Capítulo 24

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─── Adeus, Jonathan.

Ele acenou uma última vez e puxou as rédeas, fazendo os cavalos puxarem o coche pela estrada. Ana observou o veículo desaparecer com o amigo, até que não desse para vê-lo mais.
Ainda era cedo. O céu estava recém clareando.

─── Temos que ir ─── Juan estava parado perto da porta de seu coche Esperando Ana se despedir de Jonathan. ─── Está tudo bem? ─── ele perguntou quando ela se aproximou.

─── Sim, eu só estou um pouco nervosa com isso tudo que aconteceu antes. Pensei que Jonathan fosse estragar tudo.

─── Eu também, mas ele decidiu não fazer isso. Jonathan sabe que se fizer algo idiota, nunca mais verá você. Pedi que Donovan deixasse isso bem claro para ele ontem.

Ana assentiu, um pouco mais aliviada.
Ela entrou no coche primeiro, Juan foi em seguida, fazendo sinal para que Don guiasse os cavalos. Então seguiram caminho para fora de Netur.
Ana havia pegado na mala um dos livros que Fleur a tinha dado, já que ficar perto de Juan era como um vício, ela precisava se distrair para não pensar apenas nos beijos dele. E na primeira noite no Campo das cerejeiras onde tinham ido mais longe. Eles não falaram mas sobre aquela noite, nem mesmo na noite anterior quando dormiram no mesmo quarto. Entretanto a memória pairava entre eles, como um fantasma.

Juan também estava entretido lendo alguns papéis envelhecidos que pareciam ter sido guardados a muito tempo. Ela não sabia exatamente do que se tratava, mas conhecia o selo aberto da coroa real. Seja lá do que se tratasse, o deixava muito concentrado.

─── Da última vez que me lembro, você não sabia ler. ─── disse Juan abaixando o pergaminho.

Ana também abaixou o livro.

─── Sim, é verdade. Nesses últimos três meses Fleur me ensinou algumas coisas. Ainda tenho muito que aprender, é claro. ─── disse ela.

─── Sendo assim eu faço questão de ser seu próximo tutor.

─── Sendo assim eu vou ter que aceitar.

O sorriso que Juan lançou a Ana, fez o coração dela quase saltar pela boca. O fato era que estava apaixonada até o último fio de cabelo por aquele homem. Ela não sabia como sabia disso. Apenas sabia.

─── Juan.

─── Sim? ─── ele levantou a cabeça novamente para olhá-la.

─── Promete que nunca mais vai me fazer acreditar que morreu, ou algo do tipo?

─── Eu prometo.

─── Você não sabe o que eu passei quando achei que tinha perdido você. ─── A voz de Ana falhou.

Ele guardou o pergaminho e se sentou no mesmo banco, ao lado dela, e pegou em sua mão.

─── Não foi minha intenção te fazer sofrer. Mas eu precisava fazer isso se quisesse ser livre, se quisesse ficar com você. Sabe, ─── Juan passou o braço sobre o ombro dela, a abraçando. ─── antes de tudo acontecer eu estava cogitando te fazer uma proposta um pouco indecente. Eu iria te propor que ficasse comigo, como minha amante ─── Ana levantou a cabeça para olha-lo nos olhos por um instante e viu que Juan não parecia envergonhado com a declaração. Ela se aconchegou perto dele, quase do mesmo jeito da noite em que estiveram juntos na floresta, mas dessa vez sem a dor, a chuva e o medo. Apenas tranquilidade. ─── Eu estava ficando sem escolhas, meu casamento com Tereza iria chegar e você estava prestes a ir embora. Depois do baile de outono, e aqueles beijos no labirinto... Eu não queria deixar você ir e me sentia muito egoísta por isso.

Dança Do Destino - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora