─── Minha nossa, o que foi que aconteceu?
A tia de Ana deixou a panela sobre a mesa e foi na direção da sobrinha quando a viu entrando na cozinha, mancando, com o Capitão ao lado.
─── Ela se desequilibrou ao descer a escada e caiu, eu estava por perto e a ajudei. ─── explicou o homem fardado enquanto ajudava Ana a se sentar em um dos banquinhos que rodeavam a mesa.
─── Minha nossa, menina. Eu falei para você tomar cuidado. ─── disse Eva.
─── Eu estou bem. Só doeu um pouco, quando a cadeira bateu, mas já está passando.
A tia parou de se morver apressada, olhou para Ana.
─── Cadeira? Mas você não caiu na escada?
─── Eu disse cadeira? Que distraída eu sou. Eu quis dizer "madeira", tia. Bati a perna na madeira do corrimão quando cai. ─── disse Ana certa de sua distração.
O capitão estreitou os olhos para a moça, um reprovação silenciosa por ela não ser uma boa mentirosa.
─── Eu falei para o Sílvio que não devia ter te dado uma tarefa tão exigente para fazer. Arrumar o quatro em que o príncipe está. Isso è muita pressão para você, deve ter ficado nervosa, coitada. E olha no que deu.
─── Titia, não foi nada de mais, já estou melhorando ─── insistiu Ana.
Eva estalou a lingua como quem briga com uma criança.
─── Foi muito gentil em trazer Ana aqui, capitão. Aceita um pãozinho torrado?
─── Terei que recusar. Com licença. ─── assim Don deixou a cozinha.
Eva fez uma cara de poucos amigos para a porta que o homem robusto acabara de sair.
─── Que homem mais estranho.
Dois minutos depois de o capitão sair da cozinha, Sílvio entrou.
─── Ah, que bom que a achei, Ana. A senhorita Tereza vai precisar de alguém que a ajude com o vestido novo. Clodete está ocupada limpando o terceiro andar ─── disse o Mordomo. Ana se levantou do banquinho e Sílvio percebeu que a garota mancava. ─── O que aconteceu com a senhorita?
─── Eu cai, mas já estou bem.
Ana não esperou Sílvio ou Tia rebaterem. Estava mesmo diminuindo a dor. Comparado com quando a cadeira se chocou em seu osso e sentiu vontade de chorar, já estava bem melhor. Se ficasse muito tempo ali com a tia a perguntando a todo momento se estava bem, ela acabaria se convencendo de que não estava.
Era melhor descansar um pouco enquanto o pé desinchava.
─── Vou dizer a Tereza que espere Clodete terminar.
─── Eu posso ajudá-la daqui a pouco, só preciso de uma tempo para descansar.
A compressa com ervas e uma boa massagem fizeram aliviar a dor enquando ela descansou por um tempo no quatinho. Depois subiu até o quarto de Tereza. Bateu na porta e a garota a mandou entrar.
Ana quase não entrava no quarto da patroa mais nova. Era Clodete quem cuidava da moça, a ajudava a se vestir, e tudo mais.
Ana só entrava ali para servir comida ou bebida. Muito raramente para ajudar Tereza a se vestir, como desta vez. Ana era mais familiarizada com os outros cômodos da casa do que com aquele ali.
O quarto era todo delicado, assim como a dona dele. branco e renda predominava em quase tudo ali.─── Com licença. Eu vim ajudá-la, senhorita ─── disse Ana.
Tereza, que estava parada de costas, com metade do vestido no corpo, se virou para a porta.
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Dança Do Destino - Livro 1
Ficción históricaAnastácia é uma jovem criada que nasceu e cresceu no casarão de uma família nobre. Desde que se entende por gente, tudo que fez foi serví-los e obedecer suas ordens. Ela sempre lutou contra a vontade de sair no mundo e fugir das regras, em vez disso...