12º Capítulo

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As lágrimas escorriam-me pelo rosto, a única coisa que consegui fazer foi deitar-me agarrada à almofada, um choro silêncio que só eu o podia ouvir e sentir, por fim perdi-me nos meus pensamentos até adormecer.

A noite tinha passado e hoje só tinha aulas de tarde, decidi ficar a dormir até mais tarde, mas como sempre não consigo. Decidi levantar-me e fui direta ao blogue escrever tudo o que se tinha passado ontem, preciso que Kyle me diga o que acha que eu devo fazer... Ele em certa parte tinha razão no que dizia, se eu não sentisse nada por Harry não teria feito o que fiz ontem, mas se sentia algo, ontem rapidamente desapareceu, deixou de existir... 

Vesti-me com uma camisola azul, e umas calças brancas, atei o cabelo e fiz a cama, desci as escadas a saltitar e fui até á cozinha preparar o meu almoço. 

Como não tinha muita fome, decidi fazer apenas uma salada, peguei na alface, nuns tomates, numas cenouras e um bocadinho de frango, peguei na tábua e comecei a corta-los, atentamente e calmamente, mas senti-me observada aquela sensação que temos a certeza que alguém está de olho em ti e que observa cada movimento que fazes e estava certa pois quando olho para o lado, estava Harry a olhar para mim...

Kate: Pensei que não te iria ver... – disse continuando a cortar as cenouras.

Harry: Pois... Eu também pensei que não te iria ver...- dizia encostado ao balcão.

Kate: Pois bem, cá estou eu! Agora se não te importas deixa-me estar, de preferência sem a tua companhia, para ser mais precisa sozinha! 

Harry: Tem calma, não precisas de ficar assim, estava sou de passagem… - desloca-se para o frigorífico tirando uma sandes que se encontrava lá dentro.

Kate: Eu estou calma! Não se vê? – olho para ele, e nesse momento deixo escapar a faca e corto-me- Aii!

Harry: - Rapidamente se aproxima de mim- Kate! Estás bem?

Kate: Não, não vês que me cortei!?

Harry: - Corre em direção á casa-de-banho.

Fico a olhar para a minha mão, o sangue escorria por ela abaixo, vermelho vivo a sua cor, mas a sua sensação não era tão viva, era suportável. É tão estranho como é que isto, pode doer menos que uma dor sentimental, pergunto-me como é que é possível uma coisa que nos aleija fisicamente, nos pode magoar menos que uma coisa psicologicamente, a nossa mente é capaz de criar uma dor que não é real, e que só nós a sentimos, é simplesmente incrível. E com estes pensamentos desliguei-me do mundo.

( POV Harry)

Procurei a caixa de primeiros socorros o mais rápido que consegui e regressei até junto de Kate, olho para ela e vejo-a caída no chão...

Harry: Kate! Kate! Acorda! - disse dando estalos na sua cara, a fim dela acordar.

Peguei nela ao colo e deitei-a no sofá, peguei nas suas pernas e puxei-as para cima. Olhei para ela e os seus olhos abriam, estava pálida, parecia um espectro e isso assustou-me bastante, nunca tinha visto alguém desmaiar, e muito menos a ficar assim com tão pouco, afinal era só um corte, nada de muito profundo um simples corte.

Harry: Kate, olha para mim e responde-me! Quantos dedos consegues ver? 

Kate: Ai Harry! Três! 

Harry: - Meto uma almofada debaixo da sua cabeça e procura um penso - Kate diz-me qual é a tua música favorita?

Kate: Por amor da santa, isso interessa para quê?

Harry: - Coloco o penso no dedo de Kate – Ok já estás recuperada, essa resposta não engana ninguém, mesmo assim não te levantes espera ai!

All of me ♥Onde histórias criam vida. Descubra agora