8° Capítulo

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Tentei fazer a minha melhor cara e não pensar no passado para que nenhum dos dois percebesse que eu não estava muito bem naquele momento.
Assim que Marc me indicou o caminho para a cozinha e me mostrou onde tudo se encontrava eu decidi fazer uma especialidade minha e não não era comida portuguesa porque eu adoro comida portuguesa mas a comida italiana é a minha favorita por isso escolhi fazer Carbonara que é um prato simples de fazer e bem rápido.

- Precisas de ajuda? - perguntou Marc.

- Não, só preciso de saber se vocês gostam de comida italiana. - disse eu virando-me para o moreno depois de pôr uma panela com água no fogão.

- Sim gostamos, posso saber o que vais fazer para o jantar? - perguntou  o moreno sentando-se na ilha da cozinha.

- Carbonara. - respondi.

- Adoro. - disse ele sorrindo e dançando como uma criança. - então podes falar-me mais de ti.

- Não sou assim tão interessante. - disse eu pegando no sal e meti na panela.

- Tenho a certeza de que isso não é verdade. - insistiu. - Vá lá, eu por exemplo estou interessado em saber mais sobre ti e tu não me vais fazer uma desfeita pois não?

- Está bem... - eu suspirei. - Eu chamo-me Mariza como sabes, tenho 24 anos e sou portuguesa. Vivo em Lisboa com a minha mãe e o meu irmão e tenho uma loja online. Como podes ver eu não sou interessante.

- Então e o teu pai? - perguntou o moreno e eu voltei a virar-me para o fogão. - Disse algo que não devia?

Não sabia o que dizer naquele momento nunca falei sobre isto com ninguém mas de repente senti uma confiança enorme sobre o Marc e tinha vontade de desabafar com ele mas ao mesmo tempo não queria ser uma coitadinha que perdeu o pai.

- Desculpa Mariza já percebi que não foi a melhor ideia fazer-te esta pergunta. - disse ele agora mais perto de mim.

Assim que ele acabou de falar eu virei-me para o mesmo e não tinha a noção do quão perto ele estava só quando me virei e que pude ver que não havia muita distância entre nós.

- Mas quero que saibas que apesar de nos conhecermos há pouco menos de uma hora, podes confiar em mim e contar-me o que te atormenta. - Disse o moreno passando a sua mão pelos meus cabelos.

Será possível que com apenas um olhar e algumas palavras bonitas nos apaixonarmos por uma pessoa?
Ele é tão bonito, tão carinhoso, simpático e atencioso que eu chego a acreditar que o amor á primeira vista e bem real e que está a acontecer comigo agora mesmo porque eu já não consigo tirar os meus olhos dos seus.

- O meu pai morreu há 10 anos atrás. - eu disse agora desviando o meu olhar do seu. - Ele morreu num acidente de Mota.

- Eu até te pedia desculpa por te ter feito tocar nesse assunto mas não o vou fazer porque posso perceber pela maneira que falas que estás a desabafar pela primeira vez com alguém e isso tem o seu lado bom e o seu lado mau. - disse ele agarrando na minha mão. - Nunca contaste a ninguém pois não? - Perguntou e eu apenas neguei com a cabeça. - E porque não o fizeste?

- Porque eu não consigo confiar em ninguém. Eu tenho amigos, poucos mas tenho mas eu não consigo confiar em ninguém percebes eu tenho receio que me julguem e que me chamem de coitadinha depois de saberem que eu não tenho pai. - respondi.

- Mas tu não podes ser assim, ignora o que os outros dizem não são eles que sabem da tua vida, és tu. - disse ele sem largar a minha mão e com a sua outra mão pôs o meus cabelo por trás da minha orelha. - E porque é que foi tão facil convenser-te a me contares a mim?

So Far Away || Marc Márquez Onde histórias criam vida. Descubra agora