O silêncio caiu junto da temperatura do ambiente, tudo que ouvíamos eram as batidas desenfreadas de nossos corações. Cada músculo do meu corpo ficou rígido, e o desespero crescia dentro de mim, com a possibilidade de um atentado contra a minha irmã. — Explique melhor, por favor Dr. Nathaniel, pedi. Brooklyn ainda estava com os olhos fixos nele, e respirava rapidamente. — Foi encontrado grande quantidade de um tipo de veneno em seu organismo, veneno esse que é extraído de uma espécie muito rara de serpente, que é encontrada somente na Austrália. Esse veneno em grande quantidade, por um longo período faz seus órgãos incharem e por consequência pararem de funcionar com o tempo. Por isso pedi uma tomografia, que já mostra seus órgãos inchados, explicou ele. Duas perguntas martelavam em minha mente, quem faria isso? E por quê? — E o que temos que fazer agora? Para cortar o efeito deste veneno Doutor? perguntei me remexendo na cadeira, para ficar mais próxima da minha irmã. — Vamos te dar um antídoto, é uma espécie de soro, que cortará os efeitos e eliminará os resíduos desse veneno do seu organismo.– falou ele ajeitando o óculos, nos analisando com um olhar preocupado e cuidadoso. Nos levantamos quando a enfermeira chegou, para levar Brooklyn para a sala onde ela ficaria enquanto tomava o antídoto, e tudo que eu mais desejei naquele momento foi que ela ficasse bem. Dr. Nathaniel ainda estava parado ao meu lado na porta, quando ele se virou para mim e disse: — Olha eu não sei quem fez, o que fez com sua irmã. Mas tenho grandes razões para acreditar que o acidente do Scott, não seja uma fatalidade. Ele estava desconfiado sobre o estado de saúde dela, e sobre o diagnóstico do tal Dr. Frank. — O senhor não o conhece? perguntei, o cortando. — Não, por que? perguntou ele. O que fez a minha cabeça girar, olhei para ele sentindo o sangue em meu corpo esfriar. — O Scott corre perigo aqui, sai correndo em direção da unidade de terapia intensiva. Eu não podia imaginar, meu Deus como eu não percebi antes. Quando eu cheguei em frente a grande janela de vidro, que nos dava a imagem perfeita do Scott do outro lado. Tudo pareceu andar em câmera lenta, enfermeiros e médicos em seus movimentos de salvamento. Levei meus olhos para o monitor acima da cabeça de Scott, e uma linha reta passava diante de meus olhos. Vi quando o Dr. Nathaniel entrou, e rapidamente puxou o desfibrilador para suas mãos. Fechei minhas mãos em oração, lágrimas caiam quentes e rolavam pela minha bochecha. – Por favor Scott, não morra.- sussurrei apertando mais minhas mãos em uma prece angustiada. Ouvi quando o Dr. Nathaniel falou gravemente, carrega em duzentos e um barulho foi ouvido depois. — Vamos Scott, vamos filho, reaja!! falava ele, em completo desespero. Carrega em duzentos novamente, pediu ele enquanto fazia uma massagem cardíaca no filho. Ouvi novamente o barulho de choque, e logo depois um barulho de batimentos. Levantei os meus olhos e vi no monitor, seus batimentos novamente o preenchendo. Meu corpo relaxou, eu não saberia como ver minha irmã perder alguém que ela tanto ama novamente. Dr. Nathaniel respirou aliviado, e saiu do quarto vindo rapidamente em minha direção. — Acho que você precisa me explicar, o quê foi isso.– ele pediu, mas percebi que aquilo, não era bem um pedido. Concordei, e me afastei em um canto mais distante do entre e sai das enfermeiras. — Quando o Scott disse que, minha irmã não estava bem. Foi chamado o Dr. Frank, ele queria que chamassem o senhor, mas nossa governanta insistiu que eu chamasse o Dr. Frank, já que ele cuida de nós desde que nascemos. Então eu concordei e chamei, e ele depois de examinar minha irmã, disse que era insuficiência de vitaminas, e pediu para que ela dobrasse a dosagem de uma vitamina que ela já vinha tomando. Scott achou estranho, e bem depois ele sofreu o acidente e eu encontrei o Dr. Frank aqui no hospital, presumi que ele trabalhasse aqui. Mas achei estranho devido o fato de que ele, tem seu próprio hospital. Ele não clínicaria em um hospital público, no subúrbio do Queens. E quando o senhor me disse que não o conhecia, foi como se a ficha caísse. Ele não trabalha aqui, nunca trabalhou. Só veio aqui para acabar com o que já havia começado, foi ele que desligou os aparelhos do Scott, e foi ele que envenenou minha irmã.– quando eu terminei de falar, minha boca estava seca, e minha respiração acelerada e quente. Meu rosto pegava fogo, e o sangue fuia rapidamente pelas minhas veias, é um ódio descomunal crescia dentro de mim. — Vou chamar a polícia, e iremos atrás dele. Não se preocupe, ele tranquilizou enquanto puxava seu celular do bolso de seu jaleco, e o levava ao ouvido. Encostei na parede gelada do corredor, sentindo uma tristeza tão profunda. Eu simplesmente não conseguia entender, o porquê disso tudo. Puxei meu celular da bolsa e mandei uma mensagem para o Petros e pedi para que ele viesse com Albert, e disse que era urgente. Uns vinte minutos depois, os dois passavam pelas portas e vinham ao meu encontro. Petros me envolveu em seus braços, e deixou que eu chorasse baixinho em seu peito. Demorou um pouco para que eu me acalmasse, e explicasse que o Dr. Frank era quem tinha causado o envenenamento de Brooklyn e o acidente de Scott. Albert pareceu perder a cor por um momento, e me olhar completamente chocado e atordoado com toda aquela revelação. A polícia chegou e os informamos sobre tudo o que havia acontecido, as câmeras de segurança do corredor do hospital e da saída do hospital confirmaram que o Dr. Frank havia mesmo entrado no quarto do Scott, mais de uma vez e mostrou também quando ele saiu minutos depois de desligar os aparelhos dele. — Iremos acha-lo, podem ficar despreocupados. Esses dois polícias iram ficar aqui, fazendo a proteção de Scott, até que esse médico seja preso, falou o policial. Fiquei um pouco mais tranquila, porquê pelo menos Scott estaria a salvo. Voltei para onde Brooklyn tomava o seu soro, ela assistia a tv entretida e eu não quis preocupa-la com o que havia acontecido. Depois eu sentaria com ela e explicaria tudo, fiquei ali do lado dela, segurando em sua mão enquanto gotas lêntas caiam, fazendo o antídoto entrar em sua corrente sanguínea. Horas depois quando acabou, fomos pra casa. Estávamos exaustas e sonolentas. Brooklyn insistiu em ver o Scott, mas depois de tudo o que houve, achei melhor fazê-la ir embora comigo sem o ver mesmo. Saímos do carro e entramos em casa, estava um silêncio quase sombrio. Brooklyn subiu as escadas, esfregando os olhos e bocejando. Albert nos olhava amorosamente preocupado, fui até ele o abraçando, ele me deu um beijo na testa e sussurrou um “ Boa noite, princesa” me guiei até Petros e depositei um beijo em sua bochecha, ele me segurou em seus braços e afundou o nariz em meus cabelos. Ele me deu um boa noite, e um beijo no canto da boca e eu me afastei rapidamente o olhando seriamente, enquanto ele tinha nos olhos um olhar travesso. Subi as escadas praticamente me arrastando, e antes que o lance de escadas terminasse ouvi Albert dizer: — Você não pode se apaixonar por ela, vocês nunca poderiam ficar juntos... Franzi o cenho, não entendendo muito bem a razão dele dizer aquilo. É claro que eu não via Petros dessa maneira, mas tinha alguma coisa na afirmação dele que me deixou curiosa. Fechei a porta atrás de mim, e tirei a minha roupa indo diretamente para debaixo do chuveiro. Tomei um banho bem quente, e vesti um pijama confortável. Me deitei e puxei o travesseiro que ainda continha o cheiro de James, o aproximei do meu rosto e dormi sentindo o seu cheiro, desejando que ele estivesse aqui, enquanto o mundo desabava lá fora...
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Entre Anjos & Demônios™ (EM PAUSA)
RandomBlair e Brooklyn Wolf são herdeiras de uma importante revista de Nova York, e desde a morte misteriosa dos avós, tem administrado todo esse império com a supervisão de seus pais, que sempre estão ausentes. Mas tudo começa a mudar quando, James Loren...