Eu quase não dormi a noite. Me movimentava e virava sentada na cadeira da sala de espera, entrando e saindo do sono. Os médicos
frequentemente visitavam Scott para verificar como ele estava, o que também me mantinha acordada. Seus exames de sangue e seus movimentos cerebrais começaram a evoluir, o que me fez acreditar que ele sentia a presença da Brooklyn ali.
Um pouco antes das seis eu me levantei da cadeira, e cutuquei Petros que dormia desajeitado.Ele acordou meio assustado, e se tranquilizou ao me ver ali, do seu lado. Peguei o meu celular de dentro da bolsa, e olhei o rosto exausto de Albert e Petros que permaneceram ali comigo a noite toda. Já que a Brooklyn havia conseguido burlar as regras do hospital, e ficar no quarto com Scott. Pedi para que Albert e Petros fossem pra casa, e descansassem e que eu iria continuar ali e que eles poderiam voltar mais tarde. Mesmo resmungando eles foram, e eu me propus á ir até o refeitório tomar um café bem forte.
Puxei uma cadeira em uma
das mesas e me preparei para escrever uma mensagem para James, precisava compartilhar com ele esse momento difícil, eu precisava do seu apoio. Manter nossa comunicação aberta constantemente, era a única forma de de nós sobrevivermos
como um casal.
Eu bebi um gole do meu café e comecei a digitar, comecei contando sobre a saúde de Brooklyn que me preocupava bastante, e continuei com o acidente do Scott. — Blair, . Que surpresa agradável!
Virando minha cabeça, eu vi Dr. Frank em pé atrás de mim segurando um café. Ele estava vestido
para o trabalho. — Oi, Eu disse a ele, esperando esconder minha
desconfiança, já que não fazia idéia que ele trabalhava alí, em um hospital público sendo um dos médicos mais caros dos estados unidos. — Se importa se eu me juntar a você? ele perguntou, dando a volta.
— Nem um pouco.
Eu o observei se sentar em uma cadeira na minha frente, e refresquei minha memória sobre a sua
aparência. Seu cabelo era todo branco mas seu rosto
não apresentava rugas. Seus olhos tinham uma sombra
cinza diferente, ele parecia muito inteligente. O sorriso esbanjava charme. Eu suspeitava que ele era
muito popular entre seus pacientes, e a mãe deles.
— Deve haver alguma razão especial, ele começou, — para você estar aqui no hospital fora do horário de
visitas. — O namorado da minha irmã está aqui, se lembra dele? perguntei estreitando os olhos e o olhando com as sobrancelhas juntas.
— Vagamente, ele respondeu.
— Ouvi dizer que, você irá se casar com James Lorentz, disse ele.
— Então ele irá se casar com você, para lhe fazer um favor ou por amor?perguntou ele, Ele levou o copo aos lábios e me olhou de uma forma como se soubesse de algo, que só eu não via. Eu me afastei, ofendida em nome de James, como ele
pode transformar o que tínhamos em algo tão ruim. — Me desculpe, Dr. Frank, mas acredito que isso não seja da sua conta, respondi prontamente.
—Você sabe o que ele fez e ainda está com ele? Frank colocou seus cotovelos sobre a mesa. — Ele está te
fazendo de fantoche. Você parece exausta e depressiva. Isso é parte de um jogo para ele, você
sabe. Ele é profissional em fazer com que mulheres dependam dele como o ar. E depois, ele não suporta
mais olhar em seus olhos.
A declaração foi uma descrição dolorosamente precisa,
de algo que eu realmente não entendia. Meu pulso acelerou.
Seu olhar deslizou para a minha garganta, em seguida, voltou para o meu rosto. Sua boca se curvou em um sorriso zombeteiro. — Você sabe do que eu estou falando, sua afirmação me deixou ainda mais perturbada, afinal esse não era o James, não em todas essas palavras. — Ele vai continuar jogando com você até que você confiar completamente nele.. Então ele vai te destruir.
— James Lorentz é um sociopata narcisista. ele
continuou. — Eu acredito que ele é um misógino. Ele usa de sua beleza para seduzir as mulheres, então as
despreza por serem rasas o suficiente por achar seu jeito atraente. Ele usa o sexo para controlar,
e você nunca sabe com que tipo de humor que ele vai estar. Isso é parte do jogo, como você está sempre
preparando-se para o pior, sente uma onda de alívio quando ele está em seu melhor. — Você não o conhece, Eu disse com firmeza, me
recusando a morder sua isca. — Nem você. Ele se sentou e tomou seu café, parecendo tão tranquilo quanto eu tentava parecer. — Ninguém
conhece, ele é um mestre da manipulação e mentiroso.
Não o subestime, ele é perigoso, é capaz de fazer qualquer coisa.
— O fato de você não explicar o motivo de suas insinuações, me faz pensar que você não sabe o que diz.
— Você não deve fazer suposições. Há algumas coisas que eu não tenho a liberdade de te contar. — Bem conveniente. Ele suspirou. — Eu não sou seu adversário, Blair, e
você não precisa que ninguém lute suas batalhas. Você não tem que acreditar em mim. Francamente eu sou tão amargurado que eu mesmo não acreditaria se estivesse em seu lugar. Mas você é uma menina nova,
bonita e inteligente. Eu fiz muitas coisas das quais eu me arrependo Blair, muitas coisas que eu achei que era o certo a ser feito. Eles são bons em convencer, mas conheço você desde criança. Ainda me lembro de você com seus cinco, seis anos correndo pelo jardim a procura de Benjamín. Seu pai foi meu melhor amigo na faculdade, e eu sinto que eu preciso te alertar.
— Se você se afastar, ele continuou, — e prestar atenção no que ele está fazendo com você, como você
está se sentindo em relação a você mesma desde que você está com ele, que você está sendo destruída por esse relacionamento, vai perceber, e ai, tire suas próprias conclusões.
Algo tocou e ele puxou seu smartphone do bolso do
casaco. — Ah, meu último paciente acaba de acordar..
Ele ficou de pé e olhou para mim, colocou a mão no
meu ombro. — Você vai ser a única a se safar. Mas eu fico contente.
Eu o vi andar rapidamente para fora da lanchonete e deitei no banco no momento que ele desapareceu, cheia
de cansaço e confusão. Meu olhar mudou-se para a tela
do celular. Eu não tinha a energia para terminar a minha mensagem..Por volta das duas horas da tarde, Petros apareceu para me levar para casa. Eu estava péssima, completamente exausta e com aquelas insinuações do Dr. Frank em meus pensamentos, elas pareciam martelar em minha cabeça. Antes de ir passei no quarto do Scott, e chamei Brooklyn para ir comigo, ela tentou argumentar, mas eu a convenci a ir comigo. Afinal ele estava seguro alí, e depois ela poderia voltar. Por que ela também precisava se cuidar, se alimentar e dormir. Quando chegamos em casa, fomos recepcionadas rapidamente por Constance, que nem sequer perguntou como Scott estava. Ela trazia em sua mão um copo de água, e na outra as vitaminas da Brooklyn, aquilo fez meu sangue ferver. Quando ela começou a falar, para que Brooklyn tomasse-as, eu peguei os comprimidos e lancei os longe. Peguei o copo de água e o fiz se espatifar na parede, meus olhos estavam em chamas. Constance me olhou horrorizada, assim como Albert, Petros, e até mesmo minha irmã. — Chega!!! Vociferei — A partir de hoje a Brooklyn não toma mais essas vitaminas, e só tomará qualquer tipo de remédio se o Dr. Nathaniel julgar que ela precisa. Minha irmã me lançou um olhar solidário, afinal era aquilo que o Scott tentou fazer. Não esperei Constance abrir a boca para falar absolutamente nada, lhe dei as costas e subi pro meu quarto. Eu precisava de um banho e de um profundo sono, eu queria me desligar, eu precisava...
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Entre Anjos & Demônios™ (EM PAUSA)
RandomBlair e Brooklyn Wolf são herdeiras de uma importante revista de Nova York, e desde a morte misteriosa dos avós, tem administrado todo esse império com a supervisão de seus pais, que sempre estão ausentes. Mas tudo começa a mudar quando, James Loren...