Perversa

2. Perspicaz

SEM REVISÃO

Sentadas em uma das inúmeras mesas do refeitório, Dinah passou a ditar informações sobre o alvo para as duas garotas que estavam junto à ela.

— Karla Camila Cabello Estrabao. 1,60 de altura. 20 anos. Olhos castanho-escuro, peso-

— Blá-blá-blá. Pare de falar essas idiotices e me diga apenas onde ela está. — Lauren deu um gole na garrafinha de água que havia comprado, o rosto apático e pálido deu lugar à um semblante de tédio. Dinah sentia vontade de esmurrar aquela face.

— Gire a cabeça à 80°graus e observe a garota morena à 40 metros, de cabelos castanhos e blusa branca, que está abraçada com uma outra morena.

Lauren assim fez, os olhos verdes caindo diretamente sobre a cria de Batman. A garota parecia emburrada, irritada, ela diria. Enquanto a jovem que lhe prendia em seus braços acariciava-lhe o ombro.

— Quem é aquela abraçada com ela? — Quinzel questionou.

— Deixe-me ver... — murmurando, Dinah desceu os olhos para tela digital, fuçando em alguma coisa em seu celular. — Hermione Trovoard Bittencourt.

— É americana? — parecia interessada, seu lábio inferior sendo mordido freneticamente.

— Não, é britânica. — olhando mais algumas palavras escritas no site secreto, ela disse risonha. — E adivinha... — os olhos verdes a encararam. — Ela é lésbica.

— Isso vai ser ótimo. — Lauren sorriu.

— Lembre-se que você tem uma missão a ser cumprida. — Normani repreendeu, falando assim, pela primeira vez, desde que chegaram à Universidade.

— Lembre-se de que você não é meu pai. — a mais velha respondeu, tendo como reação o encolher de ombros da negra que, de acordo com ela, também era sua melhor amiga. Porém, uma melhor amiga que lhe presenteava alguns benefícios específicos.

Não era novidade, para nenhuma das três, que Normani Hamilton era perdida e esbofetada de amores por Lauren Quinzel, o que deixava Dinah triste, já que a loira sempre guardara um certo carinho pela de cabelos encaracolados. A filha adotiva de Joker sabia sobre os privados e mal escondidos sentimentos de Jane para com Normani, e ria e aproveita-se disso, como a péssima amiga que era e que não tinha vergonha alguma de ser.

Muitas vezes transou com Kordei e a fez gemer audivelmente, com Dinah dormindo ao quarto ao lado, só para lembrá-la que ela nunca, nunca, teria Normani enquanto Lauren existisse. Pois Lauren nunca cederia nada, o que quer que fosse, para ninguém. O que ela considerava dela, era dela.

Não importava o quão as pessoas ao seu redor se magoassem ou irritassem. Era dela, e ela o disputaria como uma loba faminta.

Normani era apenas um pedaço de carne para Lauren, e isso não era segredo.

— Ela está certa, Quinzel. — Dinah, vendo o estado acanhado de sua paixão, disse. — Você ao menos já tem um plano para ir atrás de Camila?

— Ora, lindinha. Eu não preciso ir atrás da caça, ela vem até mim.

— Você é muito egocêntrica, Jesus! — Jane berrou, revirando os olhos.

— Não sabia que "egocêntrica" era sinônimo de "realista".

Agustín

Inquieto e corado, ele aguentava as piadas e as indiretas – bem diretas –, que seus amigos estavam fazendo para com ele, desde que Juliet Watson havera se aproximado do grupo, que encontrava-se no meio do campus. Camila era quem mais zombava do rapaz loiro, rindo tanto que sua barriga doía e ela se contorcia com a mão na barriga.