capítulo 8

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Seu olhar se tornou mais intenso e sua voz baixou para um tom de intimidade. - Romance não é meu forte, mas conheço mil maneiras de faze-la feliz. Basta aceitar. O elevador parou subitamente. Ele tirou a chave do painel e a porta abriu.
Eu me encolhi em um canto e fiz um sinal com a mão para que ele se afastasse. - Realmente não estou interessada. - Veremos.
James me pegou pelo cotovelo e, de maneira gentil mas insistente, me pôs para fora.
Fui junto com ele porque gostava da emoção de estar a seu lado, e também porque estava curiosa para saber o que James diria se interagíssemos por mais de cinco minutos, para variar.
A porta abriu tão rapidamente que não foi preciso nem diminuir o passo. A bonita morena da recepção
se levantou depressa, ansiosa para transmitir alguma informação enquanto ele balançava a cabeça
demonstrando impaciência. Ela se calou e ficou me encarando enquanto passávamos a passos largos. Felizmente, o corredor que levava à sala dele era curto. Sua secretária se levantou diante da aproximação do chefe, mas ficou em silêncio ao perceber que ele não estava sozinho. - Não passe nenhuma ligação, Scar.- disse James, conduzindo-me a seu escritório através da porta dupla de vidro.
Apesar da irritação, não pude deixar de me impressionar com a espaçosa sala de comando de James Lorentz. Janelas panorâmicas exibiam a cidade de ambos os lados, como uma parede de vidro envolvendo
o escritório. A única parede não transparente, bem na frente de sua enorme mesa, era coberta de monitores exibindo notícias em tempo real de canais de notícias do mundo inteiro. Havia três ambientes distintos, todos maiores que o meu escritório inteiro. Um bar com decanters de cristal, que proporcionavam os únicos pontos coloridos em uma decoração em que predominavam o preto, o branco e o cinza.
James apertou um botão na mesa e a porta se fechou. Logo em seguida a parede de vidro ficou opaca,protegendo-nos dos olhos dos funcionários. Com os filmes instalados nas janelas, nossa privacidade estava garantida. Ele tirou o paletó e o pendurou em um cabide cromado. Depois voltou para onde eu
estava desde o momento em que entramos. - Quer beber alguma coisa, Blair?. - Não, obrigada.
Droga. Ele estava ainda mais gostoso só de colete. Dava para ver melhor como seu corpo era bonito. Como seus ombros eram fortes. Como seus bíceps se flexionavam lindamente quando ele se mexia.
James apontou para um sofá de couro preto. - Pode sentar. - Preciso voltar ao trabalho. Tenho uma reunião com o conselho da Maximun, em duas horas.- respondi rapidamente.
- Quanto mais cedo resolvermos isso, mais depressa podemos voltar ao trabalho. Agora pode se sentar. - O que exatamente nós temos que resolver?.- perguntei com minha respiração um pouco desregular.
Soltando um suspiro, ele me pegou pelo braço, conduziu-me até o sofá e se sentou ao meu lado.- Suas objeções. Está na hora de discutir o que pode fazer você querer se entregar pra mim. - Um milagre.- pensei.
Me afastei, ampliando o espaço entre nós. Puxei para baixo a barra da minha saia
verde-militar, arrependida de não ter vestido uma calça naquele dia. Sua abordagem é grosseira e ofensiva. E me deixou louca de tesão, mas isso eu nunca ia admitir.Ele me observou estreitando os olhos. - Posso não ser muito sutil, mas sou sincero. Você não me
parece o tipo de mulher que prefere ouvir mentiras e galanteios em vez da verdade pura e simples. - Prefiro ser tratada como alguém que tem mais a oferecer do que uma boneca inflável.- respondi o lançando um olhar irritado.
James ergueu as sobrancelhas. - Muito bem então. - Estamos conversados?.- perguntei já me levantando. Envolvendo meu pulso com os dedos, James me fez sentar de novo. - De jeito nenhum. Só esclarecemos alguns pontos: sentimos uma enorme atração sexual um pelo outro e nenhum dos dois quer um caso sem importância. Então você quer o que exatamente, Blair?

Aquela conversa era ao mesmo tempo fascinante e ultrajante. E, é claro, tentadora. Dificilmente não seria, com um homem maravilhoso daquele olhando para mim, determinado a possuir minha alma, e sugar o resto de dignidade que eu ainda possuía alí. E o lado negativo daquilo tudo falou mais alto. - Quero estabelecer parâmetros logo de início, isso evita que as expectativas sejam exageradas, o que poderia
levar a uma decepção desnecessária. - Você está falando sério?.- perguntou ele com desdém. - Ouça o que está dizendo. Por que perder tempo
falando de algo a mais? Por que não dizer logo 'uma emissão seminal em um orifício pré-aprovado?.- disse ele seriamente o que me fez jogar a cabeça para trás e soltar uma gargalhada. O que o fez ficar evidentemente mais irritado. O som da minha
risada desabou sobre ele como um jato de água morna. Meu desejo por ele cresceu a um nível próximo do sofrimento físico. Sua irritação com meu divertimento mundano o fez parecer menos com um deus do sexo e mais com um ser humano. De carne e osso. Gente de verdade.
Eu me levantei e me afastei dele.- Sexo casual não precisa começar com flores e vinho, mas, pelo
amor de Deus, sexo é uma coisa pessoal. Íntima. Que exige um mínimo de respeito mútuo.-
A disposição para o humor sumiu dos meus olhos. - Não existe espaço para ambiguidade nas minhas relações pessoais. Você está querendo misturar as coisas. E eu não vejo nenhum motivo pra isso.- respondi apenas. - Não quero que você faça nada além de me deixar entrar, me permita.- pediu ele.
Tomei o caminho da porta e
acionei a maçaneta, xingando baixinho ao ver que ela não funcionava. - Me deixe sair, James. - Senti que ele se aproximava de mim. As palmas de suas mãos, pressionadas contra o vidro, me aprisionaram entre seus braços. Eu não conseguia mais pensar em me preservar sentindo sua presença assim tão próxima.
A força e a determinação de seu desejo formavam uma espécie de campo de força quase palpável. Ele deu um passo à frente e me envolveu com seu corpo. Tudo o que havia fora dessa bolha deixou de existir, enquanto dentro dela meu corpo inteiro ansiava pelo dele. James exercia um efeito tão profundo
e visceral sobre mim, mesmo sendo tão irritante, que minha cabeça começou a girar. Como eu podia sentir tanta atração por alguém que eu mal conhecia?. - Vire para mim, Blair.- Seu tom de voz autoritário me deixou tão excitada que meus olhos até se fecharam. Meu Deus, o cheiro dele era maravilhoso. Seu corpo poderoso irradiava desejo e calor, instigando a vontade
enlouquecida que eu tinha dele. Essa reação incontrolável foi intensificada pela minha frustração coma minha vida e pela discussão com o próprio James. Eu queria ele. Muito. Mas ele era demais para mim. Sinceramente, eu não precisava de ninguém para arruinar minha vida, não precisava de ajuda nesse quesito. Minha testa quente tocou o vidro resfriado pelo ar-condicionado.- Me deixe sair, James. - Vou deixar.- Seus lábios roçavam de leve minha orelha. Uma de suas mãos apertava minha barriga, seus dedos me puxavam para que eu encostasse nele. Ele estava tão
excitado quanto eu: senti sua excitação contra a base da minha coluna. - Agora vire para mim e se despeça.- Decepcionada e arrependida, recusei seu toque, encolhendo-me contra a porta gelada em comparação às minhas costas quentes. Ele estava curvado sobre mim, com os cabelos luxuriosos emoldurando seu
lindo rosto e o antebraço apoiado na porta para ficar ainda mais perto. Quase não havia espaço entre nós. A mão que estava na minha cintura havia passado para a curvatura do meu quadril, apertando-me
cada vez mais e me deixando maluca. Ele me encarou com seu olhar intenso e perturbador.- Me dê um beijo.- ele pediu sussurrando.- Pelo menos isso.-
Ligeiramente ofegante, passei a língua pelos lábios ressecados. Ele inclinou a cabeça e encostou sua boca na minha. Fiquei impressionada com a firmeza e a maciez de seus lábios, e com a pressão suave que eles exerciam. Suspirei, e sua língua entrou na minha boca, sentindo meu gosto em longos e
deliciosos movimentos. Era um beijo confiante e habilidoso, com a quantidade ideal de agressividade para me deixar morrendo. Mal registrei quando minha bolsa caiu no chão; minhas mãos foram logo para os cabelos dele. Puxei as mechas sedosas, usando-as para direcionar sua boca para a minha. Ele gemeu, tornando o beijo ainda mais profundo, atacando minha língua com movimentos nocivos. Senti seus batimentos descontrolados
contra meu peito, uma prova de que ele não era tão desesperadamente perfeito como na minha imaginação fértil.
James se afastou da porta. Agarrando minha nuca e minha bunda, ele me levantou do chão. - Quero você, Blair. sendo certo ou errado, não consigo evitar.
Estava inteiramente grudada nele, sentindo cada pedacinho do seu corpo gostoso. Eu o beijava como se fosse comê-lo vivo. Minha pele estava úmida e hipersensível, meus seios pareciam mais pesados e
receptivos ao toque. Minha intimidade implorava por atenção, pulsando ao ritmo da minha respiração acelerada.
Sem que eu me desse conta, já estava deitada no sofá. James estava inclinado sobre mim, com um dos joelhos apoiado no estofamento e o outro pé no chão. O peso da parte superior de seu corpo estava
apoiado sobre seu braço esquerdo, enquanto ele agarrava a parte de trás do meu joelho com a mão direita, subindo para a minha coxa em uma carícia firme e possessiva.
James expirou com força quando chegou ao ponto em que minha cinta-liga se prendia à parte de cima da meia de seda. Ele desviou o olhar de mim e o direcionou para baixo, puxando minha saia para tirá-la.- Minha nossa, Blair.- Um gemido grave reverberou em seu peito, uma emissão sonora primitiva que fez minha pele inteira se arrepiar. De relance, vi a parte inferior do corpo de James contra o meu, minhas pernas abertas para acolher a amplitude de seus quadris. Meus músculos queimavam de vontade de me encostar toda nele, de apressar o contato que eu desejava desde a primeira vez que o vi. Baixando um pouco a cabeça, ele atacou minha boca de novo, ferindo um pouco os meus lábios com sua impetuosidade levemente violenta.Mas, de um momento para o outro, ele se afastou de mim, ficando em pé imediatamente. Eu permaneci lá, ofegante e molhada, pronta e desejosa. Foi quando percebi por que James havia
reagido de maneira tão abrupta. Havia alguém atrás dele..

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