Fiquei só observando enquanto ele dava o primeiro gole, fazia a bebida passear pela boca como se fosse um vinho finíssimo e depois engolia. O movimento de sua garganta me deixou com tesão, mas nada comparável ao efeito da intensidade do seu olhar.— Nada mau, ele murmurou. — Veja se acertamos na mistura. Ele me beijou. Foi um movimento rápido, mas eu vi o que ele estava fazendo e não me esquivei. Sua boca estava gelada e tinha gosto de blueberry com um toque de álcool. Uma delícia. Todo o turbilhão de
energia e sentimentos caóticos que vinha se acumulando dentro de mim de repente se tornou grande demais para ser contido. Enfiei a mão entre seus cabelos maravilhosos e os agarrei com força,mantendo-o imóvel enquanto chupava sua língua. Seu gemido foi o som mais estimulante que eu já
tinha ouvido na vida, e fez a carne entre minhas pernas enrijecer furiosamente.
Surpresa pela fúria da minha própria reação, recuei, ofegante.James veio atrás de mim, passando o nariz pela lateral do meu rosto, com seus lábios roçando minha
orelha. Sua respiração também estava acelerada, e o som do gelo tilintando contra o copo em sua mão amplificava a agitação dos meus sentidos inflamados. — Preciso sentir como é estar dentro de você, Blair.- sussurrou bruscamente. — Estou morrendo de vontade.- Meu olhar passou do drinque para a mesa, pensamentos giravam a mil na minha cabeça, uma orgia de
impressões, lembranças e dúvidas. — Como você sabia?. - Sua língua percorreu a cartilagem da minha orelha, e eu estremeci. Era como se cada célula do meu corpo ansiasse por ele. Resistir a James demandava uma quantidade absurda de energia, sugava minhas forças e me deixava exausta.
— Sabia o quê?, ele perguntou.
— O que eu gosto de beber. O nome de Kloé. Ele respirou fundo e se afastou. Pôs o drinque sobre a mesa, virou-se no sofá e posicionou um dos joelhos sobre o estofamento para permanecer voltado diretamente para mim. Ele pôs o braço novamente
no encosto do sofá e com as pontas dos dedos começou a fazer movimentos circulares no meu ombro.
— Você passou por outros lugares esta noite. E pagou com cartão de débito, e o que você bebeu ficou registrado na conta. E o nome Kloé Martínez está em todas as matérias da Maxinun.
Tudo começou a girar ao meu redor. Eu não conseguia nem respirar. Cercada por todos os lados por Albert, Constance e Petros e agora James, tive uma crise de claustrofobia.
— Blair. meu Deus. Você está pálida, parece um fantasma. Ele pôs um copo na minha mão. — beba. Era o drinque. Virei tudo, esvaziando o conteúdo do copo. Meu estômago se revirou por um momento, mas depois se acalmou. Eu estava ofegante. — Você anda me vigiando?.— Pode parecer estranho, mas sim.. James se sentou sobre a mesa, virado para mim, com as pernas posicionadas junto às minhas. Pegou o copo e pôs de lado, depois aqueceu minhas mãos geladas com as dele.
— Você é louco James? - Ele estreitou os lábios. — Está perguntando isso à sério? — Sim, estou. Minha mãe vivia me espionando, mas ela fazia terapia. Você faz terapia?
— Atualmente não, mas você está me deixando tão maluco que acho que vou precisar em breve. — Então esse comportamento não é o seu normal?. Meu coração batia furiosamente. Eu sentia o
sangue pulsar nos meus tímpanos. — Ou é?
Ele passou a mão pelos cabelos, fazendo-os voltar à maneira como estavam quando eu os ataquei durante o beijo. — Apenas acessei informações que você disponibilizou voluntariamente.
— Mas não pra você! Não pra isso que você fez! Deve até ser contra a lei. Olhei bem para ele, mais confusa do que nunca. —Por que você fez isso? Ele se dignou a parecer que estava sem graça. Pelo menos isso. — Para poder saber, ora essa. — Por que você não me perguntou, James? Porra, por que isso é tão difícil pras pessoas hoje em dia? — Como você é difícil.- Ele apanhou o drinque e virou quase tudo o que restava. — Só consigo ficar com você por alguns minutos, no máximo.— Claro, você só quer falar sobre o que precisa fazer pra me levar pra cama e me fazer apaixonar. Já saquei teu jogo, faz tempo.— Minha nossa, Blair. ele sussurrou, apertando minha mão. — Não precisa gritar. Eu o observei meticulosamente, estudando cada linha e contorno do seu rosto. Infelizmente, porém,catalogar os mínimos detalhes não diminuiu nem um pouco meu deslumbramento. Estava começando a desconfiar que nunca ia deixar de me espantar com a aparência dele.
E eu não era a única; via como as outras mulheres se comportavam perto dele. James era podre de
rico, coisa capaz de tornar até mesmo os caras mais velhos, carecas e barrigudos figuras atraentes. Não
era à toa que ele só precisava estalar os dedos para conseguir uma trepada.
Ele fuzilava meu rosto com o olhar. — Por que está me olhando desse jeito?— Estou pensando.
— Em quê? Ele cerrou os dentes. — Já vou avisando, se disser alguma coisa sobre orifícios pré-
aprovados ou emissões seminais, não respondo pelos meus atos.
Isso quase me fez rir. — Quero tentar entender algumas coisas, porque acho que talvez eu não esteja valorizando você, como merece.— Eu também gostaria de entender algumas coisas.- Ele rebateu. — Acho que a abordagem “Quero possuir sua alma’’ tem um alto nível de sucesso no seu caso.
A expressão de James se fechou em uma impassibilidade inescrutável. — Sobre isso eu não vou falar, Blair. — Certo. Você quer saber o que precisa fazer pra me levar pra cama. É por isso que está aqui? Por
minha causa? E nem se dê ao trabalho de tentar dizer o que pensa que eu quero escutar. Seu olhar era límpido e impassível. — Estou aqui por sua causa, sim. Eu providenciei tudo.
De um momento para o outro, minha desconfiança em relação ao promotor da casa passou a fazer sentido. Fomos fisgados por um funcionário de James. — Você achava que me trazer até aqui ia render uma trepada?
Sua boca se curvou em um sorriso, demonstrando certa dose de divertimento reprimido. — Sempre existe a esperança, mas eu sabia que um encontro casual e alguns drinques não seriam suficientes.— Você está certo. Então por que fazer isso? Por que não esperar até o almoço de segunda? — Porque você está solta por aí, totalmente disponível. Não posso fazer nada a respeito do seu vibrador, mas posso impedir que você vá pra cama com um idiota qualquer que conheceu num bar. Se
você quer transar, Blair, estou bem aqui.— Estou totalmente disponível. Estou dissipando a tensão de um dia estressante.Pois você não é a única.
Ele começou a passar os dedos pelos meus brincos de prata. — Você sai para beber e dançar quando está tensa. Eu tento resolver de uma vez o problema que está me causando
tensão.Ele disse isso em um tom suave, que despertou um desejo alarmante. — É isso que eu sou? Um problema?“Com certeza.” Mas havia um esboço de sorriso em seus lábios. Eu sabia que isso era muito atraente para ele. James Lorentz não teria chegado aonde chegou, com tão
pouca idade, se aceitasse facilmente um não como resposta. — Para você, o que significa namorar?.- perguntou ele. Enruguei a testa entre as sobrancelhas. — Eu e um cara perdendo tempo com convenções sociais
quando poderíamos estar fodendo.—Você não gosta da companhia de homem?
A careta se transformou em uma expressão de desagravo. —Gosto, mas desde que isso não implique expectativas exageradas ou demandas excessivas do meu tempo livre. Descobri que a melhor maneira de garantir isso é separando amizades e relações sexuais em campos opostos. — E você tem amigas mulheres?.- perguntei. — É claro!! Suas pernas se apertaram em torno das minhas, prendendo-me. — Onde você quer chegar com isso??.- perguntei. — Você separa o sexo do restante da vida. Separa da amizade, da vida profissional... de tudo.—Tenho boas razões para isso.- respondi.— Deve ter mesmo. —Muito bem, vou dizer o que penso.- Era difícil pra mim, me concentrar perto dele. — Eu disse que não queria namorar, e não quero mesmo. Meu trabalho é a prioridade número um, seguido de perto pela vida pessoal — uma vida pessoal de mulher solteira. Não quero
sacrificar nenhuma das duas coisas em nome de um relacionamento, e não tenho tempo para me dedicar
a mais nada além disso. Mas como você bem sabe, estou sendo obrigada por uma clausula idiota estipulada pelos meus avós a me casar. Então não posso brincar com você, ou te enganar.
— Nisso eu concordo com você.
— Mas eu gosto de sexo.
— Ótimo. Faça comigo.- Seu sorriso era um convite ao prazer.
Empurrei seu ombro. — Não gosto de ter uma ligação sentimental com os homens com quem durmo. Não precisa
ser nada muito intenso ou profundo, mas o sexo precisa ser mais do que uma negociação impessoal pra mim.— Por que??Eu sabia que ele não estava sendo irônico. Por mais bizarra que aquela conversa pudesse parecer para
James, ele a estava levando bem a sério.— Digamos que é uma das minhas manias, e para mim não é fácil dizer isso. Odeio ser usada. Faz com que eu me sinta desvalorizada. — Não dá pra considerar que é você que está me usando? — Com você, não. Ele era poderoso demais, dominante demais.Um brilho triunfante e predatório surgiu em seus olhos quando expus minhas fraquezas para ele.— Além do mais, logo acrescentei, — isso é só uma questão semântica. O que eu quero nos meus
relacionamentos sexuais é uma troca justa. Ou então estar no comando. — Certo. — Certo? Você concordou depressa demais, considerando que o que eu quero é juntar duas coisas que você faz tanta questão de separar. —Não gosto da ideia e não vou fingir que entendo, mas estou ouvindo — é uma questão importante.
Me diga como fazer isso.
Minha respiração acelerou. Por essa eu não esperava. Ele era um homem que não queria
complicações na vida sexual, e eu era uma mulher que considerava sexo uma coisa complicada. Mas
isso não significava que ele havia cedido. Pelo menos ainda não.
— Precisamos ter alguma intimidade, James. Não temos que virar melhores amigos ou confidentes,
apenas duas pessoas que conhecem um pouco mais sobre a outra do que os contornos do corpo. Pra
mim, isso significa que precisaríamos passar algum tempo juntos quando não estivermos trepando. E
passar esse tempo juntos em lugares onde seríamos obrigados a nos controlar. — Não é isso que estamos fazendo agora? — Sim. E é exatamente disso que estou falando. Eu não estava valorizando seu esforço. Você poderia ter feito isso de uma maneira menos invasiva.- tapei a boca dele com os dedos quando ele tentou me interromper.— mas admito que tentou criar ocasiões para a gente conversar e eu não colaborei. James mordeu a ponta dos meus dedos, o que me fez dar um grito e puxar minha mão de volta. — Ei. O que foi isso?.- Ele levou a mão que mordeu até a boca e a beijou onde estava doendo, passando de leve a língua para
amenizar a dor. E excitar.
Num movimento de autodefesa, puxei a mão de volta para o colo. Ainda não tinha certeza de que
havia esclarecido as coisas entre nós. — Para que você não pense que minhas expectativas são
exageradas, quando estivermos perdendo tempo fazendo alguma coisa que não seja trepar, não vou
considerar isso um namoro. Certo? — Parece um bom acordo.- respondi. James sorriu, e a decisão de ficar com ele se solidificou dentro de mim.
Seu sorriso era como um relâmpago na escuridão, ofuscante, admirável, misterioso, e eu o desejava com
tanta intensidade que doía.
Suas mãos se abaixaram para agarrar a parte de trás das minhas coxas. Apertando-me de leve, ele me
puxou um pouco mais para perto. A bainha do meu vestido preto curto subiu de maneira quase
indecente, e seu olhar ficou vidrado na pele que suas mãos tinham exposto. Ele umedeceu os lábios coma língua em um gesto tão carnal e insinuante que eu quase senti uma carícia na minha pele.
A voz de Cardi B cantando “I like it ” ressoava na pista de dança logo abaixo. Uma dor incômoda
cresceu no meu peito, e eu o esfreguei com a mão.
Eu já tinha bebido o suficiente, mas ouvi o som da minha voz dizendo: “Preciso de mais um drinque”..
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Entre Anjos & Demônios™ (EM PAUSA)
אקראיBlair e Brooklyn Wolf são herdeiras de uma importante revista de Nova York, e desde a morte misteriosa dos avós, tem administrado todo esse império com a supervisão de seus pais, que sempre estão ausentes. Mas tudo começa a mudar quando, James Loren...