Aquela hora da manhã Ana estava pronta.
Vestida com mais um dos belos vestidos que Tereza a emprestou. Luvas de renda na altura do pulso e uma leve maquiagem completavam o conjunto.Uma criada do palácio insistiu em penteá-la. Ana recusou. Sabia muito bem arrumar seu próprio cabelo desde pequena. Mas a mulher insistiu e Ana acabou perdendo a discussão. Deixou-se ser penteada, puxada e enrolada pela escova da mulher para no final descobrir que tinha ficado um penteado maravilhoso.
Nunca conseguiria fazer algo parecido sozinha. O espelho da penteadeira não mentia.
─── Minha nossa. Essa sou mesmo eu?
Os cachos caiam delicadamente sobre seus ombros.
─── Eu disse que ficaria lindo ─── disse a criada do palácio. Era uma garota não muito mais velha que Ana.
─── Onde aprendeu a fazer penteados assim?
─── Minha mãe me ensinou, senhorita. ─── disse a garota, ainda com as mãos ajeitando alguns fios aqui e ali.
─── As damas do palácio devem adorar sua mãe.
─── Sim. Minha mãe era encarregada de pentear a rainha. Mas ela morreu a alguns anos, assim como a rainha. ─── disse a criada, e começou a se retirar. ─── Me perdoe. Eu não devia estar contando nada disso.
─── Não. Não há problemas ─── Ana levantou-se também. ─── Alias, eu fico feliz em ter alguém para conversar aqui. Alguém que fale a mesma língua que eu.
A língua de alguém que não nasceu em berço de ouro.
A criada do palácio não pareceu entender o que Ana quis dizer, mas assentiu com a cabeça e retirou-se do quarto.
Ana fez o mesmo. Tinha compromisso naquele dia e não era polir colheres.Foi até o quarto de Tereza, que também já estava pronta. Uma outra criada do palácio havia a ajudado a se arrumar. E Assim como Ana, Tereza estava com um vestido leve de passeio, luvas, mas com um pequeno chapéu no lado na cabeça e um guarda-sol pequeno.
Um criado acompanhou as duas até o jardim. Ali uma mesa redonda havia sido posta sobre o gramado. Tortinhas, pães, biscoitos e chás enfeitavam a mesa. Além de duas garotas que mais pareciam dois anjos sentadas ao redor. Graciosas com seus vestidos claros feito nuvens flutuantes.
Guardas e criados em pé as ladeavam.
Debaixo do sol refrescante da manhã, as convidadas se aproximaram da mesa.
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Dança Do Destino - Livro 1
Historical FictionAnastácia é uma jovem criada que nasceu e cresceu no casarão de uma família nobre. Desde que se entende por gente, tudo que fez foi serví-los e obedecer suas ordens. Ela sempre lutou contra a vontade de sair no mundo e fugir das regras, em vez disso...