— Oi Blair.- Brooklyn me comprimentou, ficando de pé.—
Queria mesmo que você chegasse antes do Scott ir embora.- disse minha irmã suspirando.— Tenho aula daqui à três horas.- disse ele.
— Você estuda?.-perguntei franzindo o cenho, enquanto colocava minha bolsa sobre a mesinha de centro. — Curso fotografia.- disse ele, um pouco receoso. — Ah, eu não sabia.- respondi. — Se importam se eu beber uma taça de vinho?, perguntei. —Tive um dia difícil. — Não, manda vê.- disse Scott com aceno. — Eu também quero uma.- pediu minha irmã, puxando Scott até o balcão do “mini bar” que tínhamos na sala de estar.- Fui até a adega, e puxei uma garrafa de vinho qualquer.
Entreguei a garrafa ao Scott para que ele a abrisse, enquanto eu buscava três taças. Reparei que Scott usava uma calça jeans preta larga, e um suéter preto de gola bem larga. Um visual despojado, que realçava seus cabelos castanhos um tanto grandes, no qual ele prendia em um coque desleixado, e seus olhos verdes também estavam realçados de uma forma que pela primeira vez, eu tenha reparado neles. Ele olhava para minha irmã de uma forma gentil, e apaixonada. O que me fez ficar com um peso no consciência por ter o maltratado, desde que nos conhecemos. Coloquei as taças encima do balcão, e me sentei em uma das banquetas que tinha ali. Scott serviu o vinho nas taças, e me entregou uma. — Então Brook, você tem algo pra me dizer?.- perguntei, já que era evidente que ela tinha algo importante para me falar. — Bem Blair, eu sei que temos tido nossas divergências, e que você tem passado por momentos muito difíceis, assim como eu. E sei também o quanto você me ama, e se preocupa comigo. E que todo
o peso da maximun sobre-caiu sobre suas costas, e que por causa disso, você terá que se casar contra à vontade, e talvez sem amor. E isso dói muito em mim, pois amar é tão bom irmã. Eu quero pra você, um amor tão bonito quanto o que eu tenho com Scott. Quero que você seja feliz, sem precisar se sacrificar para isso. E também queremos que saiba, que tanto eu, quanto Scott sempre estaremos ao seu lado, te ajudando no que precisar. Somos família, e iremos passar por esse momento difícil.- falou minha irmã, com lágrimas formada nos olhos. Olhei para ela, me jogando em seus braços e a abraçando tão forte que seria capaz de fraturar suas costelas. Me afastei dela, para abraçar Scott e poder lhe pedir desculpas pelo meu comportamento preconceituoso e grosseiro. Limpamos as lágrimas dos olhos, e brindamos aquele momento. A paz reinava aqui novamente, e um peso sumiu de meus ombros.— Bem acho que precisamos de um fotógrafo na maximun, por que não trabalha conosco, Scott?.- perguntei sorrindo, enquanto olhava o olhar alegre se formar nos rostos dos dois. — Sério mesmo, Blair?.- perguntou ele. — E eu lá sou mulher de brincar. Segunda, te espero lá.- disse enquanto me levantava e pegava minha bolsa para eu poder subir para o meu quarto. Scott ficou absurdamente feliz, Brooklyn com certeza a partir de agora, não terá mais motivos para faltar ao trabalho e eu vou ficar feliz, por vê-lá feliz. Tudo certo, eeeeeee todos felizes. Subi para o meu quarto, estranhando o silêncio da casa. Não vi nem Albert, e nem Constance hoje. E Petros falou muito pouco comigo, mas talvez eles estivessem ocupados com outras coisas, afinal. Continuei meu rumo até ao banheiro, onde coloquei minha banheira para encher. Me despi e entrei sentindo a água quente entrar em contato com minha pele, relaxei sentindo o aroma cítrico dos sais-de banho. Deslizei minhas mãos pelo meu corpo, fechando os olhos e desejando que fossem as mãos de James ali. Eu estava frustrada, irritada, e completamente excitada. Não saberia quanto tempo mais, aguentaria essa tortura. Se pelo menos James fossem menos teimoso, e aceitasse meus termos. Mas não, ele está decidido a ser importante para mim, a ser o amor da minha vida, suspeito eu. Levando em conta, como ele se sentiu ofendido com minha proposta de sexo sem compromisso. Problemas, problemas, problemas. Já estava farta de tanta dificuldade, tentei esvaziar meus pensamentos e só aproveitar aquele banho.
Já havia me vestido com um pijama branco de seda, quando meu celular apitou, indicando uma nova mensagem. Chequei e li uma mensagem de Kloé, que me convidava para ir em uma balada. Eu estava tão estressada, com todo o tipo de problema que resolveu surgir em minha vida, que aceitei ir. Eu me joguei na balada como se nunca tivesse feito isso antes. Kloé e eu circulamos por todos os
clubes noturnos de Manhattan, jogando dinheiro fora com taxas de consumação, mas nos
divertindo muito. Dancei até meus pés quase não aguentarem, mas consegui segurar firme, e Kloé foi a primeira a reclamar do desconforto das botas.
Saímos de um clube que tocava No Tears left to cry com a intenção de comprar chinelos em uma farmácia ali perto quando cruzamos com o promotor de um lounge localizado a poucos quarteirões de distância. — É um ótimo lugar pra você descansar os pés, ele sugeriu, sem o habitual sorriso forçado e entusiasmo exagerado da maioria dos promotores. Suas roupas jeans preto e blusa de gola alta também pareciam ser bem caras, o que me deixou intrigada. E ele não tinha nenhum panfleto ou coisa
do tipo. Só me entregou um cartão de visita impresso em um papel chique com letras que capturavam a luz dos letreiros ao nosso redor. Tentei me lembrar de guardá-lo como um modelo interessante para
anúncios impressos.
Uma torrente de pedestres apressados fluía ao nosso redor. Kloé teve que espremer os olhos para ler o cartão, pois havia bebido alguns drinques a mais que eu. — Parece bem legal. — Mostre esse cartão na entrada.- instruiu o promoter. — Assim eles não cobram consumação. — Legal.- Kloé envolveu meu braço com o dela e me arrastou rua afora. — Vamos lá. Em um lugar
assim estiloso você pode encontrar um cara que valha a pena.- disse Kloé muito empolgada. Meus pés estavam quase me matando quando chegamos ao tal lugar, mas parei de reclamar quando vi
a porta de entrada. A fila era longa, chegava a virar a esquina. A voz cheia de Lana Del Rey escapava pela porta aberta, assim como alguns clientes bem vestidos que saíam com um sorriso no rosto. Como o promotor havia dito, aquele cartão de visita garantiu nossa entrada gratuita e imediata.
Fomos levadas por uma hostess lindíssima ao andar de cima, a um bar VIP, menos movimentado, com vista para o palco e a pista de dança. Nós nos instalamos perto do mezanino, em uma mesa cercada por
dois sofás de veludo em formato de meia-lua. A hostess abriu o menu de bebidas no centro da mesa e anunciou: — Seus drinques são por conta da casa. Tenham uma boa noite.- Uau nos demos bem.- assoviou Kloé. — Acho que aquele promotor reconheceu você.- continuou Kloé. — Será?.- perguntei e ela deu de ombros. — Meu Deus, que noite é essa? Saindo com minha chefe, e melhor amiga e
descobrindo alguém com quem dividir a vida.— Hã?.-perguntei franzindo o cenho. — Acho que estou decidida a ir em frente com o Cameron.- disse ela, levando a boca, um copo com algum líquido verde fluorescente dentro. Fiquei feliz. Era como se eu tivesse esperado a vida inteira para que aparecesse alguém que tratasse Kloé como ele merecia. — E vocês já conversaram sobre isso?.- perguntei.
— Não, mas acho que ele não faria nenhuma objeção.- Kloé encolheu os ombros e alisou seu vestido, que lhe dava uma aparência sexy e indomável.
—Acho que ele está tentando entender nossa relação primeiro. — Ah.- foi tudo o que eu disse antes de dois caras pararam ao lado da nossa mesa — Tudo bem se a gente se sentar aqui?.- perguntou o mais
alto. Olhei para Kloé, e depois de volta para os dois. Pareciam irmãos, e eram muito bonitos. Sorridentes e confiantes, tinham uma postura relaxada e descontraída. Eu estava quase dizendo “É claro” quando senti uma mão quente apertando com firmeza meu ombro descoberto. — Ela está comigo.- Kloé, que estava sentada na minha frente, ficou de boca aberta ao ver James Lorentz contornar o sofá
e estender a mão para ela. — James Lorentz. — Kloé Martínez. Ela apertou a mão de James com um sorriso escancarado no rosto. — Mas isso eu já sabia, muito prazer em conhecer. Ouvi muito falar de você. Eu queria mata-la. Pensei seriamente nisso.
— Fico muito feliz em saber.- James se sentou ao meu lado, com o braço apoiado no encosto atrás de mim, de modo que seus dedos pudessem casualmente, e possessivamente, acariciar meu braço. — Talvez ainda
haja motivos para ter esperança.
Girando a cintura para encará-lo, sussurrei em um tom de voz furioso: — O que você está fazendo? Ele me fuzilou com um olhar determinado. — O que for preciso. — Vou dançar.- Kloé se levantou com um sorriso carregado de malícia. — Volto daqui a pouco. Ignorando meus olhares de súplica, minha melhor amiga jogou um beijo para mim e se mandou,
levando os dois caras com ela. Ao vê-los se afastar, meu coração disparou. Depois de certo tempo,continuar ignorando James se tornaria ridículo, além de impossível. Meu olhar se voltou para ele. James usava calça cinza-chumbo e uma camisa preta de gola V, o que lhe dava uma aparência despojada mas ao mesmo tempo sofisticada. Adorei aquela roupa e a suavidade que conferia a ele, apesar de saber que era apenas uma ilusão. Respirei fundo, sentindo que precisava fazer um esforço para socializar. Afinal de contas, eu não estava reclamando justamente disso? Que ele queria pular os preâmbulos e ir direto aos finalmentes?— Você está... Fiz uma pausa. Lindo. Maravilhoso. Deslumbrante. Deliciosamente sexy... No fim,
acabei dizendo apenas: “Gostei do visual”. Ele ergueu as sobrancelhas. — Ah, de alguma coisa em mim você gosta. Será que é do pacote completo? Ou só da roupa? Só da blusa? Ou talvez da calça? Não gostei do tom de voz em que ele disse aquilo. — E se eu dissesse que gostei só da blusa? — Compraria mais umas dez e usaria todo dia. — Seria uma pena. — Você não disse que gostou?.- Ele estava irritado, falando rápido, emendando uma palavra na outra.Minhas mãos se contorciam inquietamente no meu colo. — Adorei a blusa, mas também gosto dos
ternos. Ele me encarou um instante, depois acenou com a cabeça. — Como foi seu encontro com seu amigo movido a pilhas?
Saco. Olhei para o outro lado. Era bem mais fácil falar sobre masturbação pelo telefone. Mencionar esse assunto diante daqueles olhos castanhos incisivos era uma tortura. — Uma dama, nunca comenta esse tipo de coisa.- Ele acariciou meu queixo com as costas da mão e murmurou: — Você ficou vermelha.- Notei em sua voz o prazer que James sentiu ao dizer isso e mudei rapidamente de assunto. — Você vem sempre aqui? Merda de onde veio esse papinho clichê. Sua mão desceu até as minhas pernas e agarrou uma das minhas mãos, acariciando a palma com os
dedos. — Quando necessário.
Uma pontadinha de ciúme me fez querer endurecer o jogo. Olhei bem para ele, apesar de estar com raiva de mim mesma por me importar com o que ele fazia ou deixava de fazer. — Como assim, necessário? Quando você está no cio?
James abriu um sorriso sincero, que me deixou abalada. — Quando decisões importantes precisam ser tomadas. Sou o dono deste lugar, Blair.Ora, mas que surpresa.
Uma linda garçonete serviu dois copos quadrados com drinques cor-de-rosa bem gelados. Ela olhou para James e abriu um sorrisinho malicioso. — Aqui está, senhor Lorentz. Duas Stoli Elit com suco de blueberry. Mais alguma coisa? — Por enquanto não. Obrigado. Estava na cara que ela queria entrar na lista de orifícios pré-aprovados, e isso me irritou; ou seja, eu estava distraída demais para reparar no que havia sido servido. Vodca blueberry era o que eu costumava pedir quando saía, era o que eu estava bebendo desde o início daquela noite. Minha cabeça deu um nó, ele sabia exatamente como lidar comigo, sabia exatamente os meus gostos, como eu pensava, como eu agia. Ele parecia saber exatamente tudo sobre mim, e isso fez um grande alerta de perigo acender em minha cabeça.
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Entre Anjos & Demônios™ (EM PAUSA)
RandomBlair e Brooklyn Wolf são herdeiras de uma importante revista de Nova York, e desde a morte misteriosa dos avós, tem administrado todo esse império com a supervisão de seus pais, que sempre estão ausentes. Mas tudo começa a mudar quando, James Loren...