Old Friends

➹ Prologo

Gotham, 2005

Deixo a seringa em cima da mesa com o coração batendo contra o meu peito com toda a força que ele tinha, era apenas mais um dia normal, penso fechando os olhos brevemente quando sinto braços musculosos passando ao redor do meu corpo fazendo com que um sorriso nascesse em meu rosto, era incrível como esse simples ato era capaz de trazer paz para meu coração mesmo depois de tantos anos separados um do outro.

— Quanto tempo ainda falta para voce fechar a clínica? — Sua voz rouca ao pé do meu ouvido fez meu corpo todo se arrepiar

— Meia hora.

— Tem certeza que não pode encerrar mais cedo? — Sinto a sua mão subindo pela minha perna entrando por baixo do meu vestido fazendo com que eu mordesse o labio de antecipação. — Com seus pais em casa fica difícil tem um momento a sós com você.

— Meus pais?

Abro os olhos rapidamente com aquela informação, aquilo estava errado, meus pais não podiam está em casa, eles não podiam está em ligar nenhum se estavam mortos, então... como? Viro encontrando dois olhos castanhos me olhando confusos, mas com um sorriso perfeito em seu peito, dou passos para trás batendo meu corpo contra a mesa que estava atrás de mim quando sangue começou a sair do peito dele e as imagens daquela noite invadiram minha mente me deixando apavorada.

Em um momento eu estava dentro de um carro que captava na rua e os pedaços de vidros entravam em meus braços e pernas, eu estava apavorada, eu queria gritar por ajuda, pedir que salvem minha família, mas tudo que eu conseguia era gritar de dor; fecho meu olhos com força desejando que tudo aquilo acabasse e eu acordasse em minha cama, em segurança, eu só queria acordar.

— Ally? Ei! Já passou, já passou.

Olho para pessoa na minha frente que parecia tão apavorado quanto eu, os olhos castanhos passavam por meu rosto garantindo que eu estava bem e a única coisa que fiz foi jogar meus braços ao seu redor escondendo meu rosto em seu peito deixando que o choro viesse de forma livre.

— Dick foi horrível. — Digo chorando fechando os olhos com força. — Eles estavam morrendo e eu não fiz nada. Eu não fiz nada pra salvar minha família.

— Não foi culpa sua, não foi. — Ele sentou na minha cama ainda me abraçando. — Por favor não chore, eu não posso ver você chorando.

— Me promete que não importa o que aconteça, nunca vamos deixar o outro morrer. — Peço olhando finalmente para seu rosto. — Me promete Dick, que sempre vamos nos proteger.

— Eu prometo, você sabe que eu nunca deixaria nada acontecer com você, raio de sol.

— E  eu nunca vou lhe deixar, não importa o que aconteca, sempre vou está aqui para o que precisar. — Sorrio ainda com o rosto molhado de lágrimas deixando a cabeça no peito dele.

Eu não sabia que aquela promessa era a única coisa que nos restaria, a unica coisa que ainda poderia nos unir mesmo depois de tanto tempo.