficou sério de novo.

Não queria responder pois sabia perfeitamente que se estivesse no lugar dela faria exactamente o mesmo ou pior. Se alguém me fizesse o que lhe diz talvez fizesse o mesmo e apenas não responderia mais ás mensagens ou a qualquer telefonema mesmo isso sento um acto de pura infantilidade.
Não lhe quis dar a razão e apenas fiquei calado.

Assim que conseguimos as nossas malas saímos dali e fomos até ás filas de onde se faziam os check-in procurando pela loira que me tem andado a tirar o sono e tudo isso por culpa minha.

- Eu não a vejo. - disse Alex olhando para todo o lado.

- Dá-me o teu telemóvel. - pedi levantando a minha mão para que o meu irmão me entregasse o seu telemóvel.

- Para quê? - perguntou arqueando uma das suas sobrancelhas.

- Dá-me o telemóvel Alex! - exigi e este tirou o telemóvel só seu bolso, bastante contrariado, e entregou-me o mesmo.

Mensagem para Mariza:

- Já foste embora?

Mensagem de Mariza:

- Porque perguntas?

Mensagem para Mariza:

- Só te queria desejar boa viagem.

Mensagem de Mariza:

- tão querido!
- Infelizmente estou atrasada e presa dentro de um Táxi no trânsito de Barcelona.
- Só espero não perder o voo.

Era apenas o que eu precisava de saber.
Ela ainda não tinha embarcado naquele avião e provavelmente não o chegaria a fazer visto que já são 11h10 e o seu voo seria dentro de 10 minutos.
Sorri feito parvo para o telemóvel e o meu irmão arrancou-me o mesmo da mão lendo as mensagens que havia trocado com Mariza.

- Tu tens tanta sorte meu irmão. - ele riu fraco. - Parece que Deus está do teu lado.

- Isto é apenas um aviso de que da proxima vez não terei uma outra oportunidade. - disse eu agora nervoso e impaciente.

- Espero bem é que não haja nenhuma próxima vez. - Alex disse com um ar ameaçador.

Arrastei a minha mala e sentei-me num banco perto da entrada do aeroporto para que mal a Mariza entrasse eu pudesse ir directamente falar com ela.

- Ela não vai conseguir chegar a tempo. - disse Alex olhando para o seu relógio de pulso.

- Ainda bem.- disse eu quase num sussurro.

- Estás a ser egoísta! - ele disse. - Ela tem família em Portugal e muito provavelmente não tem o mesmo dinheiro que nós para poder comprar passagens quando quer e lhe apetece.

- Desculpa, falei sem pensar. - suspirei.

- Esse é o teu problema, tu dizes e fazes coisas sem pensar e olha no que dá. - assim que ele terminou de falar eu olhei para a porta que se abriu lentamente mostrando a loira que eu tanto esperava.

Logo me levantei do banco e caminhei apressadamente até á mesma.
Estava tão nervoso que as minhas pernas precisam estar pesadas, as minhas mãos transpiravam e i meu coração batia mil vezes mais rápido.

Assim que a loira me viu parou no sítio onde estava e olhou para o seu relógio bufando.

- O que é que tu estás aqui a fazer? - perguntou bastante seria e com um tom de voz bastante frio. - Já não bastava ter perdido o voo.

- Eu preciso de falar contigo Mariza. - eu disse um pouco a medo visto que era notável a sua mágoa no seu tom de voz.

- Eu tenho coisas mais urgentes para tratar neste momento Marc. - as suas palavras magoaram-me não posso negar mas talvez eu tenha merecido. - Tenho de encontrar um voo para Lisboa o mais rápido possível o que me vai custar dinheiro que eu não tenho.

- Ouve-me porfavor. - eu tentei agarrar as suas mãos mas foi em vão pois a mesma afastou-se de mim.

- É melhor não te aproximares demasiado de mim ainda te apegas e tal como o Valentino disse, isso não seria nada bom para ti. - ela disse com ironia.

- Porfavor Mariza! - pedi mais uma vez. - Eu fui um idiota, eu sei que ele tem razão mas também sei que nós não temos de ser iguais aos outros e que talvez se tentarmos consigamos superar qualquer distância.

- Mas sabes, agora que está com dúvidas sou eu e não é só em relação a distância. - ela disse dando-me mais uma facada no peito apenas com palavras.