Capítulo Oito

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"Não estou mais correndo de mim mesmo
Vamos enfrentar tudo

Se eu perder a mim mesmo, eu perco tudo"

Beyoncé -  runnin

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Cerca de um ano depois...

Exatamente. Um ano se passou e as  memória e enterravam Rashad. A lembrança daquela noite o assombrava em pesadelos.

Com tudo poderia ter dado tão errado?

Naquela noite Rashad tinha traçado seu plano. Ele encontrou a si mesmo, quando conheceu Haiza e sabia que o que sentia por ela não era algo do momento.

Aquela noite  ele havia decidido que viveria a própria história e não o destino dos outros.

Planejou desfazer o noivado com Maibe e comunicar a sua mãe que não seria mais o mártir a assumir a responsabilidade. Estava feliz, já podia se Imaginar vivendo com Haiza, afinal ela já era sua. Lembrou-se com um sorriso, dela em seus braços.

Por um momento ficou aflito em pensar em como a família dela reagiria caso soubesse da perda de sua inocência, mas seu lado egoísta o deixava ansioso, pois agora ela tinha sua marca, ninguém lhe poderia dar um noivo que não fosse ele próprio.

Mas tudo desandou de uma maneira que não podia acreditar, quis correr atrás de Haiza mas não não podia dar motivo os envergonha-la, já tinha feito mal em tirar sua virgindade daquele jeito Brusco e sem lhe dar nenhuma honra.

Permaneceu inerte afogado no gelo que corria em seu sangue. Maibe e sua mãe não lhe deram mais brecha para que rondasse o salão a procura da mulher que tanto ansiava.

Mas não podia vacilar, estava firme em seu propósito e quando chegaram em casa Depois de deixar Maibe na sua,confrontou sua mãe.

- Mãe, fale com a família de Maibe, não me casarei com ela. - havia dito, a noite já estava agoniante demais para postergar.

- Como? - o espanto evidente na voz e no rosto de Layla.

- Não me casarei com ela mamãe. - disse firme.

- Mas você não pode Rashad! É sua obrigação com a família! É sua responsabilidade, você deve...

- É justamente esse o problema! Eu não devo nada, não é obrigação minha me casar!

- É claro que é! Você sabe do acordo! Seu irmão...

- Eu não sou obrigado a assumir as responsabilidades do meu irmão.  - Rashad virou-se pondo fim a discussão - e não me casarei com Maibe? Que sua família arrume outro noivo para ela.

Pisou duro até seu quarto. Maibe era noiva de seu irmão mais velho Sharik,  porém infelizmente um acidente havia roubado sua vida. Isso foi a dois anos, ele tinha vinte e sete anos e Maibe dezenove.

As família decidiram esperar o período do luto passar para informá-los de que manteriam o acordo na família, dando a mão dela para o segundo filho.

Rashad relutou inicialmente, mas ante a dor de sua mãe viúva, acabou cedendo.

A família Tarek não tinha influência, apesar de ser uma família bem sucedida devido a herança deixada pelo marido de Layla.

A família de Maibe não tinha poder, mas possuía alguma influência devido a alguns comércios. Suas famílias se conheciam a tempos, seu pai era amigo do pai de Maibe desde a infância e antes de falecer, haviam feito acordo de casamento que prometia o filho mais velho, Sharik a sua filha.

Uma noiva que não era para ser sua, uma noiva que nunca quis. Ela era uma boa mulher, um pouco mimada e prepotente. Mas fazia companhia para sua mãe que era um tanto sozinha desde que ficou viúva. 

Contudo, isso não era motivo para se casar, sentia-se perturbado com os pensamentos em Haiza, a mente não a deixava um só segundo. E o pior é que não havia um modo de procura-la, todos os encontros foram feitos ocasionalmente através dos Mourrack. 

Rashad teria que se controlar até segunda feira para tentar reparar o erro, com certeza Haiza não estaria tendo o melhores pensamentos sobre ele agora e isso não o agradava em nada. 

Manteve-se inqueito por todo fim de semana, contendo para não parecer um louco as portas da casa dela. Chegou ao prédio onde trabalhava e mal ouviu a questões a serem discutidas durante a reunião, seu foco estava em Ísis, precisava de uma oportunidade para lhe falar.

Estava esperançoso, mas toda essa esperança despencou pirâmide abaixo depois que ouviu a frieza da melhor amiga de Haiza lhe dizer que ela havia ido embora. 

Embora! para França! um pequeno surto de pânico invadiu Rashad inicialmente. Permaneceu  inerte em seu próprio mundo, apenas respondendo automaticamente a perguntas feitas a ele. distribuía ocasionais "bom dia" quando lhe dirigiam a palavra diretamente por duas semanas inteiras. 

Não conseguia acreditar que o buraco em seu peito, era o amor que havia perdido por falta de coragem e por um erro que agora lhe parecia estúpido.

Haiza nunca perdeu o lugar que havia conquistado em sua vida, em todos os meses que se passaram Rashad recusou-se a acreditar que nunca mais a veria. Empenhou-se a cada dia para manter uma reputação na qual ela confiasse novamente.

Enfrentou sua mãe e a família de Maibe ao se manter firme no rompimento do compromisso. Não se envolveu em relação nenhuma com ninguém. Seu trabalho era sua vida e seu coração de uma única mulher. 

Rashad suspirou pesadamente, não havia um dia em que não pensasse nela. Sentia falta de seus conselhos, dos seus sorrisos, apenas da sua presença ao seu lado exalando sutileza. Os momentos com Haiza haviam sido poucos e não muito longos, mas foram os suficientes para perceber o que lhe tinha faltado a vida toda.

Levantou-se da cadeira sem ânimo algum, juntou os papéis e procurou pela secretária que mais uma vez não estava em seu posto. Sem opções encaminhou-se a ala financeira da presidência, precisava frequentemente da assinatura da CFO para a liberação de alguns projetos de marketing e publicidade.    

Tomou o corredor se preparando para mais uma vez enfrentar o olhar frio que recebia de Ísis Mourrack, Já devia estar acostumado com isso dado ao tempo que se passou, Mas não conseguia se adaptar a indiferença. 

Ela nunca o tratou mal ou o desprezou, mas tão pouco o recebia com sorrisos e Rashad apenas se via tentando gritar aos ventos o quanto tinha raiva de si mesmo por achar a coragem e a gentileza que lhe faltavam  em alguém e ter deixado escapar.

Mas a voz morria na garganta, a compreensão era algo difícil na humanidade e sabia que a maior parte da parcela de culpa era sua, senão toda.

A frieza que recebia não era mais intensa do que a que o consumia diariamente a cada segundo de cada maldito dia a doze longos meses.

Só esperava por fim em sua agonia em breve.

HaizaOnde histórias criam vida. Descubra agora