Capítulo 26

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Tudo parecia correr bem. Se não fosse pela ex de Kevin aparecer na porta dele com um teste de gravidez, exame de sangue e ultrassom, nós ainda estaríamos juntos.
Foi como um balde de água fria que foi jogado em mim no inverno. Eu estava vivendo um conto de fadas que não existe. Eu decidi terminar com ele, mesmo ele dizendo que ia amar o filho dele não importa com quem ele estivesse. Eu achei melhor assim. Eu sei que ia ter problemas com a ex namorada dele, ela não gosta de mim mesmo sem me conhecer, e é por isso que eu acabei com nossa relação, porque ela ia fazer de tudo pra me separar dele e até prejudicaria a relação dele com o filho só pra me atingir.
Charles veio passar um tempo aqui em Paris e mesmo estando solteira, não rolou nada.
Amelie, Maria e Romeo vieram jantar na minha casa e conhecer Charles, que se tornou um grande amigo.
Estava fazendo o jantar quando Amelie entrou na cozinha, fechou a porta e encostou-se no balcão.

– Eu acho que o filho não é do Kevin.

– Por que você diz isso?– Pergunto mexendo na panela.

– Porque vocês estão juntos há muito tempo. Só se ele transou com ela enquanto vocês estavam se conhecendo, e eu tenho certeza que ele não fez isso, porque ele teria me contado.

– Amelie, foi ele quem pediu pra você falar isso pra mim? Eu não vou mudar a minha decisão, ele vai ser pai e eu não quero ser madrasta do filho daquela mulher que me odeia.

– O filho é dele também, se for dele, né? Mas você não pode deixar ela te intimidar assim. Eu também não gosto dela, mas ela nem pensa em me afrontar, ela sabe que eu sou louca e quebraria um prato na cara dela.– pRimos.– Você vai no aniversário do Edi?

– Não estou muito afim não, mas acho que seria muito ruim eu não ir. Ele é um dos meus melhores amigos. Talvez eu vá e fique só um pouco. Não estou com cabeça pra isso, e o Kevin vai estar lá com a Izabel.

– Você ainda gosta dele. Para de besteira e volta logo com ele.

– Eu não posso– coloco a comida na tigela e a panela na pia.– Amiga, eu quero que você entenda meu lado, se eu ficar com ele, ela vai transformar nossa vida em um inferno, vai atrapalhar a relação dele com o filho e eu não quero ser a culpada disso.

– Ela infernizou vocês enquanto estavam juntos nesse tempo?– Perguntou e eu neguei com a cabeça.– Então! Você acha que só porque ela vai ter um filho com ele ela vai se sentir no direito de te perturbar?

–Sim! Antes ela não tinha motivos pra se aproximar, ele ia chamar ela de louca, mas com o filho ela tem o motivo. Ela pode até fazer ele ficar contra mim– pego os pratos e os levo até a mesa.

– Acho que você está viajando muito. Por que você não tenta? Dá uma chance pra ele e conversem. Você simplesmente terminou com ele, nem conversaram!

– Encerrado o assunto– falo antes de sentar na mesa e chamar os demais convidados para juntarem-se.

Comemos em um clima -surpreendentemente- leve. Conversamos sobre muitas coisas. Trabalho, vida pessoal, viagens. Todos se entenderam muito bem e eu consegui me distrair por algumas horas. Retiramos os pratos da mesa e Maria e Romeo foram preparar uma sobremesa rápida para nós. Meu celular brilhou e eu vi o nome de Kevin. A curiosidade foi grande e eu abri a mensagem.

Kevin Trapp: Oi

Elizabeth Beaumont: Oi

Kevin Trapp: Queria conversar com você... tá ocupada agora?

Elizabeth Beaumont: Sim.

Kevin Trapp: Bella, é sério. Eu preciso conversar com você.

Elizabeth Beaumont: Kevin, eu estou ocupada. Boa noite.

Bloqueei a tela e me senti mal por ter sido tão fria com ele. Então voltei e mandei outra mensagem.

Elizabeth Beaumont: Me busca em 1 hora.

Esperei todos irem embora e desci, pois já sabia que Kevin estava a minha espera. Avistei seu carro na frente de meu prédio e logo entrei.

–Por que você terminou comigo?– Foi a primeira coisa que ele perguntou.

–Você vai ser pai.

– E daí? O que isso tem a ver?

– Você não pode ser um pai ausente. Não quero ser o motivo pelo qual seu filho vai ser problemático no futuro.

– Só porque eu não vou ser casado com a mãe dele não significa que eu vou ser ausente na vida dele. Bella, por que isso do nada?

– Kevin, ela não gosta de mim. Ela vai querer te deixar longe do filho pra me deixar triste. Eu sei que é seu sonho ser pai e eu não quero que você perca essa chance por minha causa.

– A Izabel pode até não gostar de você, mas ela não é nem doida de tirar meu filho só pra provocar alguém que ela não gosta. E mesmo se ela fosse, eu processava ela e pedia a guarda da criança. Não tem motivos pra você terminar comigo.

– Eu estou falando sé..– ele me interrompe.

– O que é? Você tá gostando de outra pessoa?

– Que?! Claro que não! Eu já te expliquei os motivos.

– E eu já te dei as soluções.

– Kevin, é melhor não. Você acha que é fácil assim? São poucos os pais que conseguem a guarda dos filhos. Não é tão simples.

– É simples sim. Eu entro com o processo e pronto.

– Você acha que ela não tem bons advogados também? Você não é o único rico do mundo.

– Eu acho que você está fazendo uma tempestade no copo d'água. É sem necessidade esse término. É você quem eu amo, não a Izabel. Ela está no passado.

– Ela vai ser a mãe do seu filho.

– Eu não acho que esse filho seja meu, mas eu só vou saber disso quando ele nascer. De qualquer forma, se ela diz que é meu, eu não vou deixar ela sozinha nesse momento.

– Você não sabe fazer conta? De quanto tempo é essa criança?

– Ela disse que deve ter uns cinco meses.

– A criança tá quase pra sair e ela só descobriu agora?

– Não é tanto tempo assim.

– A menos que você tenha me traído, o filho não é seu. Eu acho.

– Eu nunca te traí, mas esse filho pode ter sido feito antes da gente começar a se falar de verdade.

– Ok, Kevin. Quando essa criança nascer você vê se é o pai e me procura. Eu quero que você dê toda a atenção do mundo à ela porque eu cresci sem pai e eu sei o quão ruim é– abri a porta do carro e ele segurou minha mão.

– Mas...– o interrompi.

– Você não queria conversar? Pronto, já conversamos e eu já falei que quando essa criança nascer você me procura.

– Eu te amo– o encarei e saí do carro.

Eu também te amo.

Time FliesOnde histórias criam vida. Descubra agora