Capítulo 4

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Logo depois que James foi embora, voltei a sala de criação e por duas horas discutimos, até chegarmos em um resultado. Que levava na capa o título: Os monstros também amam. Esse clima de halloween seria, ótimo para vender. Sai exausta naquele dia, como nunca havia estado antes. Segui pra casa em silêncio, mas não pude deixar de notar o semblante preocupado de Albert através do retrovisor. Quando cheguei em casa, Brooklyn ainda não havia dado as caras, quando eu a vir, ela terá que me ouvir. Subi pro meu quarto, e tomei um longo banho. ainda enrolada em uma toalha busquei algum vestido em meu closet, achando um preto de uma manga longa apenas, com uma pequena fenda na coxa direita. fiz uma maquiagem leve, e ousei com um baton vermelho. O relógio marcava oito horas em ponto, James já havia chegado aquela hora, então me apressei e desci logo o encontrando no fim da escada, novamente impecável dentro de um termo azul marinho, e um sorriso curioso de canto. Ele me estendeu sua mão, e eu a segurei. Sua mão era fria, e a minha estava absurdamente quente o que nos causou um olhar engraçado. Ele me guiou até o lado de fora, onde uma Bugatti preto estava estacionado. Ele gentilmente abriu a porta do passageiro para que eu entrasse, e logo assim fechando a porta e seguindo para o seu lugar, ele deu partida e logo estávamos passando pelos enormes portões da mansão. Chequei meu celular e nada da Brooklyn me responder, pelo canto do olho pude notar os olhares nada disfarçados de James para minhas pernas. meu rosto ruborizou, mas não pelo fato dê que eu nunca tenha ficado com ninguém antes. muito pelo contrário, namorei por alguns anos, um brasileiro. Mas devido as agendas, não deu para continuar. Apesar de que, sinto que nunca realmente o amei. — Está linda.- falou James, me despertando dos pensamentos.- sorri para ele.- Você também não está nada mal.- respondi dando uma rápida analisada.- ele gargalhou e acelerou. Não demorou muito para chegarmos em um dos restaurantes mais caros de Manhattan, logo que ele parou seu carro em frente, um manobrista abriu minha porta, e estendeu a mão para me ajudasse a sair do carro. Rapidamente James já estava ao meu lado e me segurou pela cintura e me conduziu para dentro, enquanto o manobrista levava seu carro para o estacionamento. Paramos diante de uma linda moça ruiva, era a recepcionista. Ela sorriu abertamente, mas seu sorriso não foi direcionado à mim, e sim somente à James, que à olhava entediado.- Tenho uma reserva, James Lorentz e Blair Wolf.- disse ele à moça que ainda o olhava como se seu útero borbulhasse. revirei os olhos.- É por aqui.- respondeu a moça, enquanto nos conduzia para nossa mesa. - Se precisar de qualquer coisa, é só me chamar.- disse à moça docemente antes de se virar e voltar para a recepção. Ele não tirava seus olhos de mim, e até mesmo o flerte da ruiva o pareceu insignificante, olhei desconcertada para meu colo.
Dei graças à Deus pelo o garçom aparecer, e me tirar daquela atmosfera intimidadora.- O que vão comer?.- perguntou o homem educadamente. Olhei o cardápio por alguns instantes e respondi.- Ravioli à cogumelos, por favor.- fechei o cardápio o entregando.- E o senhor?.- dirigiu sua atenção à James, que ainda olhava o cardápio minuciosamente.- Risotto de cenoura roxa, por favor.- respondeu ele, dando um pequeno sorriso em minha direção.- E para beber?.- continuou o garçom. Pensou por alguns instantes, e olhou para o garçom.- Duas taças de chardonnay.- É pra já.- respondeu o garçom se virando e sumindo de nossas vistas.- É sempre tão quieta assim?.- questionou ele, relaxando largado na cadeira.- Só quando estou preocupada.- respondi prontamente.- Preocupada com o quê? à maximun?.- perguntou ele, arqueando as sobrancelhas.- Não. minha irmã, ela tem andado estranha ultimamente. E ainda venho tendo digamos que, divergências com meus pais sobre como tenho comandado à maximun.- falei de uma vez.- Não deve ser nada demais, vai ver ela só quer um pouco de espaço, já sobre seus pais.., bem sabe como são eles, nada nunca é o suficiente. Eles gostam de comandar os filhos, como bem entendem..- disse ele enquanto o garçom servia as taças de chardonnay.- Sim, são os fardos da vida.- respondi levando a taça aos lábios. Era incrível como a conversa com ele rendia, ele me fazia relaxar e esquecer o mundo lá fora, mesmo que por breves momentos. Terminamos o jantar, mas James fez questão de uma sobremesa. Então estávamos deliciando um fundie de morangos com chocolate, quando eu ainda rindo de alguma palhaçada de James olhei para uma tv próxima à nossa mesa, que mostrava o canal da cnn ao vivo de Milão, onde diziam Casal Wolf assassinados a tiros na saída de fashion week. Meu corpo desmontou, minha mente congelou. Eu não ouvia, eu não conseguia falar. Era como se o planeta tivesse parado de girar, e o chão sobre meus pés tivessem sumido. Meu coração martelava em meu peito, e lágrimas começavam a se formar em meus olhos, não, não era possível. Meus pais estão vivos, não pode ter acontecido isso. Peguei meu celular e disquei o número da minha mãe, uma, duas, três, dez vezes e ninguém atendia. Eu não conseguia raciocinar, eu estava em estado de choque. Senti as grandes mãos de James me acolherem, e me levarem para o carro, eu só chorava e perguntava o por que. No meio daquela confusão e desespero, James estacionou o carro em frente a minha casa, ainda com os olhos imersos em lágrimas e perdida ele me abraçou. Seus braços me envolveram, de uma forma protetora e amorosa, ele afagou meus cabelos e disse que tudo iria ficar bem, apesar de que eu não sabia se um dia isso seria verdade. Ele insistiu para ficar comigo nesse momento, mas eu realmente precisava ficar sozinha. Amanhã seria um inferno, a imprensa e todo o resto. e ainda ter que lidar com essa perda precoce de meus pais, porquê mesmo com eles ausentes, eu os amo infinitamente, e a última lembrança que vou ter da minha mãe, foi da discussão que tivemos, e isso iria me matar aos poucos. Me despedi de James que me olhava com compaixão e tristeza, entrei em casa, as luzes estavam todas apagadas, evidentemente os empregados ainda não devem saber o que houve. Subi destruída para o meu quarto, lágrimas molhavam meu rosto, e os soluços escapavam de minha boca. Abri a porta do meu quarto e entrei. mal tive tempo de acender às luzes e senti braços fortes me segurarem, e uma mão tapar minha boca, um desespero imenso me preencheu e meu corpo falhou. Será que eu também morreria hoje???

            Entre Anjos & Demônios™ (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora