36. OK

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SEM REVISÃO.

surpresa!

***
Foi há muito tempo. Quando Camila sequer existia e Bruce mantinha um casamento a base de sexo e trabalho com Sinuhe. Viviam em pé de guerra, sócios em seus negócios e companheiros para suprir a carência.

Quando Sinuhe apareceu grávida, contorcendo o rosto em desgosto por estar carregando algo dele, Bruce quis gritá-la. Ele não queria aquilo, nunca quis. Não era bom para si mesmo, quem dirá para uma criança.

Bruce se odiava.

Odiava o fato de estar sozinho, odiava o fato de ter sido deixado no mundo, odiava suas escolhas estúpidas, odiava ter escolhido ser um super herói apenas para desabafar todo o ódio que sentia da humanidade em mal feitores.

Foi divertido por um tempo, terapêutico. Mas tinha fugido de seu controle quando as pessoas começaram a cobrar.

E todo dia se tornava mais difícil e ele só pensava mais e mais em matar à si mesmo. Batman era um grande narcisista suicida.

Queria morrer mas não queria perder a imagem que tinha. Era a única coisa que havia conquistado em toda sua vida, de nada lhe adiantava tanto dinheiro, de nada lhe adiantava uma filha que nunca quis. De nada lhe adianta viver. Mas gostava de ser almejado.

Não conhecia ninguém que o mataria por sua própria vontade, mas conhecia quem o ajudaria por não ter escolhas. Joker e Sinuhe.

Joker não negaria o prazer de matá-lo, embora Bruce soubesse que ele nunca conseguiria por suas próprias mãos.

Sinuhe o faria apenas pela promessa de que Camila se sentiria amada no final de tudo.

E quando Joker apareceu com uma filha adotiva em meio à todo esse caos, Bruce teve uma luz.

Foi quando tudo começou.

Lauren, a filha de coringa, quem o mataria. Ela se infiltraria na vida de Camila e seria sua melhor amiga. Esse era o plano original.

Ao decorrer do crescimento de Camila, Bruce mandava cartas sobre o plano para Sinuhe, pedindo informações, moldando suas estratégia de acordo com o que sabia. Vídeos de lugares e coisas que Sinuhe deveria fazer para que Camila adquirisse orgulho.

Fez tudo isso, porém, tudo era uma incógnita.

Sequer sabiam se daria certo, afinal. Não sabiam se Lauren cresceria com a mesma sede de crime feito o pai. Mas, embora Joker tenha evitado de todas as formas envolvê-la, lá estava ela, cruel e maliciosa.

Fora inevitável.

A forma como cresceu e formou sua personalidade, a meneira como tratava Dinah, o jeito que seduzia e manipulava, tudo foi um bônus. Batman arquitetou tudo até o último segundo.

Tudo aconteceu exatamente como deveria acontecer, e quando Lauren atirou, naquela noite no terraço, e Camila estava prestes de ver a morte, ele saltou do prédio vizinho.

Sabia exatamente o que deveria dizer, sabia exatamente como fazer com que Robin (o prodígio que criou para seguir seu legado) e Camila (sua filha que veio ao mundo sem seu consentimento) o perdoassem.

E aconteceu.

Batman conseguiu exatamente o que queria.

Batman morreu sendo amado.

Mas antes que tudo isso acontecesse, antes que, junto de Batman, Joker "morresse" também, ele tinha um plano próprio que pensava em colocar em prática mas desistiu para ajudar Bruce.

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