Capítulo 8

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A sorte andava ao lado dos desajuizados naquela época. Dean nunca soube do beijo que correspondi em frente à nossa casa. Eu também não dei razões para meu pedido a ele, somente o fiz crer que precisava de um tempo como casal novamente.
Meu problema especificamente nunca foi elucidado, mas ele sabia que estava relacionado a Connor e Julia. Eu tentei o máximo que pude não pensar, nem relembrar nada das nossas aventuras a quatro, mas o que eu realmente queria esquecer, que era meu tempo a dois com Connor, insistia em aparecer de surpresa na minha cabeça de vez em quando.
Dean fez alguns plantões extras nos dias que se seguiram. Apesar de não gostar da ausência dele o aumento no pagamento era sempre bem vindo e eu tinha muito a fazer em casa, corrigindo trabalhos e provas. Nossa distância também foi providencial para nosso tempo como casal, aumentando a falta que eu sentia dele e intensificando nosso apetite sexual quando finalmente podíamos dormir juntos.

Eu estava dando aulas durante toda a manhã e fiquei alheia ao meu telefone, na hora do almoço vi que Julia tinha me mandado algumas mensagens. Já fazia mais ou menos duas semanas que eu estava evitando o contato e dei desculpas para minha ausência nos pequenos eventos que nosso grupo de amigos fazia. Eu estava prestes a responder quando ela me ligou e atendi quase que prontamente.
- Liv, finalmente! Estou tentando falar com você durante toda a manhã. - ela disse alegre.
- Eu sinto muito, Jules, estava dando aula.
- Podemos tomar um drink hoje? Happy hour das meninas? - ela sugeriu.
- Sim. - meu entusiasmo era quase nulo, mas eu não sabia o que inventar tendo sido tão espontânea ao atender o telefone.
- Na minha casa ou na sua? - ela brincou.
- Na minha. - achei que fosse mais fácil me manter longe das tormentas do meu pensamento se estivesse no meu ambiente.
Às sete da noite eu terminei de preparar meu primeiro tequila sunrise quando a campainha tocou. Abri a porta e lá estava Julia. Seu cabelo curto parecia mais escuro e as duas pontas da frente cutucavam seu queixo redondo. Ela usava um vestido que marcava suas curvas. Especialmente mais bonita do que nunca. Ela sorriu e me deu um abraço caloroso junto de um beijo na bochecha. Fiquei feliz em vê-la, na verdade não percebi que realmente senti saudades dela até aquele momento. Eu não tinha muitas amigas. Eu tinha somente as colegas de trabalho e as meninas do nosso grupo, então era bom estar com alguém com quem eu pudesse estar à vontade e conversar.
Julia se sentou no sofá enquanto preparei um drink pra ela. Conversamos um pouco sobre o trabalho e ela me contou das últimas vezes em que "o grupo" se reuniu e eu "não pude" comparecer, então ela perguntou um pouco sobre como eu estava, em pouco tempo fomos à cozinha renovar nossos copos.
- Como vocês estão? Você e Dean? - ela adotou um tom sério para a pergunta, embora eu não tenha conseguido conter um riso meio bobo por estar ensaiando para perguntar sobre ela e Connor.
- Estamos bem. Estamos aproveitando um tempo juntos, ou quase juntos pelos plantões. - falei sorrindo e ela aliviou a expressão preocupada do rosto.
- Bom saber. - Julia sorriu e tomou mais um gole. - Isso está incrível. Temos que ensinar Elizabeth a fazer algo com tequila em vez da usual vodca.
- E vocês? - perguntei vendo-a levantar os ombros num gesto indeciso.
- Por que você e Dean resolveram transar comigo e Connor, Olivia? - ela falou numa naturalidade tão grande que eu nem ruborizei.
- Eu não sei, Jules. Curiosidade principalmente. Pra elevar o tom no nosso relacionamento. - falei sem pensar muito.
- Eu e Connor fizemos porque as coisas entre nós ficaram mornas. - ela ficou séria novamente.
Me parecia praticamente impossível que um casal como eles tivesse qualquer interação que pudesse ser menos do que algo completamente quente. Os dois eram fodidamente sexy, exalavam uma cumplicidade sexual quase invejável. Aquilo era realmente inacreditável. Minha expressão denunciou meu susto.
- Difícil acreditar nisso, Julia. Eu me lembro do terraço.
- Liv, estamos praticamente nos separando. - ela confidenciou. - Quando vejo você e Dean entendo que não conseguem ficar distantes um do outro. Ele está sempre com o braço ao seu redor, dando um jeito de encostar em você, segurar sua mão ou simplesmente estar ao seu lado. Alguma vez você viu isso entre Con e eu?
Repassei na minha cabeça as vezes que estivemos juntos, mesmo antes de tudo acontecer, e não consegui me recordar que os dois tivessem realmente qualquer tipo de proximidade.
Ao mesmo tempo eu percebi como meu relacionamento parecia ser carinhoso para outras pessoas. Aquilo era mesmo surreal e tive mais certeza de que eu estava certa em insistir com Dean, sufocando o que quer que fosse que eu sentia por outra pessoa.
- Tivemos nossos momentos, mas na maior parte do tempo estamos apenas tentando, tentando e tentando. Eu preciso de mais. - ela voltou à sala e eu a segui, meio confusa.
- Então qual é o acordo entre vocês? - falei me sentando novamente com ela no sofá.
- Não há acordo. Estamos experimentando. Com vocês, com outras pessoas, abertamente. - ela passou as mãos no cabelo, vi o suor grudando alguns fios em sua bochecha. - Eu gostei muito.
- De Dean? - perguntei sem nenhum traço de ciúmes. Eu tinha mais ciúmes de Connor do que do meu próprio marido e isso me incomodava profundamente.
Foi a primeira vez que vi Julia remotamente sem graça. Ela era muito franca com tudo, mas não era fácil dizer "eu adoro transar com seu marido", eu sabia bem qual era o sentimento. Sabia que Julia tinha algo diferente com Dean desde o dia em que ela me pediu para deixá-lo ficar com ela e Connor.
Me mexi no sofá, sentindo uma excitação ao pensar que Dean era o objeto de desejo de Julia. Ela era o tipo de mulher que vira a cabeça de qualquer homem e só consegui pensar no tamanho do desejo que envolvia o sexo entre os dois.
Nossa conversa foi praticamente um ímã. Dean abriu a porta e entrou em casa alheio à presença de Julia em nossa casa. Nós duas o olhamos e por um minuto ele ficou paralisado na porta, como se tivesse imaginado mil cenas eróticas envolvendo nós três em uma fração de segundos. Vi a respiração de Julia se alterar levemente.
Dean me deu um breve beijo nos lábios e cumprimentou Julia, em seguida foi para o quarto. Fiquei observando ela o acompanhar com os olhos. Eu não corria o risco de me apaixonar por Julia, não tinha ciúmes dela, e a tensão entre os dois era evidente demais para que eu continuasse fingindo que a chegada dele não tinha mexido com ela.
- Quer ir ajudá-lo a se trocar? - perguntei sem saber se o calor que eu sentia vinha da tequila ou do meio das minhas pernas. Ela arregalou os olhos pra mim e eu sorri. - Está tudo bem.
Me aproximei dela e beijei seu pescoço. Eu não sabia exatamente como me aproximar dela, mas sabia que eu devia a ela um trio onde ela fosse inteiramente o centro das atenções e eu sentia um desejo diferente sobre seu corpo. Julia estremeceu e a levantei do sofá, peguei em sua mão e fui até a porta do quarto. Dean estava tomando banho e o banheiro tinha a porta aberta, a puxei até ficarmos de pé na ponta da cama.
Julia me beijou e fomos tirando nossas roupas, toquei sua pele por dentro da calcinha. Eu entendia sobre meu corpo, então meu dedilhar foi meio instintivo, fazendo-a segurar meu braço e suspirar com o contato da minha mão nela. Me abaixei e tirei sua lingerie, dei beijos úmidos no meio de suas pernas e ela foi se deitando, repeti com a língua os mesmos movimentos que ela tinha feito em mim ate que a sentisse completamente excitada, então subi sobre ela e a beijei na boca. Eu estava muito excitada, e ela esfregou a coxa em mim, me fazendo gemer.
Dean ficou parado na porta do banheiro nos observando desejoso. O chamei com a mão e quando ele subiu na cama nós duas beijamos seu corpo ainda molhado. Dean tinha o coração disparado, sua pele tão sensível pelos hormônios que os toques de quatro mãos o faziam arrepiar e respirar descompassado.
Julia o beijou na boca e me puxou junto deles. Nossas línguas se encontraram freneticamente enquanto ele colocou os dedos dentro de nós duas. Nossos hálitos e expirações se misturavam e fui descendo pelo corpo dela, beijando seus seios em meio a sussurros provocados pelas mãos de Dean. Minha língua disputou o espaço entre as pernas de Julia com os dedos de Dean. Ela passou os braços ao redor do corpo dele e os dois continuaram ajoelhados enquanto eu me deitei com o rosto entre as pernas dela. Quando ela gozou Dean a deitou de frente para ele e levantou seus quadris somente até a altura de sua pélvis, encaixando-a nele com suas pernas esticadas em seu tronco.
Vi ela levantar as mãos pro alto e segurar firme nas hastes da cabeceira da cama, enquanto os movimentos de Dean a empurravam pra cima e ela se forçava denovo pra baixo.
Passei as mãos pelo corpo dela admirada pela forma como o prazer a fazia ainda mais bonita, sua pele reluzia com o suor. Dean abriu suas pernas ao redor de si e me acomode sobre ela, beijando sua barriga até chegar novamente ao clitóris onde me demorei em beijos e lambidas vendo em close Dean entrando nela.
Julia apertou meu bumbum e puxou meu quadril levemente para baixo, começando a me retribuir o sexo oral de forma incrível. Dean fazia carinho na minha cabeça e me puxou pro alto para beijar minha boca enquanto gozava. Julia gemeu alto alcançando novamente o clímax.

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