Capítulo 2

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Eu estava completamente acordada enquanto a madrugada avançava. Cada detalhe da noite me manteve com níveis altos de adrenalina, apesar da exaustão física. Este tipo de coisa só acontece quando nosso cérebro está sobrecarregado, tentando processar as informações em excesso.
Meu corpo nu permanecia imóvel na cama após o banho morno e continuei olhando para Dean, sentado na poltrona onde antes eu estava. Ele estava meio largado, com a cabeça para trás e os olhos fechados. Sua respiração estava calma e ele completamente relaxado.
Connor saiu do banheiro ainda meio molhado. As gotículas de água em seu corpo escorriam lentamente para a toalha ao redor de sua cintura. Ele parecia esculpido, como as estátuas de mármore que eu só tinha visto em museus durante a vida. Não podia ter sido melhor escolha para o homem com quem eu ficaria após cinco anos de fidelidade a Dean.
Somente a visão dele já aguçou meus instintos. Ele passou as mãos pelo cabelo molhado e me contraí com a visão de seu abdômen. Nossos olhares se encontraram e ele sorriu pra mim. O quarto agora estava claro e ele me analisou de cima a baixo. Se ele era como uma estátua, eu parecia uma pintura, meio coberta pelos lençóis, com um tanto de corpo aparecendo e uma expressão extasiada.
Julia estava no banho, eu enxergava sua silhueta pelo vidro do box, apesar do vapor. Aquilo era surreal, mas eu ainda conseguia sentir vontade, mesmo com os músculos espasmando de fadiga.
- Parece que Olivia ainda não teve o suficiente de você, Con. - Dean disse se levantando da poltrona. Connor sorriu novamente, lisonjeado, pude ver as covinhas em suas bochechas se formarem simetricamente e seus olhos se apertarem.
Dean se sentou na cama e puxou meu tronco para junto de seu corpo. Fiquei deitada nele, acomodada entre suas pernas. Senti que ele se enrijecia contra minhas costas e isso teve um efeito avalassalador na minha libido.
Ele passou as mãos na minha barriga e puxou o lençol, revelando meu corpo, depois acariciou meus seios. Fechei os olhos e deitei a cabeça em seus ombros, enquanto ele beijava meu pescoço.
Senti o peso de Connor afundar o colchão ao redor das minhas pernas e ainda estava com os olhos fechados quando ele começou a lamber minhas coxas e minha virilha. Então suas mãos seguraram minha lombar e ele me deliciou com sua boca.
- Ela tem um sabor único, não é? - Dean falava para Connor, mas a proximidade de sua boca com meu ouvido me fazia arrepiar.
Eu contraí meu corpo recebendo os beijos de Con, enquanto Dean me amparava as costas.
- Relaxe, querida. Aproveite. - Dean pediu me assistindo gozar na boca de outro homem. Meus gemidos eram puro prazer e senti um formigamento me dominando aos poucos, partindo dos lábios que se juntavam ao meu sexo e irradiando até meus fios de cabelo.
Ainda tomada por esta sensação eu fui virando o corpo para realizar o que certamente já passou pela cabeça de nove em dez mulheres.
Fiquei de quatro e olhei dentro dos olhos de Dean, ele sorriu e acariciou meu cabelo. Ele segurou meu rosto e olhou brevemente para Connor, depois ficou observando minhas expressões enquanto Con me penetrava deliciosamente.
Dean sabia que eu adoro o momento da primeira estocada e se realizou com minha boca entreaberta e meu gemido visceral.
Ele se recostou na cama, certo de que eu o chuparia da forma mais enlouquecedora dos nossos cinco anos juntos. E assim o fiz, exatamente no mesmo ritmo em que Connor entrava e saía de dentro de mim, me impulsionando contra o corpo de Dean com força.
De longe este era o momento mais lascivo da minha vida, com um homem em cada ponta do meu corpo. Minha boca ao redor de Dean, sugando até minha mandíbula doer enquanto minha mão ajudava a satisfazê-lo. Ao mesmo tempo Connor me proporcionando algo indescritível, como se ele coubesse deliciosamente dentro de mim, ativando pontos que eu nunca conseguira atingir de prazer.
Sempre adorei escutar gemidos da voz masculina. Os dois gemendo com suas vozes graves foi o uníssono mais excitante da noite e eu me deliciei com ele.
Não sei como foi possível que nós três chegássemos ao clímax quase ao mesmo tempo. Meu orgasmo foi quase doloroso e meu corpo teria caído extasiado na cama se Connor não tivesse me segurado pela cintura e Dean me levantado pela frente.
Ficamos os três de joelhos sobre a cama e relaxei de costas apoiadas ao corpo de Connor. Ele passou a mão no meu cabelo e me segurou a cabeça em seu peito enquanto Dean me beijava a boca.
- Você é incrível. Isso foi muito bom. - a voz sussurrante de Connor me inebriou.
Finalmente senti o sono se instalar e deitei na cama, entregando meu corpo ao descanso que ele pedia.

Acordei com o barulho da porta da pequena sala que antecedia o quarto. Olhei para o lado e vi Dean dormindo profundamente no meio de Julia e eu. Me levantei sentindo o corpo inteiro latejar em músculos doloridos por esforço e tensão. Era um preço baixo a pagar pelo prazer que causou a dor.
Me enrolei em um roupão macio do banheiro e escovei os dentes. Meu cabelo estava avolumado e eu tinha olheiras enormes, mas de algum modo me sentia bonita. É impressionante o que alguns hormônios podem fazer com a nossa auto estima.
Saí do quarto em silêncio e vi Connor na varanda da sala, tomando um café apreciando a paisagem.
- Já cansado da companhia? - perguntei abrindo a porta de vidro. Ele virou o pescoço pra me olhar e riu.
- Difícil cansar deste tipo de companhia. Só não consegui mais dormir. - ele disse virando de frente. - Pedi o café da manhã. Alguma chance dos dois nos acompanharem?
- Duvido. Estão exaustos. - meus olhos se detiveram nos dele e senti uma súbita estranheza me tomar. - O que devemos fazer? Chamá-los? Será que ficarão chateados se comermos sem eles?
- Eu não sei qual é o protocolo. Só acho que comer sem eles não configura traição. - ele brincou piscando pra mim e parando na minha frente. Senti o cheiro da sua pele e meu corpo se aqueceu instantaneamente.
- Vamos ter que rever as definições de traição. - tirei o corpo da passagem da porta e ele entrou. O segui até a mesinha montada com o café.
Nos sentamos um ao lado do outro e comemos. Por mais que eu tentasse não conseguia parar de admirar Connor e sua beleza rústica. Dean era lindo, encantadoramente bonito, mas de um jeito diferente de Con.
Olhei para a cicatriz em seu ombro, eu havia notado na noite anterior e não resisti a esticar o braço e colocar o dedo por cima da pele marcada. Ele me olhou por uns instantes e me dei conta de que não sabia exatamente os limites daquela nova dinâmica. Puxei o braço rapidamente.
- Vou descansar mais um pouco. - falei me levantando da cadeira.
Connor respirou tão alto que minha pele se arrepiou. Ele me puxou pelo braço para seu colo e me encaixei com as pernas ao seu redor para trás da cadeira.
Um frio tomou conta do meu estômago. Ele me olhava nos olhos enquanto abria o meu roupão para acariciar meus seios. Aquilo já não era parte do contrato da noite anterior, mas eu não conseguia impedir meu corpo de reagir a ele com desejo e entrega. Passei as mãos pela sua cabeça e segurei seu rosto pro alto, beijando sua boca com entusiasmo.
O barulho que veio do quarto me fez saltar do colo dele. Fechei o roupão e tentei conter o nervosismo, agindo com uma falsa naturalidade quando Julia nos deu bom dia.

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