Capítulo 18

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Fui visitar Julia um dia após terminarem as aulas, ela estava abatida. Eu não conseguia sentir por ela nenhum sentimento ruim, nada que me fizesse estar menos preocupada com ela e com a sua situação.
Sei que isso parece estranho, mas se alguma forma eu era grata a ela por ter percebido o que acontecia entre eu e Connor, e ter tornado mais fácil a minha decisão em relação a Dean. Ela tinha um jeito torto de enxergar a vida, meio egoísta até, mas sempre foi uma das pessoas mais honestas da minha vida, e eu valorizava isso.
Eu precisava contar a ela tudo que aconteceu. Estávamos as duas envolvidas num turbilhão e eu decidi apoiá-la. Eu só não queria que ela tomasse nenhuma atitude impulsiva e se arrepender depois.
Contei a ela sobre meu surto, sobre estar praticamente todos os dias dormindo com Connor e sobre as mentiras de Dean. Claro que ela conhecia uma face encantadora de Dean, mas não foi difícil acreditar que ele já me traía antes. Ela mesma tinha visto a parte mais escuro da alma dele, antes mesmo de mim.
- Você não acha que ele pode tentar algo contra você ou Connor, Liv? - ela suspeitou e isso me causou um mal estar.
- Não sei se ele vai chegar a esse ponto. Ele é um covarde, Jules. - passei as mãos pelos meus braços para espantar o arrepio.
- Vocês precisam achar um lugar pra morar.
- Meu Deus, nem estou pensando nisso. Eu preciso terminar tudo primeiro, assinar o divórcio. E Connor também. Ou melhor, vocês. Isso é muito estranho.
- Nem me fale em estranho. - ela prendeu os lábios.
- Você ainda tem tempo pra decidir o que fazer, Julia. Pelo menos umas semanas.
- Eu queria resolver isso o mais rápido possível, Olivia. Não consigo me imaginar criando um filho sozinha.
- Céus... se for de Connor eu tenho certeza que ele vai ficar feliz, Jules.
- E se não for, Liv? - ela me olhou com lágrimas nos olhos e me calei. - Você pode amanhã?
- Julia. - franzi a testa pra ela, em agonia.
Ela limpou algumas lágrimas e eu chorei com ela.

Connor estava deitado na cama quando cheguei. Joguei minhas coisas no chão e subi no colchão me jogando em seus braços. O beijei acariciando seu rosto e ele me apertou sorrindo. Uma chama em mim se acendeu, aquecendo o frio que eu sentia pela situação de Julia.
- Vamos embora? - ele disse me olhando nos olhos.
- Vamos. - concordei tirando sua camiseta para beijar seu peito e pescoço.
- Eu tive esse sonho. Nós dois numa praia do Havaí, com areia grudando nos nossos pés e uma água verdinha. - ele falou entre suspiros provocados pela minha boca em sua barriga.
- Eu gostei desse sonho. - falei deixando-o tirar minha blusa e voltando para puxar sua calça para baixo.
- Podemos ir semana que vem. Depois de tudo. - ele falou referindo-se à data para assinarmos os papéis do divórcio.
- Sim. - falei beijando-o antes de colocá-lo em minha boca.
Connor estremeceu e se segurou nos lencóis enquanto eu o lambia e sugava avidamente. Seu corpo parecia vibrar com meu contato e ele me puxou pelos braços para me beijar a boca. Virou-se sobre mim na cama e nos olhamos por uns minutos enquanto ele acariciava meu rosto e cabelos e eu corria os dedos em suas costas.
- Eu te amo, Olivia. - ele disse beijando levemente meus lábios.
- Não importa o que acontecer daqui pra frente, eu vou continuar te amando, Connor. - falei vendo-o estranhar meu tom.
O puxei para mais um beijo e me ajeitei para terminar de tirar minhas roupas. Connor me receber sobre seu colo e enquanto eu subia e descia em seu corpo ele puxava minha nuca para abafar nossos gemidos em mais beijos.
Ele me abraçou e beijou meus seios. Meu corpo inteiro se arrepiou com os fios de sua barba dando pequenas espetadas nos meus mamilos. Meus braços se envolveram ao redor de sua cabeça e o apertei forte contra mim para deixar explodir um orgasmo relaxante e forte ao mesmo tempo.

Julia entrou porta adentro assim que a enfermeira chamou seu nome. Eu me encolhi no pequeno e desconfortável sofá, rezando para que as coisas ficassem bem, se é que isso era possível num situação assim. Peguei alguns folhetos para ler, mas minha habilidade de interpretação estava prejudicada pelo nervosismo.
Em cinco minutos a enfermeira abriu a porta e eu levantei pálida do sofá. Julia apareceu atrás dela chorando copiosamente e eu corri para abraçá-la.
- O que aconteceu? - perguntei pra enfermeira, que me fez um sinal negativo com a cabeça.
- Eu não consegui, Liv. - Julia falou num fio de voz e eu respirei aliviada, acariciando seu cabelo.
- Vai ficar tudo bem, Jules. Vai dar tudo certo. - eu menti.
Eu não sabia se tudo ficaria bem ou certo, mas no fundo estava feliz por ela ter desistido de abortar.

Dean não compareceu à reunião para a assinatura do divórcio. Elizabeth me deu algumas opções, mas disse que iria encaminhar os papéis pra ele. Eu fiquei arrasada com aquilo. Dean continuava com a habilidade de me frustrar profundamente. Pelo menos ele consentiu em vender nosso apartamento e fui lá entregar as chaves e terminar de tirar minhas coisas.

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