Capítulo 11

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─── Eu achei que... fosse outra pessoa. O que você está fazendo aqui?

─── Eu estava...estava procurando um livro para ler. Isso aqui è uma biblioteca, certo? ─── respondeu Ana, desamassando o vestido.

─── Obviamente. Mas eu quis dizer aqui no palácio em geral. O que faz aqui?

─── Estou com Tereza. Ela me pediu para ser sua dama de companhia.

─── Claro ─── disse Juan um pouco sem jeito. ─── Eu nunca achei que fosse vê-la aqui. Você está muito... ─── ele olhou de cima abaixo. O vestido, as Jóias. ─── Diferente.

─── Isso não justifica o senhor me agarrar como se eu fosse uma...uma...

─── Não me entenda mal. Eu não vi que era você. A senhorita estava aqui parada entre as sombras e a lamparina não estava iluminado seu rosto. Eu achei que fosse outra pessoa. Não me entenda mal.

Juan se apressou em explicar-se.
Não suportaria ser chamado de aproveitador.

─── Pois devia ter se certificado melhor!

─── Poucas pessoas frequentam essa biblioteca, principalmente a noite. Estou acostumado a perambular por aqui. Esta è minha casa. Você è quem deveria se certificar de não estar onde não deve!

─── Pois bem! Vou embora e não piso mais aqui!

A porta rangeu da biblioteca novamente quando a maçaneta girou.

─── Juan, estou aqui. ─── anunciou uma voz feminina dessa vez.

O príncipe segurou Ana pelo braço bruscamente e a puxou para perto de si novamente, para atrás da estante.
Colocou a lamparina no chão.

─── Shiiiii ─── sussurrou, então olhou por uma brecha entre dois livros. A garota tinha acabado de entrar e estava parada ao lado de uma poltrona, na entrada da biblioteca.

─── Você está me apertando. ─── Ana tentou se soltar, mas ele a puxou mais para perto, para longe do corredor onde a garota poderia vê-los.

─── Fique calada.

Mesmo contrariada e irritada, Ana obedeceu.

─── Juan, você está aqui? ─── chamou a garota, olhando na direção das estantes escuras, procurando por ele.

Juan e Ana ficaram imóveis. Escondidos atrás das prateleiras lotadas de livros.
Se dessem um passo para o lado seriam vistos.
Então permaneceram frente a frente um do outro. O peito de Ana contra o de Juan, e ela pode jurar que mesmo naquela pouca luz viu ele olhado brevemente para baixo. Para seus seios.
Mas não ousou falar nada. Não naquele momento em que a garota na entrada da biblioteca olhava atenta para as estantes.

Para sorte de Ana, a garota pareceu ficar convencida de que não tinha mais ninguém ali, desviou a atenção para a ponta dos cabelos, e ficou parada próxima a uma poltrona na entrada, mexendo distraidamente nas madeixas, a espera de Juan.

Ele como sempre estava em maus lençóis. Marca de encontrar-se com uma garota, mas acaba nos braços de outra. E ainda por cima escondendo-se como um foragido.
Não conseguia entender como sempre acabava em situações excêntricas.

─── Era ela quem o senhor estava esperando? ─── Ana perguntou baixinho..

─── Sim. Acredita agora que eu não te beijei de proposito?

Ana assentiu com a cabeça.

─── E se ela vier aqui e nos ver? ─── cochichou ela novamente.

Dança Do Destino - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora