39° Capítulo

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Quando vi aquela moto laranja e branca deslizar pelo chão sendo deixada pelo Marc que também deslizára pelo chão, de uma forma um tanto quanto engraçada, fiquei com o coração nas mãos que logo se acalmou um pouco quando o vi levantar-se e correr até á sua moto de novo continuando o treino como se nada fosse.

- Vais ficar sem unhas e são apenas os treinos. - ouvi a voz do meu irmão e revirei os olhos novamente com mais um dos seus comentários desnecessários.

- Eu não quero que ele se magoe. - disse ainda preocupada e ao mesmo tempo irritada pois o meu irmão ainda não tinha parado de me irritar desde que soube de tudo o que se passou em Barcelona entre mim e o Marc.

- Já lhe podes ir ligar maninha. - disse ele mais uma vez num tom provocador.

- Tu és o irmão mais chato á face da terra. - eu bufei.

- Que tu adoras. - olhei para ele e este movia as sua sobrancelhas para cima e para baixo repetidamente e com um sorriso bem provocador no rosto.

- Estou cansada demais para te aturar. - levantei-me do sofá e preparava-me para subir para o meu quarto.

- Onde pensas que vais? - ouvi a voz da minha mãe a logo parei de subir e voltei a virar-me para trás vendo a minha mãe de braços cruzados e batendo o pé no chão tal como nos desenhos animados. A minha vontade era rir mas essa vontade passou depois de me lembrar a razão de ela me ter impedido de subir. - Já te safaste na hora do lanche e mesmo na hora do jantar, não vais arranjar mais desculpas, vais me contar agora o que aconteceu.

- Mãe, eu estou cansada! - Eu suspirei. - Não pode ficar para amanhã?

- Mariza Raquel! - ela fez a sua cara mais autoritária. - Tu não estás cansada com certeza, parecias muito energética a subir essas escadas e com bastante pressa sabe-se lá porque.

Voltei a descer as escadas e arrastei-me até perto da minha mãe.

- Podemos ir para o meu quarto e eu conto-te tudo? - perguntei e está assentiu agora mostrando-me um sorriso vitorioso.

- Vão me deixar aqui sozinho? - perguntou Edgar assim que nos viu subir as escadas.

- Cala-te por amor se Deus que eu já não posso ouvir-te. - eu revirei os olhos e ouvi as gargalhadas de Edgar.

- Mariza Raquel! Não fales assim com o teu irmão. - resmungou a minha mãe.

- Ui, coitadinho. - eu revirei os olhos e continuei a subir as escadas sendo seguida pela minha mãe.

Assim que ambas chegamos ao meu quarto eu sentei-me na minha cama sendo acompanhada pela minha mãe. Peguei num elástico do cabelo e fiz uma rabo de cavalo meio desajeitado.

- Vais começar ou vais continuar aí a melhor no cabelo? - perguntou a minha mãe impaciente.

- Então... Eu fui para Barcelona ver o clássico que eu tanto sonhava ver ao vivo. - eu disse ela revirou os olhos. - Pronto! Eu conheci um rapaz lá no estádio quando me esbarrei contra a multidão nos corredores do estádio é o meu telemóvel caiu no chão e aí fizemos uma aposta...

- Estás a engonhar demasiado Mariza. - disse a minha mãe bufando e eu apenas ri.

- Pronto eu envolvi-me com o irmão desse rapaz que conheci lá nos corredores do estádio. - eu disse um pouco a medo. - a verdade é que ele despertou algo diferente em mim e pelos visto aconteceu o mesmo com ele.

- Isso é bom. - ela disse agora sorrindo. - Mas o que é que isso tem a ver com as motos?

- Esse rapaz por quem eu fiquei meio maluca, ele é piloto da MotoGP e por causa dele e que eu comecei a ver os treino e corridas de motos. - eu respondi.

- Mas Mariza isso quer dizer que não tens apenas o problema de ele ser estrangeiro como também tens o problema de ele estar constantemente a viajar e tens a noção de que isso muito provavelmente não vai dar certo. - disse a minha mãe.

- Mãe porfavor! - Eu disse agora cabisbaixa. - eu quero muito que isto dê certo e sei que ele quer também...

- Posso ver uma foto dele pelo menos? - ela perguntou e eu assenti pegando no meu telemóvel e procurei uma foto para lhe mostrar. - Esquece Mariza! Já olhaste bem para esse borracho? Ele é areia demais para a tua camioneta!

- Muito obrigada mãe! - Eu disse ironicamente. - Ajudaste bastante a aumentar a minha autoestima.

- Estou a brincar minha princesa, tu és linda e ele tem muita sorte em ter uma rapariga como tu caidinha por ele. - ela disse acariciando a minha face.

- Eu é que sou uma sortuda por ter conhecido uma pessoa como ele. - eu disse sorrindo tímidamente. - se o conhecesses verias que ele é das melhores pessoas no mundo.

- Ansiosa para que esse dia chegue. - disse a minha mãe sorrindo. - estás feliz?

- Apesar da distância, ele é a pessoa mais atenciosa do mundo apesar do pequeno desentendimento que tivemos... - eu desviei o olhar para os meus dedos que brincavam uma com os outros. - E sim eu estou muito feliz.

- É só isso que eu quero meu amor. - ela agarrou na minha mão. - Quero que sejas feliz com uma pessoa que te mereça.

So Far Away || Marc Márquez Onde histórias criam vida. Descubra agora