Aquilo chocou Andrew , então não pensando duas vezes, acabou pagando por aquelas ervas e as levou consigo. Iria estudá-las com cautela.
Antes de voltar para o Palácio, passou na casa do médico de Scarborough e pediu emprestado alguns livros medicinais, passou também na livraria de antiguidades para ver se achava algum livro relacionado à aquelas ervas. Andrew estava voltando pra casa de braços cheios.
Assim que chegou no palácio, correu para o seu aposento e abriu um dos livros do médico. E se decepcionou ao ver que não havia nada, sobre alguma propriedade peculiar na Salsa e no Tomilho, muito menos na Salvia e no Alecrim.
Leu todos os livros do médico e quase todos que pegou na livraria, o céu já estava escuro e algum criado havia batido na porta avisando que o jantar estava sendo servido, Andrew recusou se juntar à família real naquela noite para poder ficar lendo.
Faltava apenas um livro que aparentava ser diferente dos outros. As folhas estavam amareladas e provavelmente faltava algumas páginas.
Começou a folhea-lo, e percebeu que tinham algumas frases poéticas no livro, até que viu escrito:
"Parsley (Salsa): eu quero que você seja a mãe dos meus filhos.
Sage (Salvia): sou fiel.
Rosemary (Alecrim): pense em mim.
Thyme (Tomilho): eu sou seu."
— Que estranho. — Andrew murmurou para si mesmo. — Parece ser poesias, não um livro para estudo. Lembro-me muito bem de tê-lo pego na prateleira de medicina
Seus pensamentos foram interrompidos, quando ouviu alguém bater em sua porta e logo em seguida entrar.
— Andrew, o que aconteceu? Não te vi o dia inteiro. — Henry parecia realmente preocupado com o amigo, até que viu as ervas e livros espalhados em volta de Andrew. — Ah, já compreendi.
— Sinto muito não ter comparecido ao jantar, Majestade. — Mesmo que estivessem sozinhos, Andrew chamava Henry de Majestade por conta do costume, ou quando queria ser irônico.
— Algum criado pelo menos lhe trouxe comida? — Henry se aproximou para poder pegar um ramo de alecrim nas mãos e observar melhor.
— Não, mas não faço questão de comer, estou sem fome — O conselheiro começou a arrumar as coisas em sua volta, fechando livros e guardando as ervas em um lugar apropriado.
— Vim até aqui para saber como você estava, mas também vim porquê gostaria que você fosse de encontro com Camille.
— Camille? — Andrew ficou um pouco desnorteado. — Mas com que propósito? Não conseguimos realizar o desejo dela.
— Dessa vez não haverá mais pedidos, Andrew.
[...]
Camille estava feliz por voltar a trabalhar na feira. Era tão bom sair um pouco do campo, assim ela podia conhecer pessoas novas. Como não estava cuidando da sua barraca, Camille resolveu caminhar pela feira para conhecer as coisas novas que tinha.
Olhava a barraca de têxteis, quando sentiu que estava sendo observada. Olhou para ao redor e viu que Andrew a observava um pouco afastado da onde Camille estava.
Ela sentiu a sua barriga gelar, mas não sabia dizer se era algo bom ou ruim. Meio receosa, se aproximou do conselheiro.
— Vossa Graça. — Ela fez uma reverência com um sorriso irônico, para manter as aparências de sempre.
— Olá, doce camponesa. — Ele pegou em uma das mãos da camponesa e deu um beijo rápido, o que deixou Camille estática por um segundo.
— O que trazes até aqui? — Camille disse depois de se recompor. — Há muito tempo não nos vemos.
— Vim à mando do Rei para falar com a senhorita. — Andrew sorriu. — Mas também tinha pendências com uma senhora que trabalha por aqui.
— E o que, a Vossa Majestade, deseja? - Camille levantou uma de suas sobrancelhas o desafiando.
— Te encontrar. — Andrew deu de ombros, parecia bem descontraído.
— Eu. Não. Vou. — Ela suspirou — Cansei de dizer isso de diversas formas.
— Henry também está cansado de suas brincadeiras, Camille. — Agora Andrew tinha no rosto um semblante sério. — Deve encontrá-lo e receberá uma proposta.
— Se não aceitar, o que vai me acontecer? — Camille deu um passo a frente erguendo a cabeça para tentar intimidar Andrew, mas como era mais baixa, não conseguiu.
— Não tema por você Camille, tema por sua família. — Andrew se afastou com um sorriso frio. — Acabamos de entrar em um conflito grande com a Itália, quase uma guerra, e pelo que eu saiba, você tem um irmão mais velho que pode servir no exército.
Camille engoliu em seco, seu irmão havia grandes probabilidades de participar de alguma guerra.
— Está bem, me diga o local e eu irei.
❁
É horrível ter bloqueio criativo :')
Leiam as histórias dessas duas lindas: _meninadojardim e PlisetskyGirl , não vão se arrepender ❤
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Scarborough Fair
Historical FictionVocê está indo para a feira de Scarborough? Não se esqueça de trazer salsa, sálvia, alecrim e tomilho. Iremos fazer uma poção para a senhoria, e quem sabe, tu terás o teu amor verdadeiro de volta? 🌿 (Inspirado na Cantiga Scarborough Fair) ➛ Lembre...