Bem!

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Eu sei que tudo vai ficar bem

-Calma Astrid, vais ficar bem, um dia isto à de parar.- Dizia para mim mesma enquanto estava sentada no chão da casa de banho das raparigas com as minhas roupas sujas de sangue, terra e com pequenos rasgões. Mais uma vez mais marcas se juntaram nos meus braços e mais uma vez sangue escorria dos meus lábios totalmente feridos.

-Astrid?- oiço essa voz a chamar-me, a voz da esperança...

E as minhas lágrimas vão secar

Eu sei que tudo vai ficar bem

E essas feridas vão se curar

-Quando é que me vais dizer onde é que arranjas essas feridas?- pergunta o moreno de olhos verdes à minha frente mais uma vez para curar as minhas feridas.

-Ainda não estou pronta para o fazer Hiccup, tens que compreender isso e esperar.- digo enquanto sentia como ele curava as minhas feridas com delicadeza, pena que eram apenas as superficiais.

-Mas Astrid tu sabes que faz-te mal guardares tanta coisa má só para ti.- diz ele enquanto passava o algodão pelo meu lábio.

-Eu prometo que um dia irei contar-te tudo.- digo dando um sorriso fraco sentindo algo dentro de mim queimar, o meu coração...

O que me impede de sorrir

É tudo o que eu já perdi

-Que descansem em paz e que Odin os receba com os portões de Valhala abertos.- diz o Padre indo de volta ao seu posto deixando me a mim, aos meus tios e aos meus avós sozinhos.

-Nós vamos andando querida, quando estiveres pronta sabes onde estaremos.- diz a minha tia deixando-me sozinha com apenas os túmulos que diziam Alana Hofferson e Fernando Hofferson, ajoelhei-me no meio de ambos e deixei as lágrimas serem derramadas, naquele dia pai e mãe tinham caído deixando uma criança de apenas oito anos à deriva...

Eu fechei os olhos e pedi

Para quando abrir a dor não estar aqui

Mas sei que não é fácil assim

Mas vou aprender no fim

-Astrid isto já foi longe de mais, está na hora de me contares o que se tem passado.- diz o moreno enquanto segurava a minha mão fortemente ainda com medo de me perder.

-Eu não sei Hiccup...- digo olhando para um dos cantos do quarto.

-Astrid eu estou preocupado contigo, por favor.- insiste mais uma vez mas sem chance, eu não iria contar, não iria permitir perder mais alguém, podem mandar-me para o hospital as vezes que queiram mas isso eu não irei permitir, preferia morrer...

Minhas mãos se unem para que

Tirem do meu peito o que é de ruim

Porquê? Porque raios isso já não funciona? Porque eu não sinto mais nenhum alivio a fazer isto? Porque aparenta ser apenas mais uma dor no meio de todas as outras? O que eu farei agora para tirar toda esta dor de mim? Pelo menos ainda tenho o Hiccup, o meu porto seguro...

E vou dizendo:

Tudo Vai ficar bem

E as minhas lágrimas vão secar

Tudo vai ficar bem 

E essas feridas vão se curar

Eu sei que tudo vai bem 

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