34° Capítulo

349 25 14
                                    

- Não vais comer nada? - perguntei enquanto ele acabava de preparar o lanche que me tinha prometido.

- Porque não vais partilhar comigo? - ele perguntou pousando o prato em cima da ilha e o copo de leite também.

- Ficas a saber que posso partilhar muita coisa mas comida, só com os pobres mesmo. - Disse em tom de brincadeira.

- É não vais partilhar aqui com o teu pobre amigo com benefícios? - perguntou provocador enquanto se aproximava de mim.

- Nem venhas espanholito. - eu pus a não no seu peito parando-o. - Não há cá benefícios para ninguém.

- Isso é o que vamos ver portuguesita. - disse ele fazendo força e acabando por conseguir juntar o seu corpo ao meu depositando logo em seguida um beijo no canto dos meus lábios tal como eu tinha feito há segundos atrás.

Ainda junto a ele peguei no pão que ele tinha preparado para mim e levei a boca dando uma trinca no mesmo e logo aproximei o pão da sua boca e este fez o mesmo e sorriu para mim.

- Parece que tens jeito, pelo menos para barrar manteiga de amendoim e cortar bananas. - eu disse e logo ri.

- Ficas a saber que eu até cozinho bem. - disse ele tocando com o seu indicador no meu nariz num acto carinhoso e brincalhão. - E posso cozinhar para ti se quiseres.

- Não será só para mim visto que o teu irmão e a namorada estão na sala. - eu disse.

- Aposto que vão jantar fora. - ele disse revirando os olhos. - fazem sempre isso e deixam-me sozinho em casa.

- Oh, coitadinho. - disse eu e brinquei mais um pouco do pão dando também ao moreno na minha frente que ainda não havia tirado as suas mãos da minha cintura e na verdade eu não me importava nada com tal coisa.

- O que achas de devo fazer para o jantar? - perguntou.

- Que tal uma lasanha vegetariana? - perguntei ele fez uma careta.

- E que tal algo mais simples? - perguntou.

- Uma salada para mim estaria ótimo. - eu disse sorrindo.

- Com apenas uma salada não te consigo mostrar os meus dotes culinários. - disse ele com um ar de convencido.

- Terás muito tempo para isso. - eu disse e ele levantou uma sobrancelha.

- O que queres dizer com isso? - perguntou.

- Então, visto que agora somos amigos eu virei visitar-te mais vezes e tu também terás de me ir visitar lá em Lisboa. - respondi e ele revirou os olhos.

- Pensei que tinhas mudado de ideias e querias ficar por cá até eu ir para a Argentina. - disse ele bufando.

- Estás a ser um pouco egoísta Marc. - eu disse agora seria. - Eu tenho uma vida em Portugal não posso deixar tudo por algo meio inseguro percebes?

- Desculpa! Desculpa! Desculpa! - disse me e logo me abraçou. - É que eu gosto tanto de estar contigo que não me importava de te levar comigo para cada circuito onde terei de correr. Gostaria de te ter nas bancadas ou nas boxes sempre a ver-me e a apoiar-te.

- Mas eu vou estar sempre a ver-te e sempre a apoiar-te. - eu disse olhando nos seus olhos. - Não te esqueças que foi por ti que comecei a ver as motos.

- Eu sei, desculpa. - Ele disse pondo uma madeixa do meu cabelo por trás da minha orelha. - Fico mesmo feliz por ter de alguma forma ajudado.

- Ajudaste muito Marc. - eu sorri timidamente. - E eu sinto que me irás ajudar muito mais no futuro.

- Podes ter a certeza que sim. - ele sorriu e beijou a minha testa. - Eu gosto de ti e estarei sempre aqui seja para o que for, muitas vezes não estarei fisicamente mas estarei apenas a distância de uma mensagem ou um telefonema.

- Eu sei! - suspirei. - Eu também gosto muito de ti.

- Eu sei que sim. - ele sorriu fraco e abraçou-me. - Vá, acaba de comer e quero que bebas esse copo de leite todo.

- Sim paizinho. - eu mostrei-lhe a língua e ele beijou a mesma apanhando-me completamente de surpresa. - O que é que eu disse sobre os beneficios?

- Disseste alguma coisa? - perguntou gozando. - Não ouvi nada peço imensa desculpa.

So Far Away || Marc Márquez Onde histórias criam vida. Descubra agora