Rafael narrando
Quase um mês. QUASE UM MÊS. Por isso que não aturo policiais. Nenhuma informação sobre Emma. Resolveram arquivar o caso. Eu estava sozinho agora, fiz questão de retomar a presidência da Colbab para ter uma carta na manga, pedi também a ajuda de Lorenzo. Estávamos montando uma equipe por conta própria para resgatar Emma. Ele quase me matou quando descobriu que ela havia sido sequestrada, tinha um sentimento estranho aí. E isto me assustava. Seria hoje. Se tudo desse certo, hoje à noite eu teria Emma ao meu lado.
Começar as investigações não foi nada fácil. Benjamin simplesmente sumiu, evaporou com Emma, não tinha ideia da onde ele podia tê-la levado. Mais com a tecnologia avançada de hoje, conseguimos rastrear de onde vinha o local das mensagens recebidas no celular de Emma, mesmo sendo de número privado. O local não era longe dali, mais ou menos uma hora de distância. E se Emma não estivesse lá, poderíamos pelo menos achar uma dica de onde ela esteja. Tínhamos um arco e flecha com sonífero instantâneo. Tínhamos também o melhor atirador do país, para acertar Benjamin de longe e fazê-lo dormir enquanto procuraríamos Emma. Foi o melhor que conseguimos pensar em pouco tempo.
- Pronto? - Lorenzo entra em meu quarto. É sinal de que já vamos começar - Vai dar tudo certo irmão - Ele abre os braços esperando, um abraço meu... Nunca quis demonstrar fraqueza quanto a isto. Mesmo sendo desprezado por todos, eu sempre permaneci confiante de que Emma voltaria para mim. Mas ultimamente estava difícil, me senti só todas as noites, e tinha aquele mesmo sentimento de alguns anos atrás quando nos separamos. E o medo de aquele cara ter feito algo contra ela era maior que tudo. Abraço Lorenzo e ele me aperta forte - Vai dar tudo certo.
- Agora vamos. Não podemos perder tempo, ela pode estar em perigo.
- Não quero nem pensar nisto, vamos - Lorenzo sai em disparada na minha frente. E eu logo em seguida. Descemos as escadas e eu deixo tudo pronto para quando ela voltar. Peço a Joana para deixar tudo pronto. Desde que eu sai da máfia Joana veio trabalhar comigo, ela era agora governanta da casa.
Saio de casa e entro em um dos carros. Este logo dá a partida e é seguido por mais 5.
É hora de atacar.
Depois de algum tempo estamos na suposta casa onde Benjamin teria levado Emma. Sou o primeiro a sair do carro, seguido por meu irmão e o atirador, pulo a cerca que não é muito grande e olho pela fresta da janela.
- A casa parece estar vazia - Lorenzo vem até mim, examinando também - Quer entrar?
- Vamos - Dou um sinal para que todos os homens presentes me sigam e assim é feito. Pensamos em arrebentar a porta da frente, mas esta é feita de ferro e com estacas em aço. Seria impossível. Provavelmente é aqui que Emma está. Uma casa com uma segurança dessas não serviria apenas para abrigar pessoas, e sim para sequestra-las. Rodeamos a casa e percebemos uma outra porta, esta por sua vez de vidro. Estava aberta. Entramos na casa e vasculhamos todo o local. Alguém vivia ali, mas a casa estava vazia. Procuro vestígios de que Emma possa ter estado ali, mas não encontro nada.
Partimos então para procurar pistas de onde eles possam estar.
[...]
- Voltamos lá amanhã - Ele coloca as mãos em meus ombros para me encorajar.
- MAIS É CLARO QUE VAMOS VOLTAR AMANHÃ, TAMBÉM DEPOIS E DEPOIS E DEPOIS, ATÉ ENCONTRARMOS ELA, E EU ACABAR COM AQUELE IDIOTA.
- Irmão, eu sei o que está sentindo, mas... Não adianta nada ficar estressado.
- Ela pode estar em perigo Lorenzo, eu sei o que aquele cara pode estar fazendo com ela... Eu não deveria ter deixado isto acontecer, eu deveria ter feito algo.
- Você não podia Rafael - Deito na cama exausto e dirijo meus pensamentos a Emma. Eu espero que ela esteja bem... Só o que espero - O cara estava ameaçando ela, ele pediu para você ficar quieto, se mexesse ele ia atacar.
- Eu ia ser mais rápido...
- Não ia Rafael, não ia dar tempo, você sabe que não. Não conhecemos esse cara, não sabemos quem é. Não sabemos até que ponto ele podia ir. Você fez bem em não arriscar.
- Agora por culpa minha, Emma está em perigo, sozinha. Ela não sabe lidar com isso Lorenzo, eu conheço ela. Deve estar desesperada.
- Calma Rafael. Até parece que você não a conhece, ela é capaz. Não esquece que vocês ficaram anos separados e ela teve que se virar sozinha. E você - Ele aponta o dedo para mim e eu reviro os olhos - Pulou do quarto andar e bateu a cabeça no chão.
- EU NÃO PULEI, FUI EMPURRADO E VOCÊ SABE MUITO BEM DISTO.
- Mais pensou em pular. Enquanto ela estava sendo promovida no trabalho, e você se matando na bebida.
- CALE A BOCA, LORENZO.
- QUE SE DANE RAFAEL. VOLTA A SER O QUE ERA ANTES - Ele sai em direção a porta e eu jogo o abajur ao meu lado em direção ao mesmo, quase acertando meu irmão, que fecha a porta fortemente.
Me levanto e vou em direção ao banheiro, lavo o meu rosto com água gelada e me encaro no espelho sem saber o que fazer.
Vou em direção ao armário e pego o saquinho que estava escondido ali. Vou novamente em direção ao banheiro e coloco o pozinho branco em cima da pia. Logo em seguida cheiro aquilo tudo para me aliviar. Deito em êxtase na poltrona ao meu lado.Pulo da cadeira quando percebo alguém entrando em meu quarto. Trato de esconder logo os restos da droga que sobrou em cima da pia.
- Rafael - Ela corre até mim com o telefone na mão. Sério que ela me interrompeu por um telefonema de um sócio ou uma pessoa qualquer?
- Não quero atender ninguém agora Joana .
- Rafael, você não entendeu...
- Não quero atender ninguém saia daqui.
- Meu filho, por favor me escuta.
- Joana, Emma está por aí perdida, sozinha, com medo. Não estou com cabeça para fechar negócios...
- RAFAEL ESCUTE -ME.
- Olha, eu te respeito mais não grite comigo...
- É EMMA NO TELEFONE.
- O QUE? - Puxo o telefone de sua mão e coloco no ouvido, sentindo a respiração ofegante do outro lado da linha.
( Chamada on )
- Emma?
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As idiotices de um bilionário
General FictionEra considerado mais um dia comum em minha vida,se não fosse por isso. Sabe aquela sensação de que algo extraordinário vai acontecer na sua vida? Era...