Old Friends

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Olho para Rachel que derramava uma lagrima de seus olhos, olho ao redro confusa e vejo Gar ao meu lado parecendo aliviado por mim ver bem, levanto do sofá sem entender, em um momento eu estava aqui com eles e no outro estava numa vida perfeita com Dick tentando superar os problemas de casal do subúrbio e agora estou aqui novamente no meio da sala ao lado dos esquisitos pais de Rachel, sinceramente, parece até uma das loucuras do Coringa ou do Charada.

- O que aconteceu? Por que está chorando Rachel? - Pergunto voltando a olhar para ela. - Que merda está havendo aqui?!

- Não sabemos, você entrou em transe...

- Tentamos lhe chamar só que o Dick entrou da mesma forma... - Viro o rosto ao ouvir ela falando.

- Dick?

Gar apontou para logo atrás de mim e vejo o detetive parado próximo a porta da casa olhando para baixo, engulo em seco indo na direção dele em passos rápidos ficando na sua frente, passos as mãos pelo seu corpo procurando por algum sinal de machucado, meu coração estava batendo desesperado contra o meu peito apenas com a simples ideia dele está machucando e foi nesse momento que a voz de Rachel ecoou em minha mente: "você o ama, na hora certa vai saber", ah deus, como eu queria que ela não estivesse certa.

- Dick, fala comigo. - Peço em voz baixa tentando fazer com que ele me responda. - Acrobata, fale comigo, por favor.

Ao redor dos seus olhos estavam negros deixando difícil ver os seus olhos castanhos, coloco as duas mãos no seu rosto sentindo meu coração apertar ao ver que nem reagir ao meu toque ele reagia, o que fizeram com você?

- Solta ele.

- Isso não foi obra minha, foi dele. - O pai de Rachel responde ela me deixando intrigada. - Ofereci um caminho ao seu amigo com varias estradas, mas no fim, ele escolheu o próprio caminho para abraçar as trevas em vez de negar a existência delas.

- Cala a sua boca! - Grito sem desgrudar os olhos de Dick.

- Essa foi a luta dele, ele tentou fugir de quem é, do que ele é.

- Você não sabe quem ele é de verdade. - Digo simples fechando a mão em punho. - Não sabe de nada sobre nós.

- Eu liberei seu amigo de um fardo imenso, eu o amo como você, porque Rachel o ama.

- E, com a benção de Trigon, ele faz parte da família agora. - Ângela se aproxima acariciando a bochecha de Dick me fazendo ferver de raiva.

- Rachel... é ótimo estar em casa. - Aquilo foi a gota d'agua.

- Fique longe da minha família, vaca ingrata!

Com um movimento rápido acerto um soco no nariz de Ângela a fazendo gritar de dor, o sangue espirrou por toda parte me deixando satisfeita com o resultado, seguro os cabelos loiros dela acertando uma joelhada no seu estomago a deixando sem ar, eu vou descontar toda a raiva de uma vez, Alfred sempre me disse que era um ótimo mantra para ser colocado em pratica.

- Nunca mais toque num fio de cabelo do Grayson! - Falo com raiva segurando o queixo da mulher. - Eu não aviso duas vezes, "mamãe".

Olho por cima com ombro para onde Trigon estava me olhando com um sorriso no rosto, minha vontade era de avançar na direção dele dando a mesma surra que eu tinha dando na sua mulher sem pensar duas vezes, mas ele era forte demais, se era capaz de trazer Gar de volta e controlar a mente de Dick, eu tinha medo de saber o que ele era capaz de fazer comigo. Limpo o sangue de Ângela da minha mão fazendo uma careta de nojo, a única coisa boa que essa mulher fez na vida foi Rachel por que sinceramente, isso que está na minha frente sangrando nem pode ser considerada uma mulher, caminho ficando ao lado de Rachel que apenas segura minha mão apertando com força, eu estou aqui pequena.

— Agora eu entendo o amor de Rachel por você. — Olho para Trigon que sorria. — Seja bem vinda a nossa família.

— Eu já tenho uma família, não faço questão de fazer parte do seu show de horrores das trevas. — Respondo com raiva o fazendo sorrir mais ainda.

— Falou a garota que matou os próprios pais.

— Meus pais morreram em um acidente de carro, idiota.

— E quem deve ter provocado o acidente? — Dou um passo para trás com aquilo. — Você não lembra?

Eu não sabia o que estava acontecendo, mas logo as lembranças começaram a aparecer em minha mente, eu estava no carro dos meus pais brincando com a minha boneca favorita, eles conversavam no banco da frente sobre algo que eu não entendia, mas eu estava feliz, tinha passado o fim de semana com o meu padrinho naquela enorme mansão e agora estava voltando para minha casa em Metropolis, tudo estava bem para mim.

— Querida, você sabe que Alfred as vezes nunca nos conta tudo. — Meu pai falou chamando a minha atenção com o fato do assunto envolver meu padrinho.

— Eu sei, mas eu temo que esses segredos possam ser demais para Alyssa. — Deixo a boneca de lado observando a conversa deles. — Talvez seja melhor paramos um pouco de trazer ela para Gotham.

— Você tem certeza?

— Não confio naquele Wayne, vai ser melhor assim. — Minha mãe, Janet Smith, responde olhando para o ruivo no banco do motorista. — Não quero minha menina saindo machucada por causa daquela cidade.

— Separar ela do Alfred agora vai ser tão...

— Eu não vou ficar sem ver meu padrinho! — A minha voz infantil grita fazendo com que minha mãe olhe para trás. — Não vou!

— Alyssa, você não deve ouvir as conversas de adultos. — Meu pai, Colin Smith, me repreende pela minha falta de ética e educação. — E não grite dessa forma com sua mãe.

— Eu não vou ficar sem ver meu padrinho!

Mais uma vez grito começando a fazer birra no banco de trás, mamãe para tentar controlar a situação tira o seu cinto de segurança colocando seu corpo pela metade na parte de trás do carro tentando me controlar, mas eu estava mesmo impossível, gritava e chutava para que eles entendessem que eu não estava apenas brincando, eu não ia ficar sem ver meu padrinho; não sei em que ponto papai começou a tentar me controlar com um braço enquanto o outro segurava o volante, só lembro que tudo aconteceu muito rápido, eu estava gritando em um momento enquanto no outro um grande clarão iluminava a frente do carro nos deixando cegos e então o carro começou a girar no ar várias vezes.

— Foi minha culpa... — Sussurro dando passos para trás com as lágrimas caindo dos meus olhos. — Eu...

— Você está negando quem é de verdade, abrace esse seu lado. — Trigon diz me fazendo erguer os olhos para ele. — Apenas se aceite. Aceite e poderá ser feliz ao lado do homem que ama.

— Alyssa...

Olho para Dick que ainda estava do mesmo jeito me olhando com os olhos negros, engulo em seco, apenas me aceitar, mas como posso fazer isso se nem mesmo sei quem sou de verdade? Se nem sei o que realmente eu quero?

— Você vai ver que somos uma ótima família, Alyssa. — Dick diz me fazendo negar com a cabeça várias vezes. — Todos vão ver.

Até a próxima temporada, Titans