Capítulo 5

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  Eu nunca tinha beijado uma mulher. Achei que a sensação dos nossos seios se encostando foi muito gostosa, a boca mais suave do que a masculina e a pele mais macia. Julia me agradeceu e deu mais um beijo rápido na minha boca antes de sair. Fui para fora vendo-a conversar normalmente com as pessoas.
Julia encarava sua sexualidade muito mais naturalmente do que eu e isso era parte do que a fazia tão sexy. Eu me acho bonita, tenho cabelos volumosos e ondulados, castanhos meio alaranjados. Fui uma criança ruiva e isso sempre me rendeu elogios, então até hoje meus cabelos parecem meio claros. Meus olhos são esverdeados e meio grandes pro meu rosto e gosto do meu corpo. Minha auto estima é boa, mas em certos pontos eu queria ter a confiança de mulheres como Julia, meio destemidas, super libertas de conceitos do que uma mulher pode ou não pode fazer.
Ela me despertava admiração e eu podia entender facilmente porque os homens olhavam tanto pra ela.
Aos poucos as pessoas foram indo embora. Edgar e Jade foram os últimos antes de nós. Connor fechou a porta para eles e voltou para a cozinha onde eu ajudava Julia a arrumar tudo.
Ela saiu para buscar mais alguns pratos e copos e vi que se aproximou de Dean, que ainda estava no quintal.
- Tudo bem por você termos ficado até mais tarde? - quebrei o silêncio vendo Con olhar os dois pelo vidro da porta junto comigo.
- Tudo bem por você? - ele me olhou com seus olhos expressivos e meu calor se intensificou. Se Dean me perguntasse agora se eu queria Connor eu diria mil vezes sim. Assenti, com as bochechas levemente coradas.
Eu estiquei a mão em sua direção, meio ansiosa por algum contato com ele. Segurei seu braço e ele se virou pra mim.
- Ela me pediu vocês dois. É uma noite pra ela. - confidenciei enquanto ele aproximava o corpo do meu. Aumentei a força com que segurava seu braço e ele aproximou a boca da minha.
- Connor, eu quero você. - eu nem sei exatamente porque disse isso.
Deve ser porque foi a coisa mais honesta que saiu da minha boca a noite toda, ou então porque havia um acúmulo de tensão e mim provocado por Dean e depois por Julia, e eu precisava dar vazão a isso.
Seus lábios quase encostaram nos meus mas ele se afastou num sobressalto, junto com a porta por onde Dean e Julia entraram.
Dean me abraçou pelas costas, estava feliz e relaxado. Diferente de umas horas antes. Julia pegou na mão de Connor levando-o ao quarto pelo corredor escuro. Apertei os braços de Dean ao meu redor sentindo a adrenalina subir.
Entrei no quarto segurando a mão de Dean e com a pulsação acelerada. Meu coração podia saltar pela boca a qualquer momento. Parei com ele do lado oposto ao que estavam Con e Julia.
Beijei Dean sob os olhares atentos dos dois. Nossas línguas passaram alguns minutos enroscadas enquanto ouvi suspiros vindos de Julia, durante o beijo abri os olhos para ver Con a estimulando com a mão, segurando-a de costas junto a seu corpo.
Tirei a camiseta de Dean lentamente, beijando seu pescoço. Minha língua correu a tatuagem no seu peito e dei leves mordidas que o fizeram arrepiar.
Olhei para o lado e vi que Connor quase repetia meus movimentos, despindo Julia sem tirar os olhos de nós.
Abri a calça de Dean e me ajoelhei em sua frente, tirando suas roupas e o beijando e lambendo brevemente até que ele ficasse completamente excitado. Ele me levantou e tirou meu vestido e lingerie, mas dei a volta por trás dele e o empurrei na direção da cama.
Julia me pediu Dean emprestado, e eu emprestei.
Ele subiu de joelhos encontrando Julia no meio da cama. Eu fiquei ajoelhada atrás dele, beijando suas costas e olhando para Con que estava atrás dela. Dean e Julia se beijaram e se abraçaram forte, passando as mãos nos corpos um do outro. Enquanto eles estavam de olhos fechados eu e Connor deixamos as mãos correrem com as deles naquele abraço conjunto. Eu passava os dedos pelo ombro de Julia quando ele beijou meu braço e instintivamente apertei o peito de Dean com a outra mão. A excitação dessas carícias foi imensa. Mas eu precisava cumprir com a noite de Julia. Então saí do quarteto, me afastei e sentei na borda da cama.
Dean foi se deitando e eu deixei que sua cabeça repousasse nas minhas coxas, acariciei seu cabelo enquanto Julia sentou por cima dele cuidadosamente, fazendo-o penetrá-la por trás. O rosto de Dean teve um instantâneo ar de prazer. Ele fazia essa cara sempre que algo muito bom acontecia, era esse o caso.
Até eu soltei o ar com força pra fora do corpo quando vi que ela começou a se mover lentamente e Connor se preparava para entrar nela. "Ca-ra-lho!!!", foi só o que consegui pensar quando vi o rosto dela se iluminando assim que Connor se acomodou dentro de Julia. Dean ficou absolutamente alucinado, ele respirava entre gemidos fortes, viscerais. Os movimentos de Connor faziam o corpo de Julia ir para frente e para trás, deliciando os três. Dean acariciava as costas e a bunda dela, mantendo-a quase deitada sobre ele, enquanto Connor a devorava com seu jeito sensual e meio bruto.
Eu achava que dupla penetração era coisa de filmes pornôs ruins. Mas aquilo parecia a coisa mais deliciosa possível.
O cheiro de sexo tomou conta do lugar e me arrepiou inteira. Ela abriu os olhos com o rosto num sorriso imenso, quase gritando de satisfação. Eu sorri pra ela, embasbacada. Me faltava o ar e eu mal conseguia raciocinar sobre estar somente ali sentada na cama vendo os três se comerem freneticamente. Connor saiu de dentro dela antes de gozar.
Julia então se virou na cama de bruços e me puxou de leve.
- Deite aqui. - ela bateu no colchão em frente a si e eu obedeci. A vi empinar ligeiramente o traseiro para que Dean continuasse por trás. Ele se levantou, segurou seus quadris e entrou nela novamente, maravilhado com a forma que ela gostava daquilo. Entre gemidos abafados Julia começou a mexer os dedos dentro de mim e me estimular de um jeito incrivelmente diferente. Ela passava a ponta da língua em mim especialmente cuidadosa com a minha anatomia, para em seguida mover de um lado a outro com delicadeza. Meu corpo se retorceu e contraiu com a língua dela, rendido ao melhor sexo oral que já recebi na vida. Vi Connor dar a volta na cama e parar atrás de mim. Tentei alcançar suas pernas com os braços, mas ele se ajoelhou no chão e suas mãos percorreram meus seios e barriga e ele beijou minha boca de ponta cabeça.
Duas línguas no meu corpo, uma nos lábios de cima e outra nos de baixo, me levando a um torpor. Meus sons não eram controlados. Meus gemidos se enrolavam como linha na boca de Con. Ele se demorava em beijar meu rosto, pescoço e voltava para minha boca. Seu beijo era como gasolina jogada num fogo aceso e meus braços se enrolaram em sua cabeça impedindo-o de afastar a boca da minha.
Dean e Julia alcançaram o êxtase. Eu estava tão perdida, mergulhada nas sensações quentes e nos espasmos do meu corpo que gozei quando a boca de Dean mordeu e chupou vigorosamente meus seios.
Era para ser o momento de Julia, mas eu acabei com os três sobre mim, entorpecida e com o corpo imerso em saliva, suor e orgasmos.
Ficamos deitados os quatro, largados sobre a cama e meio embolados. Eu não abri os olhos por um bom tempo. Fiquei apenas ouvindo os sons das respirações se acalmarem aos poucos.
O efeito daquilo foi tão intenso que não me percebi adormecer.
Já era alta madrugada quando acordei. O rosto de Connor estava próximo ao meu, Julia dormia calmamente com a cabeça em sua barriga e com as pernas encostadas em Dean que estava nos pés da cama, com as pernas enroscadas nas minhas. Quase um quadrado.
Saí da cama procurando o caminho da cozinha e coloquei a camiseta de Dean sobre o corpo. Tomei água e fui para fora tomar um ar. O clima continuava quente e agradável. Eu queria descansar, mas minha cabeça não permitia.
- Não consegue dormir? - a voz de Connor me assustou ao mesmo tempo que causou uma sensação gostosa.
- Não. - respirei fundo.
- Você está bem? - ele estava parado na porta e me aproximei dele.
- Você não tem medo? - falei num sussuro e ele me pareceu curioso. - De nada ser tão bom quanto isso? Às vezes parece que o sexo a dois perdeu a graça. Ou estamos somente desgastados. Não sei.
- Você pensa demais não é? - ele sorriu. - Disse que me queria há poucas horas e agora está dando um nó na própria cabeça.
Sim, eu pensava demais, minha ansiedade fazia com que eu vivesse antecipadamente as dores e as delícias de tudo. Concordei com ele.
- Liv, isso tudo é gostoso. É incrível. Mas a dois tem a intimidade, a atenção. Você se entrega de uma forma que eu nunca vi. - ele passou a mão no meu cabelo. - Eu fiquei encantado com você. Estar só com você entre quatro paredes deve ser uma viagem.
Aquelas palavras me confortaram. Talvez eu apenas precisasse relaxar minha cabeça tanto quanto eu relaxava meu corpo. Dean sempre foi suficiente pra mim e eu pra ele antes disso tudo. Sorri para Connor agradecida e o abracei. Ele me apertou forte em seus braços e suspirei.
Lá estava. Aquele desejo pungente em mim. Bastou o mínimo contato com sua pele e sentir sua respiração para que meu corpo latejante traísse a única regra que eu mesma tinha criado. O beijei e foi como se eu estivesse flutuando, sem sentir o chão abaixo dos pés. Ele me pegou no colo e envolvi as pernas ao seu redor. Connor entrou na casa comigo pendurada nele e fechou a porta.  

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