Capítulo Dezessete

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Camille esperou pacientemente pela chegada de Andrew. Ele demorou um pouco para chegar, mas, a camponesa conseguiu respirar aliviada, assim que viu a porta do celeiro sendo aberta e o conselheiro real aparecendo.

— Você está bem? Por que demorou? — Ela perguntou logo depois de abraça-lo.

— Foi um pouco difícil de sair do palácio, sem que descobrissem. Perdoe-me por tê-la feito esperar tanto.

Camille observou o rosto do amado e percebeu que ele estava um pouco abatido. Suspirou preocupada e acariciou o rosto de Andrew.

— Por que está assim, meu amor?

Ele rodeou a cintura da camponesa com os seus braços e apoiou seu rosto em meio aos seus cabelos, sentindo o aroma que o cabelo de Camille emanava.

— Estou preocupado. Henry está desconfiando das minhas saídas, e ainda parece estar um pouco abalado. — Andrew inspirou e expirou para controlar as emoções.

— Um dia ele irá descobrir, seria melhor se você contasse sobre nós, causaria menos problemas. — Camille encostou seu rosto no peito de Andrew, para aproveitar melhor o abraço.

— Talvez... — Ele disse por fim e se afastou um pouco para ficar frente a frente de Camille. — Eu preciso te entregar algo.

O conselheiro tirou de seu casaco o segundo frasco da poção, a camponesa logo reconheceu o que era.

— Por que está me entregando de novo isso? — Ela perguntou com o cenho franzido e soltou uma risada confusa.

— Camille. — Andrew estava sério. — Guarde isso, eu terei o último frasco comigo. Eu sinto que... Que isso pode nos ajudar algum dia.

— Mas... Eu não entendo.

— Você saberá o que fazer, quando precisar.

[...]

Henry observava Marie dormindo serenamente. Ela sempre lhe pareceu como um anjo, e ali, dormindo, era quase impossível negar.

Não tinha conseguido falar com ela pessoalmente, estava envergonhado demais por rejeita-la durante todo esse tempo. Sua mão queria se mover sozinha em direção ao ventre da Rainha e poder sentir o seu futuro herdeiro ainda em formação. Mas não o fez.

Decidiu sair do quarto antes que fizesse alguma tolice, mas antes de fechar a porta dos aposentos de Marie, olhou para a mesma e não pode evitar um sorriso.

O corredor parecia longo demais e parecia que Henry nunca iria chegar ao seus aposentos. Sua cabeça estava pesada de tantos problemas e no topo da lista, o nome de Camille se destacava. Era outra pessoa que devia desculpas. A amava intensamente, mas percebia-se que não era um sentimento duradouro como o de anos atrás.

Virou o próximo corredor e percebeu que seu quarto já estava próximo, quando quase se esbarrou em Andrew.

— Vossa Majestade! Sinto muito. — O conselheiro respirou com dificuldade por conta do susto.

— Andrew? — O Rei estava um pouco atordoado também. — Já é alta da madrugada, o que faz fora do quarto?

— Perdi o sono. — Ele respondeu rápido. — Decidi caminhar um pouco para que o sono voltasse.

Henry não conseguiu disfarçar a sua feição de decepção, estava explícito nas roupas sujas de Andrew, que havia acabado de chegar de algum lugar.

— Porque está mentindo, meu amigo?

Andrew ficou estático no lugar, apenas encarando os olhos de Henry sem saber o que responder. O Rei sem querer saber mesmo uma resposta, apenas balançou a cabeça em negativa, começou a se afastar de seu amigo continuando a seguir o caminho para o seu próprio quarto.

— Sinto muito Henry, mas isso, eu não posso contar agora. — O rei escutou seu conselheiro, amigo e braço direito murmurar.

E assim os dois seguiram cada um para o seu próprio quarto, com a certeza de que a confiança que tinham construído por anos, havia sido destruída em apenas alguns dias e com algumas mentiras.

[NOTAS]:

Sabe o que eu estou sentindo? Que a história está chegando ao fim :')
(Desculpa pelo capitulo curto)

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