A informação sobre o acidente do Scott, foi violentada demais para a minha irmã. Ela entrou em uma verdadeira e dolorosa crise de choro, sua saúde já não era das melhores, e agora com essa situação envolvendo o Scott só piorou tudo. Ela mal conseguia formular uma frase, seu corpo todo tremia. Vê-la daquele jeito, foi absurdamente doloroso. Eu queria poder tirar aquela dor dela, queria consertar as coisas. Queria ver o sorriso do Scott quando olhasse pra ela, queria ver o brilho nos olhos dela de novo. Demorou muito mais do que eu podia imaginar, para que ela se acalmasse e me contasse o que havia acontecido. Ela me explicava enquanto bebia um copo de água com açúcar, que Constance fez questão que ela bebesse dizendo que era para a ajudar a ser acalmar. Scott havia sofrido um acidente de carro, e teve inúmeras fraturas pelo corpo, mas o que realmente estava preocupando a todos, era que suas atividades cerebrais estavam muito fracas. Vendo todo aquele caos estalado novamente na minha vida, me fez lembrar do telefonema de mais cedo. Será que o acidente do Scott teria sido realmente uma fatalidade ou era a ameaça daquela mulher desconhecida sendo cumprida?, Eu não sabia, como agir ou o que pensar naquele momento. Brooklyn me pediu para que eu a acompanhasse até ao hospital, e é óbvio que iria e ficaria lá com ela, e faria de tudo para que o Scott ficasse bom logo. Pedi ao Albert que tirasse o carro da garagem, e nos aguardasse lá em baixo, enquanto nos trocássemos. Fui apressada até o meu quarto, vesti uma roupa qualquer e peguei minha bolsa e desci rapidamente encontrando Brooklyn já impaciente no hall. Petros fez questão de nos acompanhar também, e partimos para o hospital. Chegamos no Sant' Louis quinze minutos depois, nunca vi Albert dirigir tão depressa. Quando passamos pela recepção do hospital, Brook foi rapidamente se informar com uma enfermeira que estava por alí. Ela informou que o médico responsável por ele, logo viria para nós informar e que tínhamos que aguardar. Rolei meus olhos pela sala de espera vazia, com inúmeras cadeiras verdes umas grudadas as outras, e me sentei, puxando Brooklyn para se sentar também. Uma hora depois vimos um homem alto, dos olhos muito familiares sair pelas grandes portas brancas e nos olhar enquanto segurava uma prancheta nas mãos. Ele se aproximou e logo que a Brooklyn colocou os olhos nele, ela se levantou rapidamente e o abraçou chorando baixinho em seu peito. Ele passou as mãos delicadamente pelas costas dela, e percebi seus olhos ficando marejados. Brooklyn se afastou e limpou as lágrimas que rolavam pelo seu rosto, e se virou para me olhar. — Blair, esse é o Dr Nathaniel Wandhudson. Ele é o pai do Scott, disse ela e eu me levantei prontamente estendendo a mão para comprimenta-lo. Ele me deu uma pequena tentativa de sorriso, sabia que aquele momento estava sendo horrível para ele. — E então Nathaniel como ele está?, Perguntou Brook, ansiosa com as mãos unidas como em uma oração. — O estado dele é crítico Brooklyn, estamos tentando tudo o que podemos. Mas ele não está reagindo, e foi estabelecido um prazo de quarenta e oito horas, para que aja uma atividade cerebral mais forte. Caso isso não aconteça, é possível que a morte cerebral seja constatada, dizia ele com sua voz embargada pelo choro. Fiquei imaginando que essa sem dúvidas devia ser a pior experiência para um pai e médico, ter que ver o seu filho ali e entre a vida e a morte e ter que decretar a morte daquele que ele mais ama. — Eu posso vê-lo? perguntou Brooklyn, com seus olhinhos inchados e vermelhos, mergulhados em súplicas para o Dr. Nathaniel. — Poder, você não pode. Ele está na UTI, e temos que reduzir todos os possíveis riscos para ele. Mas você é o amor da vida do meu filho, eu jamais poderia lhe negar isso, falava ele com lágrimas paradas nos olhos, levantando o rosto para cima na tentativa de conte-las. — Você é a minha esperança, de que ele reaja, continuou ele. — Por quê eu como pai e médico, já não sei mais o que fazer, concluiu ele. Brooklyn o abraçou novamente, e ele a levou para dentre aqueles portas brancas e estéreis. As horas foram passando e eu acabei pegando no sono, encostada no ombro de Petros que fazia um carinho em meus cabelos..
» Brooklyn «
Entrei naquele quarto frio e silencioso, e o vi deitado naquela cama com tantos fios e tubos ligados á ele, que eu mal conseguia enxergar o seu rosto. Um monitor acima de sua cabeça, indicava seus batimentos cardíacos, que estavam fracos. Me aproximei pegando em sua mão, ela estava fria. Mas ainda era a mão dele, ainda era ele ali e havia vida dele, eu conseguia sentir. Lágrimas quentes brotavam dos meus olhos, sem que eu conseguisse as impedir. Vê-lo ali, daquele jeito partia minha alma ao meio. — Amor você se lembra, quando nós vimos pela primeira vez? Eu andava distraída pelo Centro ao Park, e você vinha entretido com seus fones de ouvido e quanto notamos, um já estava encima do outro. Meu rosto ficou vermelho de raiva, e você segurava para não rir bem na minha cara. Você estendeu a mão para me ajudar a levantar, e com a maior naturalidade me convidou para um café. Você disse que queria reparar o dano causado há mim, e fomos até uma cafeteria alí perto e você me apresentou o melhor chococcino que eu já tomei. Você conversava comigo e me fazia rir como se nos conhecêssemos há anos, e na verdade tínhamos acabado de um cair encima do outro. Me lembro de pensar em como você era diferente dos caras, com quem eu estava acostumada a sair. Me lembro de logo após esse pensamento, olhar pros seus olhos verdes e sorriso fácil e ter certeza de que eu nunca havia visto algo tão perfeito. Eu não quis admitir logo de cara, mas a verdade é que alí você já tinha me conquistado. Naquele dia você pediu o meu número, com a desculpa de que só queria saber se eu havia chegado em casa bem. E quando você me ligou naquela mesma tarde, você me convidou para uma exposição no Brooklyn e eu me lembro de nunca ter visto nada tão fascinante. — Você se lembra do que me disse, logo após sairmos de lá?.. Você me disse, então seu nome é Brooklyn, mas você nunca esteve no Brooklyn antes.. E aquilo me atingiu profundamente, porquê eu não era de frequentar lugares como o Brooklyn ou o Queens, mesmo sendo nascida e criada em Nova York. Você me mostrou outro mundo Scott, você me tirou da minha rotina, da minha monotonia. Você deu sentido a minha vida, você se tornou parte dela. Você é a ligação entre quem eu sou, e quem eu deixei de ser... Porquê depois de você, nada nunca mais foi igual. Você é a cor do meu mundo Scott, porquê antes de você, tudo era muito cinza. — Então amor, eu te imploro... reaja por você, por mim, por nós. Limpei as lágrimas que molharam sua mão, e funguei ouvindo a porta se abrir e entrar uma enfermeira. Ela me olhou com pena, e se aproximou mexendo em algo no monitor cardíaco. — Nem perca o seu tempo querida, ele não pôde te ouvir. A maioria que fica assim, nunca mais acorda, falou ela friamente e eu a olhei perplexa. Ela baixou a cabeça e saiu sem me dar tempo suficiente para respondê-la, mas minha vontade na verdade foi de pular encima dela e descontar toda a minha raiva. Mas simplesmente fiquei ali parada, olhando para o grande amor da minha vida. Eu não sairia do seu lado, porquê eu sabia que ele acordaria e eu queria que eu fosse a primeira pessoa que ele visse..
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Anjos & Demônios™ (EM PAUSA)
De TodoBlair e Brooklyn Wolf são herdeiras de uma importante revista de Nova York, e desde a morte misteriosa dos avós, tem administrado todo esse império com a supervisão de seus pais, que sempre estão ausentes. Mas tudo começa a mudar quando, James Loren...