capítulo 5

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Quando as luzes foram acessas, tudo que eu via eram borrões, devido as inúmeras lágrimas que insistiam em cair. Os braços foram afrouxando, e a mão delicadamente deslizando para longe de mim. Passei as mãos em meu rosto, e quando meu olhar clareou, pude ver Brooklyn sentada em minha cama, ao lado de um rapaz todo tatuado que eu não fazia ideia de onde havia surgido. Albert e Constance também estavam ali, e quando olhei para trás pude ver quem havia me segurado, era um rapaz com olhos cor de mel, barba por fazer e cabelo bem cortado. ele não disse nenhuma palavra, e eu simplesmente não estava entendendo nada. Brooklyn pulou em meus braços, e me abraçou com seu choro rasgando meu coração ainda mais. Quando enfim conseguimos nos acalmar, Constance nos deu água, e Albert nos olhava com preocupação.— Estão mais calmas?.- perguntou Albert. Brooklyn voltou a se sentar ao lado do rapaz tatuado, e ele a abraçou, enquanto ela chorava baixinho em seu ombro.
franzi meu cenho em discordância.— Primeiro, posso saber quem é você? e o que faz aqui?.- perguntei diretamente ao rapaz desconhecido ao lado de minha irmã.- Brook se ajeitou nos braços dele, limpou a garganta pra começar à falar.— Blair, esse é o Scott. Ele é meu namorado, é com ele que estou quando não estou na maximun ou em casa.- respondeu ela o olhando de forma doce e apaixonada. A olhei indignada.— Então você tem sumido da maximun, e agido de forma iresponsavel  sumindo do trabalho, Chegando de madrugada em casa, por que está com esse, esse cara? você faz algo da vida rapaz? porquê se parece muito com um vagabundo.- comecei a falar sentindo um misto tão gigantesco de emoções que eu já nem mais pensava direito.— Com todo respeito, não é porquê sou tatuado, ou não tenho o nível social de vocês, ou porquê não fiz uma faculdade, que eu não seja bom pra sua irmã. Sou muito orgulhoso do meu caráter, e isso importando à você ou não, eu amo sua irmã, e estarei sempre ao lado dela.- respondeu o rapaz que aparentemente não sabia como regata com capuz era ridícula. Revirei meus olhos, e bufei. — Isso não importa agora, precisamos ter uma conversa muito séria com vocês duas e somente com quem podemos confiar.- disse Constance. Brooklyn se levantou.— Confio no Scott, e vocês também confiaram. disse ela, e eu julguei que ela só pode estar fora do seu juízo perfeito. O tal Scott parecia um desleixado, com aquele cabelo mal cuidado, e aquelas roupas surradas. mas eu não podia discutir com a minha irmã agora, precisava focar no que era mais importante.— Albert, nossos pais foram assassinados, não medirei recursos, e nem esforços para que o assassino pague por isso.- Ele respirou fundo, e parecia buscar as palavras certas.— O que sabemos meninas, é que à sete anos atrás a morte dos seus avós foi de causas suspeitas, agora seus pais foram assassinados em pleno um evento de moda, que o mundo todo acompanhava. Ninguém iria ser louco o suficiente para fazer isso, mas fizeram. Então suspeitamos que quem quer que seja, que esteja por trás disso, venha atrás de vocês. Por isso, eu trouxe o meu filho para ser seu segurança Blair vinte e quatro horas por dia, ele serviu no exército por alguns anos, e com certeza te manterá à salvo.- Olhei para o rapaz, que estendeu sua mão para que eu o comprimentasse. Apertei sua mão, e ele me deu um rápido sorriso.— Me chamo Petros.- disse o rapaz, dono de uma voz rouca.— Blair. Muito prazer!! uma pena ser nessa ocasião.- disse apenas.— E quanto a Brooklyn, eu mesmo me encarrego de cuidar dela, o tempo todo.- disse Albert com firmeza. Tudo aquilo soava como uma tremenda loucura, eu sentia como se houvesse mergulhado em um filme de terror.- Por que nunca nos contou que tinha um filho, Albert?.- perguntei curiosa.- Ele limpou a garganta e se aproximou.- Bem senhorita Blair, achei melhor deixa-lo em segredo, pois ele estava no exército e não podia ter sua localização exposta, muito menos seu disfarce já que ele era um infiltrado no Iraque.- disse Albert nos explicando. Não me convenceu muito essa história, mas no momento eu tinha outras preocupações.— Vocês deviam dormir um pouco, tentar descansar. Amanhã será um longo dia.- disse Constance severamente.— Sim, sim vocês devem dormir agora. mas antes vocês precisam entender que, vocês só podem confiar em quem está nesse quarto, mais ninguém. Até sabermos quem está por trás disso tudo, por tanto meninas a partir de hoje teremos que ser lobos a caça, qualquer passo errado vocês correm riscos reais de vida, e eu não posso deixar nada acontecer a vocês, seus avós me fizeram prometer que eu seria seu guardião, e serei.- falou Albert vindo nos abraçar.— Bem iremos deixa-las irem dormir agora, amanhã estaremos todos ao lado das duas.- Albert sorriu carinhosamente, limpando uma lágrima que insistiu em cair. Brooklyn puxou o mulambento pelo braço e estava indo para a porta, quando me dei conta de sua intenção.— Ele não irá ficar aqui Brooklyn, mande-o embora agora!!.- espravejei.
Minha irmã congelou o corpo e virou rapidamente me olhando bem irritada.— Essa casa é tão minha quanto sua, sou maior de idade e ele irá ficar.- disse ela, disposta à me enfrentar.— Você não está entendo o que está acontecendo aqui? será que você não vai crescer nunca Brooklyn? nossos pais estão mortos!! e tudo o que você faz é trazer um completo desconhecido pra dentro da nossa casa, com grandes riscos de que, seja um bandido ou sei lá o que.- Meu rosto estava em chamas, e minha respiração descompassada. Minha irmã me olhou com raiva, virou as costas e saiu acompanhada do sem futuro. Sentia que eu estava absolutamente sozinha, parecia que eu estava mergulhada em um pesadelo do qual eu não conseguia acordar. Constance e Albert com olhares tristes, saíram me deixando sozinha com meus pensamentos. Demorei alguns instantes para notar Petros ainda parado no mesmo lugar, olhei pra ele como se dissesse: “O que está esperando para cair fora?” Mas ele permaneceu estagnado no lugar, seus olhos cravados em mim. Percebi que ele não sairia dali, e teríamos um impasse.— Petros, será que você poderia sair por gentileza, gostaria de ficar sozinha.- pedi gentilmente, enquanto me sentava e levava meus dedos aos feixos da minha sandália.— Não posso deixa-lá sozinha.- respondeu ele de forma séria. Soltei o ar preso em meus pulmões.— Estou segura aqui, não tem com o que se preocupar.- respondi caminhando para o meu closet, onde peguei um pijama e caminhei para o banheiro para vesti-lo. Quando voltei Petros se mantinha fixo no lugar, e eu entendi que seria uma luta perdida, tentar fazer com que ele mudasse de ideia.— Sendo assim Petros, você não vai passar à noite toda, ai de pé né? Você pode dormir no sofá, ele é um sofá-cama.- Segui para o sofá, o puxando e arrumando para que petros se acomodasse. Peguei um edredon e dois travesseiros o entregando, ele caminhou até lá ajeitando para se deitar. Me deitei e fiquei observando ele, até ele se deitar. Apaguei as luzes e fechei meus olhos, mas falhei.
Pouco a pouco a ficha foi caindo, e estava ficando claro, nossa família tinha algum inimigo desconhecido à solta por ai. E tanto eu, quanto Brooklyn corríamos perigo. O que eu não conseguia entender, é o que de tão grave minha família fez, para que meus pais tenham sido assassinados dessa forma? Será que meus avós também foram assassinados afinal?, agora isso parecia muito provável. Meus olhos não conseguiam se fechar, meu corpo rolava de um lado para o outro da cama. As memórias dos meus pais me preenchiam, à dor era insuportável..

            Entre Anjos & Demônios™ (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora