Capítulo 7

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A primeira percepção ao recobrar a conciência foi de frio.
Estava deitada no chão, em cima de um monte folhas, a cabeça na colo de alguém que estava sentado.

─── Onde eu... Ai ai ─── se arrependeu de tentar se levantar no mesmo momento em que tentou,   tamanha dor que sentiu.

─── Shiiiiii...não tente se levantar. Sua perna está muito inchada.

Com um pouco de esforço e inpulso na perna que não doia ela conseguiu se sentar.

─── O que aconteceu? Onde estamos?

─── Na floresta. Não sei exatamente em qual parte da floresta. ─── disse o príncipe, segurando seu braço para ajudá-la.

─── O que aconteceu? Eu não me lembro de mais nada depois do precipício.

─── Caímos no meio do rio aqui em baixo. Por sorte não tinham pedras. Você desmaiou e a água a carregou para essa parte rasa. Eu também fui arrastado para essa margem. ─── ele apontou para o rio a frente, onde uma monstruosa cascata de agua despencava. De onde os dois haviam caído.

─── Você me tirou da água e me salvou?

─── Eu fiz o que pude.

─── Não, você fez mais do que qualquer um faria...Pulou no rio para me salvar. Se arriscou por minha causa...digo, o senhor, alteza. ─── Corrigiu-se ela.

─── Eu me senti culpado vendo que você não conseguia correr por minha culpa. Eu sou o culpado por você estar mancando

─── O senhor não è culpado de nada. Eu sou muito grata por ter salvado a minha vida.

Os dois se encararam por um longo segundo. Um misto de gratidão e algo mais forte e diferente. Talvez uma grande cumplicidade tinha acabado de se formar.

─── Espere para me agradecer quando estivermos longe dessa floresta. Eu ainda não sei se estamos seguros aqui ─── disse o príncipe desviando o olhar para o outro lado.

Isso fez Ana olhar em volta também. Apesar de não conhecer muito da floresta, tinha uma noção de onde estavam. Tinha cruzado o rio. E Significava que estavam do outro lado da floresta. O lado perigoso. A moradia de animais selvagens.

─── O que iremos fazer? está escurecendo e eu não posso andar.

Ele apenas piscou devagar e suspirou como alguém que tem um problema e menhuma solução na mente

─── Eu poderia carregá-la pela floresta até chegarmos em alguma margem de estrada, mas com a escuridão da noite, não é uma boa ideia perambular nessa parte e eu também não sei para qual lado ir.

─── Ótimo, estamos presos aqui.

Havia um tanto de alívio dentro de Ana, no entanto. Estava a salva daqueles saqueadores. A floresta não parecia nem um pouco tão ameaçadora quanto as ameaças e olhares daqueles homens.

─── Temos a claridade da lua aqui, pelo menos até o amanhecer é melhor ficarmos aqui. ─── disse ele.

Ana esfregou os próprios braços. Estava tremendo de frio. O vento era gélido em suas roupas estavam encharcadas de água.

─── Acho que se não morrer de dor,  morrerei de frio. ─── disse batendo os dentes. ─── Esse vento é o pior que já vi.

─── Estamos na direção da correnteza, o vento nos ataca diretamente aqui na beira do rio. Não se preocupe, eu tenho certeza que Don vai nos achar, aquele patife me acharia até no inferno...desculpe o modo de falar. Alias, acho que ainda não nos apresentamos devidamente. Com tudo que aconteceu nessas últimas horas eu me sinto envergonhado por não saber o seu nome.

Dança Do Destino - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora