15º Capítulo

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Acabámos de ver o filme e Anne já tinha o jantar preparado. Jantámos e até que foi bastante engraçado este tempo passado, o Harry estava feliz e brincalhão coisa que desconheço vindo dele. Não sei mas este jantar fez-me bem, não houve discussões nem momentos de silêncio constantes, apenas gargalhadas e histórias, o meu pai, sim já estou a conseguir aos poucos chamar-lhe pai, estava feliz, não sei a causa mas é bom vê-lo assim e Anne, Anne é boa pessoa, não a posso julgar, acho que já chega… Ela é bastante cuidadosa e simpática, já o filho não tem nada de parecido com ela, porém hoje ao jantar estava muito mais simpático e eu confesso que adoro esta sua faceta, pena que não seja assim comigo mais vezes.

O jantar tinha terminado e os rapazes foram-se embora, eu despedi-me e Liam apontou mais uma vez para o telemóvel, mas eu fingi nem ligar não quero mesmo estragar nada entre mime e Harry, já basta ter estrago a minha amizade com Jonh. Agora que penso nisso espero que ele esteja melhor, eu quero voltar a ser amiga dele, ele não sabe a falta que me faz, só passou meio dia sem ele e parece que já passou uma eternidade… A amizade dele vale muito para mim, e ele sabe disso porque eu fiz questão de o frisar várias vezes, rezo para que daqui a uns dias aqueles abraços e brincadeiras voltem e que tudo na minha vida volte ao normal, pois ultimamente ela tem estado de pernas para o ar.

Estava preparada para me ir deitar, quando me lembrei de ir á garagem, foi o único espaço em que ainda não entrei em exceção do quarto de Anne de Robin. Estavam todos a dormir e eu desci as escadas silenciosamente para não acordar ninguém. O meu sorriso fica estampado na minha cara quando entro na garagem e me deparo com um piano, as saudades que tenho de tocar… Faz-me lembrar os velhos tempos de quando o meu pai me ensinava a tocá-lo, foi ele que me passou este amor á música e assim ficou, quando me sentia mal era a ela que recorria, tocava e tudo o que queria dizer saía em tons e melodias.

Decidi-me sentar em frente do piano preto e passei a minha mão pelas teclas, sem tocar na realidade até que primo a primeira tecla e o som saí dela, ao ouvir aquela nota senti uma enorme satisfação eu nunca pensei que tivessem um piano aqui muito menos pensei em voltar a tocar. Desde que o meu pai se foi embora deixei de o fazer, aquilo que ambos fazíamos juntos estava excluído da minha vida e este era o nosso passatempo favorito, então afastei-me dele o máximo que pude, para não me lembrar de Robin, porque naquele momento em que ele decidiu trair a minha mãe, não só a abandonou como me abandonou a mim.

Quando decido fechar o piano e ir-me deitar, algo me impede de o fazer…

 Harry: Então ainda acordada? – sorri.

Kate: Sim e de pijama… - deixo-me rir – mas ia já me deitar… - fechando o piano.

Harry: - Deixa-se rir- Já? Não! Senta-te, não quero incomodar… - atrapalhado.

Kate: Não incomodas! – sorriu.

Harry: Então… Posso-me sentar ao teu lado? – Aponta para o banco a sorrir.

Kate: Claro.

Harry: - Senta-se ao meu lado, mesmo junto a mim.

Kate: - Olho para ele- Harry, eu queria pedir-te desculpas… daquilo do Liam, não foi por mal e eu não volto a fazê-lo.

Harry: Não faz mal, já passou… Esquece… - sorri de novo e olha para mim- Então a senhora toca piano?

Kate: Tocava e toco, ainda me lembro bem de cada nota, de cada tecla …

Harry: Interessante! Por acaso não sei tocar, este piano é do Robin, desde que se mudou completamente para cá nunca mais o tocou…mas tem dado jeito para algumas músicas da banda…

Kate: Hum, afinal temos alguma coisa em comum, eu e Robin – disse atrapalhada - eu também deixei de tocar, no dia em que ele saiu de casa… - ao dizer aquelas palavras o meu sorriso desaparecera gradualmente.

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