Capítulo 11

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A presença de Connor foi como um golpe no meu estômago. Certamente Julia tinha avisado que estaria no bar, e ele veio encontrá-la, mas a visão dele me paralisou como sempre. Por uns instantes foi como se o resto do mundo tivesse desaparecido e somente ele e Julia estivessem no salão enquanto ele andava de encontro a ela.
O sorriso no rosto de Connor era reluzente. Eu quase podia jurar sentir seu cheiro, mesmo na distância razoável que nos separava.
Ele abraçou Julia e ela correspondeu, mas os dois se beijaram no rosto, como conhecidos e não como um casal. Ela passou a mão delicada pela barba dele e só então beijou sua boca com um rápido beijo e um sorriso, como se tivesse feito algo proibido. Ele acariciou o cabelo dela e deu mais um beijo rápido em seus lábios.
O calor e o empurrão que eu levei de uma garota que passava em minha frente me desviaram da cena que remoeu meu juízo. "Respire, Olivia, e fuja.", foi o que me passou pela cabeça. Eu saí do banco num salto e rumei para o banheiro, passei uma água na nuca e no rosto enquanto definia minha estratégia para sair do bar sem falar com Julia. Saí do banheiro e na porta em frente, vi pela fresta o rosto sorridente de Connor.
Meu corpo se contraiu inteiro e contra o bom senso eu encostei a mão na porta e a impedi de travar quando batesse no trinco, sem nenhum barulho além da música que vinha do salão. Entrei no banheiro, era pequeno como o que eu havia acabado de sair, com uma porta mais reservada. Escutei alguns barulhos de beijos vindo de dentro da cabine e os já bem familiares sussurros da voz de Julia, mas o que me amorteceu o corpo foram os gemidos de Connor.
Segurei os punhos cerrados, sentindo até o meu cabelo se arrepiar na cabeça. Eu já havia visto Con e Julia juntos uma vez, sabia que era uma visão poderosa, como se os dois tivessem uma sexualidade tão aflorada que fosse capaz de contaminar todo o ambiente.
Sabia que não tinha nenhuma lógica continuar ali, mas minhas entranhas se reviraram com o som de Julia gemendo. Eu não decifrei exatamente se o que eu estava sentindo era relacionado com desejo ou inveja.
Julia tinha a saia levantada até a cintura, com as mãos apoiadas na parede de concreto e o corpo levemente inclinado para frente. Suas costas curvadas culminando em seu bumbum empinado onde começava o corpo de Connor. Ele a segurava pelos seios, e estava beijando suas costas e respirando fundo na nuca dela e beijando seu pescoço. Ele a puxava contra si rapidamente e ela gemia de olhos fechados, entorpecida pela sensação que ele causava, bem conhecida pelo meu corpo.
Eu me arrepiei inteira, sentindo uma excitação aguda, a ponto de amolecer minhas pernas e causar uma onda de choque que me percorreu, deixando meus músculos espasmando e molhando meu sexo.
Connor tinha o rtitmo que havia dominado meu desejo, entrando nela com firmeza. Minnha boca secou de vontade, mas minha cabeça me levou a Dean. Eu quis sair correndo, mas estava completamente hipnotizada por eles.
Julia esticou os braços e se forçou contra Connor. Ele levantou e curvou o tronco para trás, dando mais duas investidas nela antes de soltar o ar com um gemido que acariciou meus ouvidos. Denovo meus pêlos se arrepiaram e me contraí num vazio doloroso de desejo não saciado.
Julia soltou o corpo em Connor e virou a cabeça para beijá-lo, e ele a recebeu ávido.
Eu dei passos silenciosos até a porta, exasperada, meio entorpecida e sentindo mais falta de Connor do que nunca, até que ouvi a voz de Julia.
- Você me fode ainda melhor quando está pensando nela. Foi delicioso.
Me detive na porta com um gelo percorrendo meu corpo.
- Julia, já pedi pra você não falar assim. - a voz dele soou rouca e meu coração pulou ao finalmente escutar palavras e não gemidos em seu timbre.
- Con, olhe para mim. - ela fez uma breve pausa e subentendi que ele estava dando a ela uma visão azulada meio violeta que me deleitava. - Está tudo bem, sério. Eu sei quem você quer. Agora você pode sair e encontrá-la no bar.
- Olivia está aqui? - sua voz deu uma leve tremida, assim como meu corpo ao ouvir ele falar meu nome. - Você é louca, Jules.
Eu senti que precisava sair rápido dali. Além do risco de dar de cara com os dois uma tontura me invadiu. Abri a porta sem me preocupar se faria pouco ou muito barulho e entrei no meio das pessoas, desviando delas rapidamente.
Eu não entendi o que foi aquilo, qual tinha sido a intenção de Julia em colocar eu e Connor no mesmo lugar. Só o que eu sabia era que não podia me permitir chegar perto dele a sós, ou mesmo somente com Julia por perto.

Saí na rua com a sensação de um sufocamento meio agoniante. Meu coração ainda não tinha recuperado as batidas normais e parecia que minha ansiedade me daria uma rasteira, me fazendo cair no chão a qualquer momento. Eu não conseguia respirar. "Eu não consigo respirar perto de você.". Eu lembrava bem desta frase e era exatamente como eu me sentia.
Dei umas voltas entre as pessoas que estavam na calçada, mas eu não conseguia raciocinar, meu corpo começava a doer, especialmente meu peito e senti a visão escurecer.
- Liv! - ouvi a voz de Julia vindo da porta do bar e não vi mais nada, só a escuridão.

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