" Ele te fez algo Emma?"

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Emma narrando

Ando de casa em casa, com a esperança de ver alguém ou sentir que deveria pedir ajuda aquela pessoa. Aquela hora o sequestrador já deveria estar voltando, estava escurecendo e eu estava com medo. Mais medo de ser pega outra vez do que de dormir na rua. Estava sem meu celular e não podia ligar para ninguém, mas eu sabia um número de cor, e era o dele. Rafael. Parei em uma praça. Algumas crianças brincavam e alguns idosos passeavam, estava fora de cogitação pedir ajuda a eles. Com certeza ficariam assustados. Estava fora de cogitação também pedir ajuda a polícia, Rafael não ficaria contente e eu não queria desapontá-lo, já que ele odiava policiais.

Eu precisava sair dali, ir para casa e depois eu pensava numa outra alternativa para fugir do seqüestrador. Mas como iria para casa? Não sabia nem onde eu estava. Caminho um pouco mais pela rua tumultuada, até que vejo um casal jovem se aproximando, eles estavam sorridentes e conversavam alto. Eles eram minha esperança. Só espero que não estejam bêbados e que possam me ajudar. O homem abre o portão e dá passagem para sua mulher que sorri gentilmente, resolvo agir. Corro até eles chamando a atenção para mim. Não podia falar que estava sendo sequestrada, tinha que arrumar outra desculpa, se não poderia perder a única chance que eu tinha para escapar.

- Ei, com licença - Sorriso gentilmente tentando parecer uma imagem boa, apesar de minhas roupas simples, arranjadas pelo seqüestrador - E-eu... Estava em uma festa, mais acabei me distanciando do grupo e me perdi - Sorrio enquanto eles examinam meus trajes - Era uma festa do pijama.

- AH SIM. TUDO FAZ SENTIDO AGORA - A mulher diz e logo em seguida os dois começam a rir descontroladamente. Eles estavam bêbados.

- Desculpe por isso. Mas será que podiam me dizer que rua ou bairro é este?

- Está na Cordelius com Young Hear - Obsevo o número da casa. 258. Perfeito, já tinha um endereço,Cordelius com Young Hear número 258.

- Olha obrigada, não abusando de vocês mas... Será que poderiam me emprestar o telefone? Para eu pedir que venham me buscar?

- Claro. Entre - Eles abrem passagem para mim e eu entro na confortável e quente casa - Pode se sentar, quer beber alguma coisa? - A mulher em questão diz.

- Não, obrigada só a ligação mesmo - Ela aponta para o telefone.

Ansiosa e nervosa ao mesmo tempo, eu me controlo discando cada número do celular de Rafael.

- Bom, eu vou trocar de roupa, qualquer coisa me chame - A mulher entra no quarto, enquanto o homem já ronca no sofá ao lado.

O telefone toca algumas vezes e meu coração quase salta para fora. Depois de 4 toques alguém finalmente atende.

( Chamada on )

- Alô? - Reconheço a voz de Joana e meu coração salta de alegria. Faltava pouco para eu ser resgatada.

- Joana? É a Emma.

- EMMA, MINHA FILHA, NÃO SABE O QUANTO ESTAMOS LOUCOS ATRÁS DE VOCÊ. ONDE VOCÊ ESTÁ?

- Pode chamar o Rafael pra mim por favor?

- Claro, já vou chamá-lo - Ouço ela subir as escadas e logo após abrir a porta. Ouço ao fundo a voz de Rafael e meus olhos se enchem de lágrimas. Como eu estava preocupada com ele. Depois de alguns segundos ele atende a ligação com a voz um pouco alterada - Emma!

- Sou eu, me escute. Não posso falar alto pois estou na casa de estranhos.

- Claro, meu amor. Pode falar.

- Consegui fugir do cativeiro e estou na Cordelius com Young Hear, número 258. Pode vir me buscar?

- Já estou dentro do carro. Sei perfeitamente onde fica.

- As pessoas da casa não sabem que fui sequestrada, portanto não faça alarde.

- Claro. Como quiser. Estou indo em um carro diferente.

- Escute, jogue fora seu celular. E o meu também, tire Joana da casa. E prepare outro lugar para irmos, pois o sequestrador deve estar atrás de mim, e o primeiro lugar que ele vai ir é na sua casa.

- Sim. Emma. Já comuniquei a Lorenzo e ele está indo pegar Joana e irá nos encontrar em outro lugar, bem distante. Assim que eu te buscar aí vamos direto para lá. Eu preparei homens de confiança, e vou colocá- los de guarda na casa dos seus pais. Só pra garantir.

- Eu te amo Rafael.

- Também te amo Emma. Não vejo a hora de te reencontrar - Assim continuamos a conversar até que ele estivesse a prontidão a porta da casa. Me despedi do casal, agradecendo a hospitalidade e corri para dentro do carro de Rafael.
Que logo acelerou, para longe dali.

Eu estava livre.

Depois de pegar o jatinho de Rafael, fomos em direção à um lugar onde eu menos esperava ir, era longe o possível do sequestrador. Ele não poderia saber de forma alguma onde estaríamos. Enquanto isso, a equipe que Rafael contratou ficará responsável de encontrar e prender o sequestrador e finalmente descobriremos a identidade dele. Seria mais fácil agora para a equipe, já que sabiam onde ele morava e como eu estava sequestrada. Em breve teríamos notícias.

Agora estávamos indo, Lorenzo, Aline, Rafael, eu e Joana para Coréia. Mais especificamente a do Sul. Longe o suficiente do sequestrador. Chegaremos lá em algumas horas. Rafael aproveitou que tinha umas coisas da empresa para resolver. Então estamos indo para lá. A Colbab não pode parar por minha causa...

[...]

Entramos no quarto e eu sou surpreendida com um buquê de rosas vermelhas entregue por Rafael. Ele tranca a porta atrás de si e logo me puxa para um abraço.

- Não sabe como eu estava desesperado atrás de você, Emma.

- Eu já estava desistindo. Passou quase um mês e você ainda não havia ido...

- A polícia, eles me deixaram na mão. Eles arquivaram o caso, por falta de pistas.

- Você chamou a polícia? - Sorrio sem acreditar naquilo. Não estava reconhecendo Rafael, ele realmente venceu seu orgulho e chamou a polícia?

- Eu estava desesperado, não estava mais na máfia, e Marcel se recusou a me ajudar depois que você denunciou a corrida.

- Aí que você reconhece quem são seus amigos de verdade.

- Agora só precisamos encontrar aquele cara. Porque definitivamente, eu penso que ele não é Benjamin.

- Com certeza não. Durante todo este tempo, ele só se dirigiu a mim com o capuz, nunca pude ver seu rosto ou reconhecer sua voz. Ou eu pensava num plano para fugir, ou eu me concentrava em descobrir sua identidade... Optei pela primeira opção.

- E fez bem - Ele se aproxima mais e coloca suas mãos geladas em meu rosto, fecho os olhos e começo a sentir meu coração pulsar novamente. Começo a sentir a vida e a esperança.

- Eu tive tanto medo de morrer. Ele era um louco.

- Ele te fez algo Emma?

- Não, em momento algum... Ele só pedia para me observar enquanto eu tomava banho e ficava um pouco excitado com isso, pedia também para eu andar com o mínimo de roupas possíveis. Mais ele nunca encostou em mim.

- Desgraçado... Ainda bem que ele não te fez nada, se não eu mesmo o mataria com minhas próprias mãos, assim que meus homens o encontrarem.

- Eu consegui fugir, eu não sabia pra onde ir. Eu estava perdida,a qualquer momento ele podia me achar, eu... - Rafael me abraça novamente e eu fico em silêncio ouvindo as batidas do seu coração, em alguns segundos já estou calma novamente.

- Eu pedi para Joana preparar tudo pra você - Ele sussurra olhando em meus olhos - Vá tomar um banho quente, vou pedir pra ela por a mesa. Logo em seguida vamos dormir para esquecer disso tudo. Amanhã temos um novo dia e eu espero receber boas notícias.

Eu concordo com seu pedido e me encaminho em direção ao banheiro.

As idiotices de um bilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora