Capítulo Cinco

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 " Não existe simplesmente o certo e o errado, as coisas (na vida) são muito mais complexas que isso. Não existe nada de simples."

                                     - Meredith Grey

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Agonia era a definição do que Rashad sentia no momento, de costas para a cena que o havia deixado naquele estado, não conseguia ao menos respirar sem transparecer seu nervosismo.

Tentou se convencer de que não era ciúmes o que sentia, não tinha cabimento. Três encontros, apenas três vezes havia encontrado Haiza em ocasiões não planejadas.

Não era possível sentir ciúmes de alguém que não tinha nenhuma relação, que não conhecia... Mas ele conhecia Haiza. Sabia o tipo de pessoa que ela era, quem era e como era sincera.

Sentiu a necessidade de virar-se e saber exatamente o que acontecia. De sorte que homem já deveria ter cumprindo com a etiqueta e depois de dar seu cumprimento se afastou.

- Há algo de errado, parece incomodado filho? - Layla, sua mãe lhe encarava tentando descubrir o que havia por trás da expressão estranha do filho.

- Não é nada. Apenas divirtam- se. - tentou soar agradável, para encobrir seu desconforto. - Tudo isso aqui é para nós. - disse sabendo que envaidecia as mulheres.

Com movimentos suaves Rashad  angulou o corpo para ter vista do saguão e parecer que ainda estava na roda de conversa da família.

Seus olhos caçaram minusciosamente o vestido vermelho dentre aquele desfile de vestidos de grife.

Achou ao longe, dentro dos braços do mesmo rapaz de antes, movimentando o corpo numa levemente na pista de dança meio vazia.

Teve a certeza de que o que sentia era ciúmes, quando a gana de esguelar o sujeito surgiu em seu peito.

Rashad cerrou os olhos mirando o casal entretido em seus próprios movimentos. Precisava sair dali, precisava dar um jeito de arrancar Haiza dos braços dele.

A agonia que sentia antes era nada, comparado agora com a pressão no peito. Parecia que só estaria em paz quando afastasse o corpo de Haiza daquelas mãos.

Era como uma necessidade selvagem correndo em seu sangue, os olhos vidrados na cena de sua presa, o latejar na nunca que o impulsiona a agir, as mãos travadas em ânsia ao movimento.

Precisa distrair a mãe e Maibe. Mas como? Como? A raiva pela incapacidade de resolver seu problema o fez aumentar a pressão na taça que segurava nas mãos.

O cristal se partiu esparramando a bebida sem álcool no vestido de Maibe. A mulher esbugalhou os olhos movendo as mãos freneticamente. Layla veio em seu socorro e Rashad começou a ensaiar o pedido de desculpas até se dar conta do que aquilo significava.

- Precisamos tirar essa mancha... Se formos rápidas Talvez saia por completo... Talvez. - Layla dizia a Maibe, ignorando o filho totalmente.

- Vamos procurar o banheiro...

As duas saíram sem se dar conta de nada além delas mesmas. Rashad sorriu e aproveitou a deixa. Caminhou com determinação até o casal.

- Com licença, posso terminar esta dança com a senhorita? - intrometeu-se já instalando a mão na cintura daquela mulher, que era um pecado de tão bela.

Haiza olhou para Rashad surpresa pela intromissão e não soube como agir, Memphis seu colega de faculdade, continuava parado diante dela do mesmo modo.

HaizaOnde histórias criam vida. Descubra agora