Capítulo 12

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Contei para ele sobre a minha viagem à Itália e ele ficou feliz, mas percebi que estava desapontado.
Pedimos uma pizza e escolhemos outro filme, que realmente assistimos.
Quase uma da manhã, ele foi embora e eu fui dormir, pois levaria Barbie no veterinário.

[...]

–Vim deixar sua pulseira– falo quando Edi abre a porta de sua casa.

–Entra aí, os caras estão na sala jogando vídeo game. Fica à vontade.

–Só vim te entregar a pulseira mesmo, já vou.

–Entra, Liz, tem bolo de chocolate– respiro fundo e entro.– Rosaria está chegando e Kevin está aí, escolha sua companhia– antes que eu pudesse falar algo, ele volta a falar.– Essa aqui é a Elizabeth, mas chamem de Liz, acho que todos já conhecem, ou já ouviram falar dela.

–Muito prazer, Elizabeth– um cara se levanta e pega minha mão.– Adrien Rabiot– a beija e eu sorrio.

–O prazer é todo meu– ele me guia até o sofá para sentar ao lado dele.– Oi meninos, boa tarde.

Kevin está me encarando com a cara fechada, sorrio para ele, que não sorriu de novo, apenas olhou para a televisão.

–Então você que é a famosa Elizabeth, hein?– Adrien puxa o assunto.

–Nossa, até você sabe que eu existo?– Pergunto assustada e ele sorri.– Não tão famosa, mas sim, acho que sou eu.

–Meus amigos falam muito de você, e Kevin estava certo, você é muito bonita– olho para Kevin que está com os olhos arregalados e o rosto vermelho, me fazendo rir.

–O Kevin anda falando de mim? Bom saber. O que mais ele fala?

–Ah ele fala que você é difícil, que ele quer muito te dar uns beijos mas você não dei...– Adrien é interrompido por uma almofada tacada em sua cara.– Cara, nada do que ela não saiba– diz a Kevin que vira os olhos e respira fundo irritado.

–Você está muito calado, Trapp– Edi fala ao se levantar.– Você acha que o Adrien vai tentar algo com ela? Ele sabe que não tem chances– abre a porta e Rosaria o beija e caminha até a mim.

–Oi Liz! Como esses brutamontes estão te tratando?

–Até que bem– ela ri.

–Eu estou te tratando como a princesa que você é– Adrien fala e todos riem.

–Posso falar com você?– Rosa me pede e eu assinto.

Fomos para um quarto e ela senta na cama.

–Aconteceu algo?– Pergunto preocupada.

–Você e o Kevin estão namorando?

–O que?– Praticamente grito.– Claro que não.

–Ele não estava com uma cara muito boa quando cheguei, e quando Adrien fez aquela gracinha ele piorou. Não está rolando nada mesmo?

–Nada. Pelo menos não da minha parte– ela ri.

–Pois é, mas por que você não da uma chance para ele?

–Nem pensar. Ele é uma pessoa devassa, imagine quantos chifres eu vou ter que arrastar por aí.

–Ele não é devasso, muito pelo contrário. Você não se permite conhecer ele e põe o estereótipo de jogador de futebol.

–Ah Rosa, eu não quero me envolver com ele... não agora. Só tem dez meses que meu marido morreu. É muito recente, você não acha?

–Você não pode ficar sofrendo para sempre. Eu sei que Kevin te atrai, eu vi naquela festa. Dá uma chance pra ele, vai te fazer bem, ele é um cara legal.

Depois de conversarmos sobre outras coisas, fomos para a cozinha e comemos um pouco do bolo de chocolate.

[...]

–Eu já vou– falo na sala pegando minha bolsa.– Minha cachorra deve ter comido meu apartamento inteiro.

–Quer que eu te leve? Eu já vou também– Kevin fala levantando do sofá e pegando suas muletas.

–Não vou te incomodar?

–Você não incomoda nunca. Vamos.

Ele se despede de todos e eu faço o mesmo. Quando olho para Edi, ele está com um sorriso malicioso no rosto, me fazendo rir e jogar uma almofada nele.
Até a metade do caminho, ficamos calados, mas a situação ficou tão insuportável quando chegamos na frente de meu prédio que eu precisei falar.

–Por que está estranho?

–Não estou estranho, estou normal. Por que?

–Você está calado. Nem falou comigo quando eu cheguei.

–Não queria atrapalhar. Não tive chances também, você e Adrien estavam tão empolgados– ele vira os olhos e eu continuo o olhando.

–Você sabe que não atrapalha, e mesmo que atrapalhasse, você não ligaria, o que você tem?– Ele passa uma das mãos nos cabelos e respira fundo.

–Eu estou chateado porque você vai embora...

–Não vou embora para sempre, Kevin, você sabe.

–Eu sei, mas eu vou sentir sua falta. Não vou poder aparecer na sua casa do nada e assistir filme com você, fora que você vai me esquecer e nem vai falar comigo– pulo nele e o abraço.

–Quanto drama! Você sabe que é mentira, vou te mandar mensagens todos os dias, quando você tiver folga, você vai me visitar e vice-versa. Eu gosto muito de você, Kevin, não vai se livrar de mim tão fácil assim– beijo sua bochecha e ele sorri.

–Você vem passar o natal aqui? Dia vinte e seis nós temos jogo, queria que você fosse.

–Acho que não– olho para o lado, ainda abraçada com ele.– Fica muito complicado viajar com a Barbie toda hora, ela vai ficar estressada.

Viro meu rosto e o encaro. Os olhos cinzas dele me deixam encantada, e mesmo querendo desviar o olhar eu não consigo. Ele desce o olhar para minha boca e minha respiração falha.
Sinto sua mão deslizar em meus cabelos, os segurando firmemente e os puxando, fazendo com que minha cabeça caísse um pouco para trás.
Roçou o nariz em meu pescoço, fazendo com que eu me arrepiasse e fechasse os olhos.

–Kevin– sussurro.– Eu preciso subir.

–Por que?– Pergunta perto de meu ouvido.

–Você tem que parar de me provocar– me afasto e o deixo um pouco desnorteado.

–Quero tanto te beijar.

–Tchau, Kevin– beijo sua bochecha.– Até outro dia– abro a porta e saio do carro.

–Tchau.

Entro no elevador e fico pensando. Amanhã completará onze meses que Ramon morreu. Até hoje, eu ainda procuro uma resposta. Quem mandou o matar? Quem seria capaz de fazer isso?

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Surpresas no próximo capitulo rsrs

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