Capítulo 5

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Os cavalos cavalgavam rápido demais para duas garotas sentadas de forma errada na cela.
Ana tentava ficar o mais distante do saqueador, mas assim ela ficava mais perto ainda de cair do cavalo. Não sabia para onde eles a estavam levando e queria que algum milagre dos céus acontecesse e a salvasse. Pois de outro modo estaria de mãos atadas.

Tereza ia o tempo todo chorando. O saqueador da cicatriz gritava para ela se calar, mas quanto mais avançavam, mais ela ficava amedrontada.

Depois de um bom tempo de estrada, eles diminuíram o trote e aos poucos foram parando. Todos desceram do cavalo.
Estavam no meio de um estrada de terra deserta, já bem longe de onde Jonathan tinha ficado com a carruagem.

De um lado havia a floresta de Moonterrar. Famosa por sua grande extensão. Do outro lado a estrada que dava ao povoado, e saída da cidade de Netur.

─── Não dá para continuar a viagem com essa garota gritando nos meus ouvidos! ─── gritou o saqueador que carregava Tereza.

Tereza correu para o lado de Ana, a braçando. A poeira daquela estrada de terra subia a cada passada, e o céu ainda tinha um tom mais avermelhado do Fim de tarde. Em pouco tempo estaria escuro e as esperanças de Ana iriam embora com a luz do dia.

─── Eu sei. Ela está fazendo muito escândalo ─── disse o da cicatriz. ─── Mas já trouxemos elas até aqui? Vamos levá-las conosco. Podemos pedir ouro pelo resgate delas.

─── Eu disse para não trazer elas ─── falou o outro saqueador. ─── Elas estão atrasando nosso caminho. Não era para elas estarem aqui, Quill. Não tinhamos combinado esse sequestro.

─── Sei o que estou fazendo!

─── Não parece saber. Já era para estarmos fora dessa cidade. Mas com dois pesos a mais para carregar, estamos atrasados! Precisamos nos livrar dessas garotas.

─── Cale a boca! Eu sou o chefe aqui.

Enquanto os homens estavam distraídos com seus problemas, Ana observava as oportunidades que tinham de escapar. Não queria ficar ali parada e esperar a bondade daqueles homens. Sabia que se não agisse, seria pior. Se livrar dessas garotas nunca era algo bom. Se tinha um momento para escapar, o momento era aquele em que estavam parados na estrada.
Ela olhou para os dois lados.
Cogitou as possibilidades.
Correr ou...correr.
Mas não podiam correr para o povoado. A distancia era grande e eles poderiam alcança-las de cavalo. A mesma coisa aconteceria se elas voltassem pelo mesmo caminho. O melhor plano era correr para a floresta o mais rápido possível. Ali seria difícil entrar com cavalos e elas poderiam se esconder.

─── ...Você sempre arruína as coisas e  eu tenho que limpar sua sujeira. ─── dizia o saqueador das sacolas.

─── Por minha causa nós conseguimos o que conseguimos! Não vem dizer que eu arruino...

Os homens estavam em um grupinho discutindo, Os cavalos parado em volta, Ana e Tereza do outro lado.

─── Você sabe correr? ─── Ana sussurrou para a filha do barão, que tremia descontrolada.

─── O q-quê...?

─── Quando eu mandar, levante o vestido até os joelhos e corra. Corra o mais rápido para a floresta.

─── Ana, não... a floresta è perigosa.

─── Esses homens também são.

─── Eu sei, mas está escurecendo e eu tenho medo da floresta. ─── declarou a loira.

─── Não temos outra opção. A floresta só è perigosa no outro lado do rio. Você só precisa me seguir. Vamos procurar algum lugar para nos esconder até estarmos em segurança.

Dança Do Destino - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora