Perversa

19. Apenas Chore, Garotinha - Part 2.

SEM REVISÃO

oi galera, voltei k

fui tombar vcs e até eu sai tombada nesse cap

para todos q se preocuparam cmg e perguntaram se eu estava melhor: sim, eu estou! obrigada pela preocupação :')

aproveitem, bj bj, amo vcs

Twitter: @nicollescr

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Domingo.

— Quer ir para algum lugar? — eu perguntei à Agustín, que encarava o teto de meu quarto junto comigo.

Já eram quase 15h35m da tarde e nós continuavamos encarando o teto com o maior tédio do mundo. Eu não sabia exatamente o que se passava na cabeça dele, mas eu tentava ocupar minha mente tentando adivinhar.

Se não estivesse ocupada pensando em algo, pensaria no que eu, realmente, não queria pensar.

E você sabe do que estou falando.

— Para onde nós iremos? — meu melhor amigo perguntou, girando a cabeça para o lado e me encarando.

Girei minha cabeça também e o encarei.

— Não sei. Vamos para algum lugar deserto longe da cidade, na estrada talvez. Sei lá! — exclamei sem ideias. — Eu só não quero ficar em casa. — bufei e ele riu.

— Vou chamar os outros e perguntar se algum deles tem ideia de para onde devemos ir. — comentou, se sentando e tirando o celular do bolso.

Eu observei suas costas e vi sua coluna em contraste com sua camisa cinza. Os cabelos dele estavam mais longos do que um dia já estiveram e ele já era um homem.

Credo.

Eu o vi crescer, o vi correr pela casa com uma cueca ridícula de dinossauros que ele adorava, o vi quebrar o braço quando subiu em uma árvore para tentar salvar um gatinho que depois arranhou todo o rosto dele, o vi sofrer com espinhas e aparelho quando entrou no ensino fundamental, o vi entrar para o time de futebol quando estávamos no ensino médio, o vi ficar popular como o inferno junto comigo quando nós dois finalmente nos tornamos adolescentes e lindos — eu sempre fui linda, só para deixar claro —, o vi entrar para faculdade e se apaixonar por uma garota que não dava a mínima para ele, e agora ele é um homem. E pior! Ele é um homem bonito e filho do Superman! Poderia ser pior para o meu psicológico raciocinar? Digo, olhe para ele! Eu sou melhor amiga de um cara extremamente bonito e não sinto atração por ele! Ou seja, é mais do que claro que mulheres podem ser amigas de coisas com um pau e não pular nelas, certo?

— Eu odeio você. — falei, e ele, que agora conversava com alguém do outro lado da linha, virou-se pra mim com uma cara de "o que eu fiz para você dizer isso de repente?". Eu ri.

Eu nunca tinha dito a ele que o amava, talvez eu nunca o faria porque aquela não era a minha praia. Eu odiava aquelas malditas palavras e tinha motivo para isso, ele sabia e sequer reclamava sobre tal. Entretanto, ele sabia também que era mais do que importante para mim, então ele nunca me cobraria aquilo.

De fato eu não diria se ele me cobrasse, acho que nunca direi isso para ninguém. Não mais.

E pensar que eu havia cogitado a hipótese. Há há há.

Droga.

Me diga, qual o sentido de mentir para alguém, afinal?

Qual o sentido de dizer algo que você não sente, ou de fingir algo que não é real? Porque, céus, eu sei que sou uma pessoa muito ruim e que seria hipocrisia de minha parte reclamar de algo sobre crueldade ou algo do tipo, mas eu nunca menti. Se eu não gosto de você, eu simplesmente vou deixar isso claro. Se eu gosto, eu também deixarei, mesmo que do meu jeito, mas deixarei.